Textos: Sofonías 2, 3; 3, 12-13; 1 Coríntios
1, 26-31; Mateus 5, 1-12.
Evangelho (Mt
5,1-12): Vendo as multidões, Jesus subiu
à montanha e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e ele começou a ensinar:
«Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Felizes os que
choram, porque serão consolados. Felizes os mansos, porque receberão a terra em
herança. Felizes os que têm fome e sede da justiça, porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Felizes os puros de
coração, porque verão a Deus. Felizes os que promovem a paz, porque serão
chamados filhos de Deus. Felizes os que são perseguidos por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos Céus. Felizes sois vós, quando vos injuriarem e
perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de mim.
Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus. Pois foi
deste modo que perseguiram os profetas que vieram antes de vós».
«Felizes os pobres no
espírito»
Rev. D. Pablo CASAS Aljama (Sevilla, Espanha)
Hoje lemos
este Evangelho tão conhecido para todos nós, mas sempre tão surpreendente. Com
este fragmento das bem-aventuranças, Jesus oferece-nos um modelo de vida, uns
valores, que segundo Ele são os que nos podem fazer felizes de verdade.
A felicidade,
seguramente, é a meta principal que todos procuramos na vida. E se
perguntássemos à gente como procuram ser felizes, ou onde procuram a sua
própria felicidade, nos encontraríamos com respostas muito diferentes. Alguns
diriam que na vida da família bem fundamentada; outros que em ter saúde e
trabalho; outros, que em gozar da amizade e do lazer..., e os mais
influenciados talvez por esta sociedade tão consumista, nos diriam que em ter
dinheiro, em poder comprar o maior número possível de coisas e, sobretudo, em
ascender a níveis sociais mais altos.
Estas bem-aventuranças
que nos propõe Jesus, não são, precisamente, as que nos oferece o nosso mundo
de hoje. O Senhor nos diz que serão «felizes» os pobres de espírito, os mansos,
os que choram, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros
de coração, os que promovem a paz, os perseguidos por causa da justiça... (cf.
Mt 5,3-11).
Esta mensagem
do Senhor é para os que querem viver na atitude do desprendimento, da
humildade, do desejo de justiça, de preocupação e interesse pelos problemas do
próximo, e tudo o resto o deixa em segundo término.
Quanto bem
podemos fazer rezando, ou praticando alguma correção fraterna, quando nos
critiquem por crer em Deus e por pertencer à Igreja! Nos os diz claramente
Jesus na sua última bem-aventurança: «Felizes sois vós, quando vos injuriarem e
perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de mim» (Mt
5,11).
São Basílio
nos diz que «não se deve ter ao rico por ditoso só pelas suas riquezas; nem ao
poderoso pela sua autoridade e dignidade; nem ao forte pela saúde de seu
corpo... Todas essas coisas são instrumentos da virtude para os que as usam
retamente, mas elas, em si mesmas não contêm a felicidade».
As bem-aventuradas são o
retrato do cristão e do seguidor de Cristo.
Pe. Antônio Riveiro, L.C.
Bta Arcângela Girlani Virgem de nossa Ordem |
Aos
colaboradores que chamou no domingo passado e a todos os que queiram livremente
segui-lo e amar-lhe, deixa as bem-aventuranças como carteira de identidade e
mapa como guia (Evangelho). Estas impressões digitais, para muitos deste mundo,
são um escândalo e os portadores de tal carteira serão considerados nécios e
desprezíveis (segunda leitura).
Em primeiro
lugar, Jesus deixa bem claro aos que querem segui-lo e acompanhá-lo na sua
missão universal salvadora (domingo passado) como devem ser, seguindo o seu
exemplo, gravando nas suas frontes a palavra: “Bem-aventurados”. Pobres, porque
elegeram ser pobres para pôr a confiança plena em Deus, a verdadeira riqueza
imarcescível. Sofridos, perseguidos, caluniados e insultados por causa de
Jesus, pois estes justos são incômodos para a sociedade. Famintos e sedentos de
vontade de Deus e não de pratos mundanos: êxitos, ambições, prazeres.
Misericordiosos, que saibam ser portadores do amor e ternura de Deus, como
tantas vezes nos diz com amor o Papa Francisco. Os humildes, que colocam a Deus
em primeiro lugar. Puros, que tem o coração livre de armadilhas, de cálculos e
intenções torcidas; coração transparente, sincero, não hipócrita. Mansos e
pacificadores, que não atuam com ira, mas sim com bondade, criando paz ao seu
redor e não aprovam nenhuma classe de corrida armamentista, nem violência agressiva,
física, psicológica nem afetiva.
Em segundo
lugar, o mundo de hoje propõe outro tipo de identidade, totalmente contrário ao
programa de Cristo. As bem-aventuranças deste mundo estão em contraste com as
de Cristo. Este mundo, ainda não convertido a Cristo, chama de felizes aos
ricos, à custa dos pobres; felizes aos violentos que conquistam a qualquer
preço terras para engrandecer-se. O mundo aplaude aos que tem êxito, ainda que
tenham que mentir; aos vingativos sem piedade; não aos que choram, mas aos que
ridicularizam aos que vivem as virtudes e os valores mais elementares, como a
honestidade, a honra e a pureza; o mundo os chama de hipócritas, tontos e
retardados. Mas Cristo os chama de felizes.
Finalmente,
Qual preferimos: as bem-aventuranças de Cristo ou as do mundo? Se são as de
Cristo, então preparemos os ombros porque a cruz será pesada nesta vida, mas
com a alegria no coração. Se optamos pelas do mundo, então, tudo é permitido,
“comamos, bebamos, façamos banquetes”, pois a vida é breve e temos que
aproveitar ao máximo o que o mundo nos oferece.
Para refletir: As portas do grande comercio do céu só
se abrirão aos que seguiram e viveram as bem-aventuranças de Jesus (primeira
leitura e Evangelho). Você é quem sabe.
Quaisquer
sugestões ou dúvidas podem comunicar-se com o Pe. Antonio neste e-mail:
arivero@legionaries.org
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