ORAÇÃO
PREPARATÓRIA
Senhor, todo poderoso e infinitamente
perfeito, de quem procede todo o ser e para quem todas as criaturas devem
sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que em
cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em honra
de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade,
recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para
mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os
benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu dirigi meus passos,
guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio,
pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.
LECTIO
DIVINA
Evangelho (Jo 13,16-20): «Em verdade, em verdade, vos digo: o servo não é maior do que seu
senhor, e o enviado não é maior do que aquele que o enviou. Já que sabeis
disso, sereis felizes se o puserdes em prática. Eu não falo de todos vós. Eu
conheço aqueles que escolhi. Mas é preciso que se cumpra o que está na
Escritura: ‘Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar’. Desde
já, antes que aconteça, eu vo-lo digo, para que, quando acontecer, acrediteis
que eu sou. Em verdade, em verdade, vos digo: quem recebe aquele que eu enviar,
a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou».
«Depois
de lavar os pés dos discípulos...»
Rev. D. David COMPTE i Verdaguer (Manlleu,
Barcelona, Espanha)
Hoje, como naqueles filmes que começam
lembrando um fato passado, a liturgia faz memória de um gesto que pertence à
Quinta-feira Santa: Jesus lava os pés dos discípulos (cf. Jo 13,12). Assim,
esse gesto —lido desde a perspectiva da Páscoa— recobra uma vigência perene.
Observemos, somente, três ideias.
Em primeiro lugar, a centralidade da pessoa.
Na nossa sociedade parece que fazer é o termômetro do valor de uma pessoa.
Dentro dessa dinâmica é fácil que as pessoas sejam tratadas como instrumentos;
facilmente utilizamo-nos uns aos outros. Hoje, o Evangelho nos urge a
transformar essa dinâmica em uma dinâmica de serviço: o outro nunca é um puro
instrumento. Se tentaria de viver uma espiritualidade de comunhão, onde o outro
—em expressão de João Paulo II— chega a ser “alguém que me pertence” e um “ dom
para mim”, a quem temos de “dar espaço”. A nossa língua o tem apanhado
felizmente com a expressão: “estar pelos demais” Estamos pelos demais?
Escutamos-lhes quando nos falam?
Na sociedade da imagem e da comunicação, isto
não é uma mensagem a transmitir, senão uma tarefa a cumprir, a viver cada dia:
«sereis felizes se o puserdes em prática» (Jo 13,17). Talvez por isso, o Mestre
não se limita a uma explicação: imprime o gesto de serviço na memória daqueles
discípulos, passando logo à memória da Igreja; uma memória chamada
constantemente a ser uma vez mais gesto: na vida de tantas famílias, de tantas
pessoas.
Finalmente, um sinal de alerta: «Aquele que
come do meu pão levantou contra mim o calcanhar» (Jo 13,18). Na Eucaristia,
Jesus ressuscitado se faz o nosso servidor, nos lava os pés. Mas não é
suficiente com a presença física. Temos que aprender na Eucaristia e tirar as
forças para fazer realidade que «tendo recebido o dom do amor, morramos ao
pecado e vivamos para Deus» (São Fulgêncio de Ruspe).
Reflexões
de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Nos próximos dias,
com exceção das festas, o evangelho diário é tirado da longa conversa de Jesus
com os discípulos durante a Última Ceia (Jo 13 a 17). Nestes cinco capítulos
que descrevem a despedida de Jesus, percebe-se a presença daqueles três fios de
que falamos anteriormente e que tecem e compõem o evangelho de João: a palavra
de Jesus, a palavra das comunidades e a palavra do evangelista que fez a última
redação do Quarto Evangelho. Nestes cinco capítulos, os três fios estão de tal
maneira entrelaçados que o todo se apresenta como uma peça única de rara beleza
e inspiração, onde é difícil distinguir o que é de um e o que é do outro, mas
onde tudo é Palavra de Deus para nós.
* Estes cinco
capítulos trazem a conversa que Jesus teve com os seus amigos, na véspera de
ser preso e morto. Era uma conversa amiga, que ficou na memória do Discípulo
Amado. Jesus, assim parece, queria prolongar ao máximo esse último encontro,
momento de muita intimidade. O mesmo acontece hoje. Há conversa e conversa. Há
conversa superficial que gasta palavras à toa e revela o vazio das pessoas. E
há conversa que vai fundo no coração e fica na memória. Todos nós, de vez em
quando, temos esses momentos de convivência amiga, que dilatam o coração e vão
ser força na hora das dificuldades. Ajudam a ter confiança e a vencer o medo.
* Os cinco versículos
do Evangelho de hoje tiram duas conclusões do lava-pés (Jo 13,1-15). Falam (1) do serviço como característica
principal dos seguidores e seguidoras de Jesus, e (2) da identidade de Jesus como revelação do Pai.
* João
13,16-17: O servo não é maior que o seu senhor. Jesus acabou de lavar os pés dos discípulos.
Pedro levou susto e não quis que Jesus lhe lavasse os pés. “Se eu não te lavar
os pés, não terás parte comigo” (Jo 13,8). E basta lavar os pés; o resto não
precisa (Jo 13,10). O valor simbólico do gesto do lava-pés consistia em aceitar
Jesus como o Messias Servidor que se entrega a si mesmo pelos outros, e recusar
um messias rei glorioso. Esta entrega de si mesmo como servo de todos é a chave
para entender o gesto do lava-pés. Entender isto é a raiz da felicidade de uma
pessoa: “Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em
prática". Mas havia pessoas, mesmo entre os discípulos, que não aceitavam
Jesus como Messias Servo. Não queriam ser servidores dos outros. Provavelmente,
queriam um messias glorioso como Rei e Juiz, de acordo com a ideologia oficial.
Jesus diz: "Eu não falo de todos vocês. Eu conheço aqueles que escolhi,
mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: Aquele que come pão
comigo, é o primeiro a me trair!” João se refere a Judas, cuja traição vai ser
anunciada logo em seguida (Jo 13,21-30).
* João
13,18-20: Digo isto agora, para que creiais que EU SOU. Foi por ocasião da libertação do Egito ao pé
do Monte Sinai, que Deus revelou o seu nome a Moisés: “Estou com você!” (Ex
3,12), “Estou que Estou” (Ex 3,14), “Estou” ou “Eu sou” me mandou até vocês!”
(Ex 3,14), O nome Javé (Ex 3,15) expressa a certeza absoluta da presença
libertadora de Deus junto do seu povo. De muitas maneiras e em muitas ocasiões
esta mesma expressão Eu Sou ou Sou Eu é usada por Jesus (Jo 8,24; 8,28; 8,58;
Jo 6,20; 18,5.8; Mc 14,62; Lc 22,70). Jesus é a presença do rosto libertador de
Deus no meio de nós.
Para um
confronto pessoal
1) O servo não é maior
que o seu senhor. Como faço da minha vida um serviço permanente aos outros?
2) Jesus soube conviver
com pessoas que não o aceitavam. E eu consigo?
ORAÇÃO (COMPOSTA POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO)
Ó Maria, filha predileta do Altíssimo,
pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos
oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período
de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre
rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por
vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a
morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida,
participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.
LADAINHA
DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
Deus Espírito Santo,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
Santa Maria rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das virgens,
Mãe de Jesus Cristo,
Mãe da divina graça,
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe imaculada,
Mãe intacta,
Mãe amável,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Mãe da Igreja,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem benigna,
Virgem fiel,
Espelho de justiça,
Sede da sabedoria,
Causa da nossa alegria,
Vaso espiritual,
Vaso honorífico,
Vaso insigne de devoção,
Rosa mística,
Torre de Davi,
Torre de marfim,
Casa de ouro,
Arca da aliança,
Porta do Céu,
Estrela da manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Esperança dos carmelitas,
Rainha dos anjos,
Rainha dos patriarcas,
Rainha dos profetas,
Rainha dos apóstolos,
Rainha dos mártires,
Rainha dos confessores,
Rainha das virgens,
Rainha de todos os santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha assunta ao céu,
Rainha do sacratíssimo Rosário,
Rainha das famílias,
Rainha da paz,
Rainha e esplendor do Carmelo,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, tende misericórdia de nós.
V. – Rogai por nós,
Santa Mãe de Deus.
R. – Para que sejamos dignos das promessas de
Cristo.
OREMOS - Infundi, Senhor,
como vos pedimos, vossa graça em nossas almas, para que nós que pela anunciação
do Anjo viemos ao conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pela
sua paixão e morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Pelo
mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.
O
“LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que
nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado
vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado.
Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso
dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis
as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos
atender-me. Amém.
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