ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade
e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias
deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós
nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois
que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos
motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos
prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso
amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José
como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela
vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas
fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do
Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes
devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
Evangelho (Mt 5,20-26): Porque Eu vos digo: Se
a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis
no Reino do Céu. Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás. Aquele que
matar terá de responder em juízo. Eu, porém, digo-vos: Quem se irritar contra o
seu irmão será réu perante o tribunal; quem lhe chamar 'imbecil' será réu
diante do Conselho; e quem lhe chamar 'louco' será réu da Geena do fogo. Se
fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que
o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar,
e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para apresentar a
tua oferta. Com o teu adversário mostra-te conciliador, enquanto caminhardes
juntos, para não acontecer que ele te entregue ao juiz e este à guarda e te
mandem para a prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá até que pagues o
último centavo.»
«Deixa lá a tua
oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão»
Fr. Thomas LANE (Emmitsburg, Maryland, Estados
Unidos)
Hoje, o Senhor, ao falar-nos do que se passa
nos nossos corações, incita-nos à conversão. O mandamento diz-nos «Não matarás»
(Mt 5,21), mas Jesus recorda-nos que existem outras formas de matar a vida nos
outros. Podemos fazê-lo abrigando no nosso coração uma ira excessiva contra
eles, ou tratando-os sem respeito e de forma insultuosa («imbecil»; «louco»:
cf. Mt 5,22).
O Senhor chama-nos a ser pessoas íntegras:
«Deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu
irmão» (Mt 5,24), querendo dizer-nos que a fé que professamos quando celebramos
a Liturgia deve influenciar a nossa vida quotidiana e determinar a nossa
conduta. Portanto, Jesus pede-nos que nos reconciliemos com os nossos inimigos.
Um primeiro passo no caminho da reconciliação é orar pelos nossos inimigos,
como Jesus solicitou. E se tal nos parecer difícil, então será bom recordar
imaginando, na nossa mente, Jesus Cristo morrendo por aqueles de quem não
gostamos. Se fomos seriamente prejudicados por outros, oremos para que
cicatrizem as recordações dolorosas e para que obtenhamos a graça de os
perdoarmos. E, de cada vez que orarmos, peçamos ao Senhor que revisite conosco
o tempo e o lugar da ferida - substituindo-a com o Seu amor— para que assim
sejamos livres para poder perdoar.
Nas palavras de Bento XVI, «se queremos apresenta-nos
perante Ele, também devemos pôr-nos a caminho no sentido de nos encontrarmos
uns com os outros. Para isso, é necessário aprender a grande lição do perdão:
não deixar que o ressentimento se instale no nosso coração, mas sim abri-lo à
magnanimidade da escuta do outro, abri-lo à compreensão, à eventual aceitação
dos seus pedidos de desculpa e à generosa oferta dos nossos próprios».
«Se a vossa
justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no
Reino do Céu»
Rev. D. Joaquim MESEGUER García (Sant Quirze
del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje, Jesus chama-nos a irmos para lá da
legalidade: «Porque Eu vos digo: Se a vossa justiça não superar a dos doutores
da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino do Céu» (Mt 5,20). A Lei de
Moisés aponta o mínimo necessário para garantir a convivência; mas o cristão,
instruído por Jesus Cristo e cheio do Espírito Santo, deve procurar superar
este mínimo para chegar ao máximo do amor possível. Os doutores da Lei e os
fariseus eram cumpridores estritos dos mandamentos; ao rever a nossa vida, qual
de nós poderia dizer o mesmo? Andemos com cuidado, por tanto, para não
menosprezar sua vivência religiosa.
O que hoje Jesus nos ensina é a não darmos
como certo o fato de que se cumprirmos esforçadamente determinados requisitos
possamos reclamar méritos a Deus, como faziam os doutores da Lei e os fariseus.
De preferência, devemos por a ênfase no amor a Deus e aos nossos irmãos, amor
esse que nos leva para lá da Lei fria e a reconhecer as nossas faltas numa
conversão sincera.
Há quem diga: “Eu sou bom porque não roubo,
nem mato, nem faço mal a ninguém”; mas Jesus diz-nos que isto não é suficiente,
pois existem outras formas de roubar ou matar. Podemos matar as ilusões do
outro, podemos menosprezar o próximo, anulá-lo ou deixá-lo marginalizado,
podemos ter-lhe rancor; e tudo isto é matar, não com uma morte física, mas com
uma morte moral e espiritual.
No decorrer da nossa vida podemos encontrar
muitos adversários, mas o pior de todos eles somos nós próprios quando nos
afastamos do caminho do Evangelho. Por isso mesmo, na procura da reconciliação
com os irmãos, devemos, em primeiro lugar, estar reconciliados conosco. Santo
Agostinho diz-nos: «Enquanto fores adversário de ti próprio, a Palavra de Deus
será tua adversária. Torna-te amigo de ti mesmo e te reconciliarás com ela».
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
* O texto do
evangelho de hoje faz parte de uma unidade maior de Mt 5,20 até Mt 5,48. Nela
Mateus mostra como Jesus interpreta e explica a Lei de Deus. Por cinco vezes
ele repete a frase: "Antigamente foi dito, mas eu vos digo!" (Mt
5,21. 27.33.38.43). Um pouco antes, ele tinha dito: “Não pensem que vim acabar
com a Lei e os Profetas. Não vim acabar, mas sim dar-lhes pleno cumprimento (Mt
5,17). A atitude de Jesus frente à lei é, ao mesmo tempo, de ruptura e de
continuidade. Ele rompe com as interpretações erradas, mas mantém firme o
objetivo que a lei quer alcançar: a prática da justiça maior que é o Amor.
* Mateus 5,20: A
justiça maior que a justiça dos fariseus. Este primeiro
versículo dá a chave geral de tudo que segue no conjunto de Mt 5,20-48. A
palavra Justiça aparece nenhuma vez em Marcos, e sete vezes no Evangelho de
Mateus (Mt 3,15; 5,6.10.20; 6,1.33; 21,32). Isto tem a ver com a situação das
comunidades para as quais Mateus escreve. O ideal religioso dos judeus da época
era "ser justo diante de Deus". Os fariseus ensinavam: "A pessoa
alcança a justiça diante de Deus quando chega a observar todas as normas da lei
em todos os seus detalhes!" Este ensinamento gerava uma opressão legalista
e trazia muita angústia para as pessoas, pois era muito difícil alguém observar
todas as normas (cf. Rm 7,21-24). Por isso, Mateus recolhe palavras de Jesus
sobre a justiça mostrando que ela deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt
5,20). Para Jesus, a justiça não vem do que eu faço por Deus observando a lei,
mas sim do que Deus faz por mim, acolhendo-me como filho ou filha. O novo ideal
que Jesus propõe é este: "Ser perfeito com o Pai do céu é perfeito!"
(Mt 5,48). Isto quer dizer: eu serei justo diante de Deus, quando procuro
acolher e perdoar as pessoas da mesma maneira como Deus me acolhe e me perdoa,
apesar dos meus defeitos e pecados.
* Por meio de
cinco exemplos bem concretos, Jesus vai mostrar como fazer para alcançar esta
justiça maior que supera a justiça dos escribas e dos fariseus. Como veremos, o
evangelho de hoje traz o primeiro exemplo relacionado com a nova interpretação
do quinto mandamento: Não matarás! Jesus vai revelar o que Deus queria quando
entregou este mandamento a Moisés.
* Mateus 5,21-22:
A lei diz "Não matarás!" (Ex 20,13) Para observar plenamente
este quinto mandamento não basta evitar o assassinato. É preciso arrancar de
dentro de si tudo aquilo que de uma ou de outra maneira possa levar ao
assassinato, como por exemplo, raiva, ódio, xingamento, desejo de vingança,
exploração, etc.
* Mateus 5,23-24:
O culto perfeito que Deus quer. Para poder ser aceito por Deus e estar
unido a ele, é preciso estar reconciliado com o irmão, com a irmã. Antes da
destruição do Templo, no ano 70, quando os judeus cristãos participavam das
romarias a Jerusalém para fazer suas ofertas no altar e pagar suas promessas,
eles sempre se lembravam desta frase de Jesus. Nos anos 80, no momento em que
Mateus escreve, o Templo e o Altar já não existem. Tinham sido destruídos pelos
romanos. A própria comunidade e a celebração comunitária passam ser o Templo e
o Altar de Deus.
* Mateus 5,25-26:
Reconciliar. Um dos pontos em que o Evangelho de Mateus
mais insiste é a reconciliação. Isto mostra que, nas comunidades daquela época,
havia muitas tensões entre grupos radicais com tendências diferentes e até
opostas. Ninguém queria ceder diante do outro. Não havia diálogo. Mateus
ilumina esta situação com palavras de Jesus sobre a reconciliação que pedem
acolhimento e compreensão. Pois o único pecado que Deus não consegue perdoar é
a nossa falta de perdão aos outros (Mt 6,14). Por isso, procure a
reconciliação, antes que seja tarde demais!
ORAÇÃO - Ó glorioso S.
José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a
piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas
mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos
da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu
primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos
invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante
vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem
santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de
Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO
JOSÉ
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade
de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre Filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da mãe de Deus,
Guarda da puríssima Virgem,
Sustentador do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Jesus Cristo,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos operários,
Honra da vida de família,
Guarda das virgens,
Amparo das famílias,
Alívio dos sofredores,
Esperança dos doentes,
Consolador dos aflitos,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, tende piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas
possessões.
ORAÇÃO: Deus, que por
vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para
Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter
como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor.
Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.
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