Percorrer os
passos da Via Sacra com Jesus é uma graça que nos possibilita entrar, conhecer
e amar mais intensamente o seu Sacratíssimo Coração. Esta caminhada começa hoje
e levar-nos-á até ao Domingo da Ressurreição, e fá-la-emos em união com os
Pastorinhos de Fátima a quem Nossa Senhora apareceu há um século atrás.
Ao
acompanharmos Jesus, somos desafiados a acolher a graça da conversão, passando
de um coração de pedra a um coração de carne, para termos os mesmos sentimentos
que havia em Cristo Jesus e anunciarmos que “Ele me amou e se entregou por
mim”.
A Virgem
Maria, que foi crucificada no seu coração, caminha também conosco nesta Via
Sacra. Peçamos-lhe que nos alcance a graça do que rezamos na Salve Rainha:
“Mostrai-nos, Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó
doce sempre Virgem Maria”.
1ª ESTAÇÃO – Jesus é
condenado à morte
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Do Evangelho
segundo S. João (Jo 19, 12-16): A partir
daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: “Se libertas este
homem, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei declara-se contra
César.” Disse-lhes Pilatos: “Então, hei de crucificar o vosso Rei?” Replicaram
os sumos sacerdotes: “Não temos outro rei, senão César.” Então, entregou-o para
ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus.
Leitor 1 - A condenação de Jesus remete-nos para
todo o tipo de injustiças que se repetem nos nossos dias. Elas acontecem não
somente longe, mas também dentro das portas das nossas casas e das nossas
comunidades cristãs. Infelizmente também aí se encontram, e quem sabe se eu não
sou responsável por muitas que acontecem no ambiente em que vivo e com quem
vivo?
Leitor 2 - Os pastorinhos de Fátima também foram
levados injustamente a tribunal, foram condenados e presos por anunciarem a
mensagem que a Mãe do Céus lhes comunicou.
Todos - Senhor concedei-nos um amor
incondicional à verdade e à justiça.
2ª ESTAÇÃO – Jesus
recebe a cruz
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o
mundo.
Do Evangelho
segundo S. João (Jo 19, 16-17): Então,
entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus. Jesus, levando
a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz
Gólgota.
Leitor 1 - A linguagem da cruz é motivo de
escândalo e loucura para uns, mas também sabedoria e poder para outros; a cruz
recorda-nos o sofrimento, mas também o amor de uma vida carregada de sentido.
Jesus recordou-nos: «Quem quiser seguir-me renuncie a si mesmo tome a sua cruz
e siga-Me». Para nós, discípulos e seguidores de Jesus, a Cruz revela o Seu
amor incondicional ao Pai e à humanidade inteira oprimida nas teias do pecado.
Leitor 2 - Os pastorinhos de Fátima souberam
abraçar a cruz de Jesus em todas as ameaças e adversidades. Mais, alegravam-se
por sofrer pelo nome de Deus.
Logo desde a
primeira aparição, com uma fortaleza admirável, se abriram inteiramente a
abraçar a cruz, quando a Virgem Maria lhes perguntou: “Quereis oferecer-vos a
Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de
reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos
pecadores?
– Sim,
queremos.
– Ides, pois,
ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto» (Quarta
Memória, II, 3, p. 158).
Todos - Senhor, que eu abrace as
pequenas e grandes cruzes de todos os dias, unindo-me a Vós e que eu nunca
busque um cristianismo fácil e à minha medida de conveniência.
3ª
ESTAÇÃO – Jesus cai pela primeira vez
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o
mundo.
Do Profeta
Isaías (Is 50, 5-7): O Senhor Deus
abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei. Apresentei as costas aos
que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto
dos que me ultrajavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio; por
isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia
que não ficaria envergonhado.
Leitor 1 - Jesus é o novo Servo Sofredor, o Filho
de Deus, que carrega sobre Si as maldades dos homens. Sucumbe pela primeira vez
ao peso da cruz, mas não vai recuar nem desistir. Sabe que Deus Pai é fiel, que
não O abandonará, que virá em Seu auxílio. Jesus revela a Sua fragilidade, a
Sua condição humana que assumiu inteiramente os pecados da humanidade. É na
fragilidade que se vai revelar o poder e a força de Deus.
Leitor 2 - A Virgem Maria, em Fátima, pediu aos
pastorinhos que rezassem todos os dias o terço em reparação pelas ofensas aos
Sagrados Corações de Maria e Jesus e fizessem sacrifícios: «Sacrificai-vos
pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum
sacrifício: ‘Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em
reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria’» (Quarta
Memória, II, 5, p. 163).
Todos - Senhor, ao percorrer estes
passos da Via Sacra convosco, quero, como os pastorinhos, rezar por mim e por
«todos os pobres pecadores», por todos aqueles que tornam mais pesada a vossa
cruz e que mais entristecem o vosso coração e o coração da vossa Mãe. Convertei-nos,
Senhor Jesus, ao vosso Evangelho e dai-nos um coração «manso e humilde» como o
vosso.
4ª ESTAÇÃO – Jesus
encontra-se com sua Mãe
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o
mundo.
Do Evangelho
segundo S. Lucas (Lc 11, 34-35): A
candeia do teu corpo são os teus olhos. Se os teus estiverem sãos, todo o teu
corpo estará iluminado; mas se estiverem em mau estado, o teu corpo estará em
trevas. Examina, pois, se a luz que há em ti não é escuridão.
Leitor 1 - O encontro de Jesus com Sua Mãe, o
cruzar de olhares puros e transparentes, diz-nos que no meio das dificuldades
da vida, há sempre uma mãe para dar amor e ternura, para infundir coragem e
entusiasmo deixando entrever e experimentar a consolação que o próprio Pai traz
ao Seu Filho muito amado. O nosso amor a Maria ajuda-nos a experimentar o
quanto Deus nos ama em Seu Filho Jesus.
Leitor 2 - A
Virgem Nossa Senhora, ao visitar-nos em Fátima, veio convidar-nos à conversão
do coração que permite lançar um olhar de fé para tudo quanto se passa à nossa
volta: «É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados. E tomando
um aspecto mais triste, disse ainda: ‘Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que
já está muito ofendido’» (Quarta Memória, II, 8, p. 172).
Todos - Maria, imagem viva da ternura
de Deus, ensina-nos a viver da fé que purifica o nosso olhar e nos leva a
reconhecer e servir Jesus nas pessoas com quem vivemos e que se cruzam conosco
todos os dias.
5ª ESTAÇÃO – Jesus é
ajudado pelo Cireneu
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o
mundo.
Do Evangelho
segundo S. Lucas (Lc 23, 26): Quando o
iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo,
e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus.
Leitor 1 - Deus diz-nos neste alívio que o
Cireneu dá a Jesus o quanto precisa de nós; sim, Deus precisa de nós para
aliviar as dores da humanidade inteira. Jesus disse-nos: «Tudo o que fizestes a
um dos meus irmãos mais pequeninos a Mim o fizestes» (Mt 25, 40).
Leitor 2 - Os pastorinhos de Fátima
exercitavam-se todos os dias nas obras da caridade; estavam tão atentos que
nada lhes passava desapercebido. A Irmã Lúcia, exclamou um certo dia: «Que bom
é, quando, nas horas más da vida, Deus nos dá um anjo que nos ajuda a vencer as
tentações, a fugir dos perigos e a resolver os problemas!» (Sexta Memória, II,
4, p. 57).
Todos - Senhor, como os Pastorinhos de
Fátima, que queriam amar e consolar Jesus, também quero que a minha fé dê muito
fruto de boas obras.
6ª ESTAÇÃO – A Verónica
enxuga o rosto de Jesus
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o
mundo.
Do Profeta
Isaías (Is 53, 3): Desprezado e
abandonado pelos homens, como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento,
diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.
Leitor 1 - Conta a tradição que Verónica tenha
enxugado o rosto de Jesus, que ficou marcado no pano branco. Este gesto encerra
a vocação do cristão: gravar o rosto de Jesus e todo o seu mistério no coração,
configurar toda a nossa vida com a d’Ele.
Leitor 2 - O Beato Francisco gostava muito de se
esconder com Jesus e falar-Lhe em segredo. Contemplava no Sacrário a Jesus
escondido e dizia à Lúcia: «Olha: tu vais à escola. Eu fico aqui na Igreja,
junto de Jesus escondido» (Quarta Memória, I, 12 p. 138).
Todos - Senhor Jesus, quero nesta Via
Sacra cruzar o meu olhar com o teu, não desviar os olhos, mas deixar-me
impressionar pelo teu rosto sofrido e desprezado e descobrir que os teus
sofrimentos são por mim e para minha salvação.
7ª ESTAÇÃO – Jesus cai
pela segunda vez
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o
mundo.
Do Profeta
Isaías (Is 53, 4-5): Na verdade, ele
tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos
como um leproso, ferido por Deus e humilhado. Mas foi ferido por causa dos
nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos
salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.
Leitor 1 - A força do pecado dos homens faz Jesus
cair mais uma vez. Nas quedas de Jesus a caminho do Calvário, nós revemos os
homens e mulheres do nosso tempo que vivem esmagados pelas injustiças, pelas
doenças, pelas dores. Recordamos as vítimas dos vícios, das drogas, das
dependências que escravizam tantos jovens e adultos e os fazem vergar ao peso
da armadilha em que caíram. Acreditamos que a fé em Jesus e o nosso amor
solidário podem vencer a vontade debilitada de tantos jovens perdidos nos
enredos que humilham e desprezam a dignidade da pessoa humana.
Leitor 2 - Os pastorinhos não se cansavam, de
fazer, pelos pecadores, sacrifícios pela sua conversão (Irmã Lúcia, Memórias,
Aparição de 13 de Julho) e de rezarem o terço, todos os dias, pela paz no mundo
e o fim da guerra.
Todos - Senhor Jesus, ao ver-te caído
por terra, sinto-me culpado do mal que vou espalhando à minha volta. Senhor
Jesus, dá-me um coração de carne, sensível e atento a quem sofre e precisa de
mim.
8ª ESTAÇÃO – Jesus
encontra as santas mulheres
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o
mundo.
Do Evangelho
segundo S. Lucas (Lc 23, 27-28): Seguiam
Jesus uma grande multidão do povo e umas mulheres que batiam no peito e se
lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: “Filhas de
Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos
filhos”.
Leitor 1 - Estas mulheres que choram recordam-nos
o amor compassivo, o chorar com os que choram… mas também nos podem remeter
para o amor sentimentalista e ineficaz, que chora e se lamenta mas não se
compromete. O amor cristão é um amor feito de decisões concretas e eficazes, um
amor efetivo que consola, alivia, liberta, faz despertar para o seguimento
incondicional de Jesus.
Leitor 2 - O Anjo na aparição que fez aos
pastorinhos ensinou-os a rezar: «Meu Deus, creio, adoro, espero e amo-vos». O
cristão sabe que no fim da vida só fica o amor e que segundo o amor é que
seremos examinados.
Todos - Senhor Jesus, ensina-me a amar
mesmo que não seja reconhecido nem correspondido. Ensina-me a amar por palavras
e por obras, mas também pelo silêncio, guardando tudo no coração como a tua e
nossa Mãe.
9ª ESTAÇÃO – Jesus cai
pela terceira vez
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o
mundo.
Do Profeta
Isaías (Is 53, 8-9): Sem defesa, nem
justiça, levaram-no à força. Quem é que se preocupou com o seu destino? Foi
suprimido da terra dos vivos, mas por causa dos pecados do meu povo é que foi
ferido. Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios, e uma tumba entre os
malfeitores, embora não tenha cometido crime algum, nem praticado qualquer
fraude.
Leitor 1 - Perante a terceira queda de Jesus
experimentamos a denúncia da nossa tendência para fugirmos aos meus pequenos
sofrimentos ou contrariedades que a entrega aos outros, que o amor aos irmãos
acarreta. Dizemos facilmente sim ao seguimento, ao serviço aos outros… mas
quando aparecem as primeiras dificuldades, aí abandonamos a cruz. Falta-nos a
«determinada determinação» de que fala Santa Teresa de Jesus.
Leitor 2 - Os pastorinhos foram presos e
questionados brutalmente sobre as aparições, no entanto, por fidelidade a Nossa
Senhora preferiam morrer do que ceder às pressões dos seus agressores e dos
presos: «Mas vocês – diziam eles – digam ao Senhor Administrador lá esse
segredo. Que lhes importa que essa Senhora não queira? Isso, não! – Respondeu a
Jacinta com vivacidade. – Antes quero morrer.» (Primeira Memória, I, 12, p.
36).
Todos - Senhor Jesus, chegados a esta
etapa da Via Sacra, sinto-me cada vez mais pequeno diante da grandeza do Sim do
teu amor.
10ª ESTAÇÃO – Jesus é
despojado das suas vestes
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz, remistes o
mundo.
Do Evangelho
de S. Marcos (Mc 15, 24): Depois,
crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para
ver o que cabia a cada um.
Leitor 1 - Jesus ao ser despojado das suas
vestes remete-nos para a vulnerabilidade em que o Filho de Deus foi colocado
pelo mistério da Encarnação. Ficou sujeito em tudo às vicissitudes dos homens.
«Ele que era de condição divina não se valeu da Sua igualdade com Deus». Quantas
vezes nos vemos a defender estatutos sociais, a defender a nossa honra, a
cultivar imagens de nós próprios, querendo ser grandes aos olhos do mundo.
Jesus ensina-nos a viver da verdade, da humildade e da humilhação, se
necessário.
Leitor 2 - Na Quarta Memória a Irmã Lúcia
escreve: «não preciso de mais: obediência e abandono em Deus que é Quem opera
em mim. Na verdade, não sou mais que o pobre e miserável instrumento de que Ele
se quer servir» (Quarta Memória, I, p. 135).
Todos - Senhor Jesus, ajudai-me a
despojar-me da mentira e das falsas imagens que vou construindo de mim próprio
e revesti-me só de Vós.
11ª ESTAÇÃO – Jesus é
pregado na cruz
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o
mundo.
Do Evangelho de
S. Lucas (Lc 23, 33-34): Quando chegaram
ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à
direita e outro à esquerda. Jesus dizia: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o
que fazem.” Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes.
Leitor 1 - Jesus é colocado entre malfeitores,
é misturado com eles; afinal Jesus veio para eles, entrou em suas casas,
levou-lhes a salvação, reintegrou-os e deu-lhes um novo sentido de vida. Jesus disse: «Eu não vim chamar os justos
mas os pecadores» e só baixando ao nível dos pecadores é que os pode resgatar.
E do meio dos pecadores profere palavras de perdão e reconciliação,
compadecendo-se da sua ignorância e cegueira. Jesus não julga nem condena, mas
antes absolve e salva. Nós somos bem mais prontos a condenar do que a
desculpar. Precisamos de recordar muitas vezes este gesto de perdão de Jesus.
Leitor 2 - Nossa Senhora pediu muitas vezes
aos pastorinhos que rezassem e fizessem sacrifícios pela conversão dos
pecadores. E na Segunda Aparição, o Anjo também disse aos pastorinhos: «De tudo
o que puderdes, oferecei um sacrifício em acto de reparação pelos pecados com
que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores» (Quarta Memória,
II, 1, p. 153).
Todos - Senhor, deixas-me sem
palavras, em silêncio total diante deste quadro: entre malfeitores e a perdoar
os que te trouxeram até à cruz. Reconheço-me pecador e peço-te a graça do
perdão. Quero aproximar-me mais vezes do sacramento do perdão.
12ª ESTAÇÃO – Jesus
morre na cruz
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o
mundo.
Do Evangelho
segundo S. João (Jo 19, 28): Depois
disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, para se cumprir totalmente a
Escritura, disse: “Tenho sede!”.
Leitor 1 - Em Jesus cumprem-se as Escrituras.
Jesus leva à plenitude a obra de salvação que o Pai quer oferecer a toda a
humanidade. A constatação que Jesus faz: «Tenho sede» diz tudo. Diz da sua sede
de resgatar todos os homens do poder das trevas e do pecado para os reconciliar
com o Pai. Jesus tem sede de mim, sede de cada um de nós. Tem sede do nosso
amor. Podemos saciá-Lo com a nossa vida alegre, fraterna, serviçal, fiel. A
morte de Jesus foi uma morte fecunda, foi penhor de uma nova criação: «Se o grão
de trigo caído à terra não morrer não dá fruto mas se morrer dá muito fruto».
Leitor 2 - Diz-nos a Irmã Lúcia: «Já de noite,
despedi-me do Francisco.
– Francisco,
adeus! Se fores para o Céu esta noite, não te esqueças lá de mim, ouviste?
– Não te
esqueço, não. Fica descansada.
E
agarrando-me a mão direita apertou-a com força… O Céu aproximava-se. Para lá
voou no dia seguinte, nos braços da Mãe Celeste» (Quarta Memória, I, 17, p.
164).
Todos - Senhor Jesus, aumenta a minha
fé e ajuda-me a viver a vida na perspectiva da eternidade.
13ª ESTAÇÃO – Jesus é
descido da cruz
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o
mundo.
Do Evangelho
segundo S. João (Jo 19, 38): Depois
disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo
das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de
Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo.
Leitor 1 - Os discípulos de Jesus, como José
de Arimateia, foram dispersos, desistiram do seguimento, ficando pelo caminho.
Assim somos muitos de nós. Seguimos Jesus até certo ponto mas quando Ele nos
desconcerta a vida, quando nos desorganiza os nossos planos então recuamos.
Esquecemos facilmente que a vida em fé não se compadece com consolações, com
vida fácil, impassível aos sofrimentos próprios e dos demais. A vida espiritual
pede-nos purificação, passagem pelo deserto das provas, pede-nos compromisso
duro e fiel, aceitando enfrentar adversidades sociais ou políticas, por vezes
até mesmo incompreensões de familiares e amigos.
Leitor 2 - Disse a Jacinta à Irmã Lúcia:
«Tenho pena de ti. O Francisco e eu vamos para o Céu e vais ficar cá sozinha!
Pedi a Nossa Senhora para te levar também para o Céu, mas ela quer que fiques
cá mais algum tempo. Quando vier a guerra não tenhas medo. No Céu, eu peço por
ti» (Terceira Memória, I, 5, p. 129).
Todos - Senhor Jesus, que eu não ceda
ao medo. Dá-me a força e a coragem do Discípulo Amado e de Tua Mãe que estavam
junto à tua cruz.
14ª ESTAÇÃO – Jesus é
sepultado
V. Nós Vos
adoramos e bendizemos, Senhor Jesus!
R. Pela Vossa Santa Cruz remistes o
mundo.
Do Evangelho
segundo S. João (Jo 19, 40-42): Tomaram
então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes,
segundo o costume dos judeus. No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia
um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido
sepultado. Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo
estava perto, foi ali que puseram Jesus.
Leitor 1 - No Gólgota havia um jardim e foi
ali que sepultaram Jesus. O jardim remete-nos para o início da criação, para o
sonho de Deus ao colocar os nossos primeiros pais no Jardim do Paraíso. Deus
não descansa enquanto o homem não abraçar o plano de felicidade que Deus sonhou
para ele. Em Jesus, podemos regressar ao Jardim donde o nosso pecado nos
retira. Sempre que sou um ouvinte fiel da Sua Palavra, sempre que a ponho em
prática, sempre que me sento à mesa da Eucaristia e convido todos os demais
para este banquete estou a antecipar nas núpcias de Deus com a humanidade
antecipadas neste sacramento. Na eucaristia, «Anunciamos, Senhor, a vossa morte
e proclamamos a vossa ressurreição, vinde, Senhor Jesus!»
Leitor 2 - Disse a pequena Beata Jacinta:
«Gosto tanto de Jesus escondido! Quem me dera recebê-Lo na Igreja! No Céu não
se comunga? Se lá se comungar, eu comungo todos os dias». E quando a Lúcia
voltava da Igreja perguntava-lhe: «Comungaste? Se lhe dizia que sim, pedia-me:
‘Chega-te aqui para junto de mim, que tens em teu coração Jesus escondido’»
(Terceira Memória, I, 9, p. 131).
Senhor Jesus, que todas as vezes que
tomarmos o Teu Corpo e o Teu Sangue formemos o Teu Corpo que é a Igreja guiada
pela lei do amor a Deus e ao próximo.
Rezemos um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória nas intenções do Papa, para ganhar as indulgências da oração da Via Sacra.
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