«Entre todos os nascidos
de mulher não surgiu quem fosse maior que João Batista»
Johannes VILAR (Köln, Alemanha)
Hoje, como no
domingo passado, a Igreja apresenta-nos a figura de João Batista. Ele tinha
muitos discípulos e uma doutrina clara e diferençada: para os publicanos, para
os soldados, para os fariseus e saduceus…. A sua obrigação é preparar a vida
pública do Messias. Primeiro enviou João e André, hoje envia outros para que o
conheçam. Levam uma pergunta: «És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar
outro?» (Mt 11,3). João bem sabia quem era Jesus. Ele mesmo o testemunha: «Eu
não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: Sobre quem
vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo» (Jo
1,33). Jesus responde com fatos: os cegos veem e os coxos andam…
João era de
caráter firme, no seu modo de viver e de se manter na Verdade, o que lhe custou
a prisão e o martírio. Mesmo na prisão fala claramente com Herodes. João
ensina-nos a conciliar a firmeza de caráter com a humildade: «Eu não sou digno
de lhe desatar a correia do calçado» (Jo 1,27); «Importa que ele cresça e que
eu diminua» (Jo 3,30); alegra-se de que Jesus batize mais do que ele, pois
considera-se somente “amigo do esposo” (cf. Jo 3,26).
Numa palavra:
João ensina-nos a tomar a sério a nossa missão na terra: sermos cristãos
coerentes, que se sabem filhos de Deus e que, como tal, agem. Devemos perguntar-nos:
— Como se terão preparado Maria e José para o nascimento de Jesus Cristo? Como
preparou João os ensinamentos de Jesus? Como nos preparamos nós para comemorar
o seu nascimento e para a segunda vinda do Senhor no fim dos tempos? Pois, como
dizia São Cirilo de Jerusalém: «Nós anunciamos a vinda de Cristo, não só a
primeira, mas também a segunda, muito mais gloriosa do que aquela. Pois aquela
esteve impregnada de sofrimento, mas a segunda trará o diadema da glória
divina».
Alegrai-vos no Senhor
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa
Sta Maria Maravilhas de Jesus Virgem de nossa Ordem |
As Leituras
bíblicas são um convite muito forte para a ALEGRIA, porque o Senhor, que
esperamos, já está conosco e com ele preparamos o Advento do seu Reino. Por
isso, o 3º domingo do Advento é chamado “Domingo da alegria
No Evangelho,
Jesus mostra que o mundo novo anunciado pelo Profeta já chegou. O texto tem 3
partes: (Mt 11,2-11)
1. A PERGUNTA de João Batista: João Batista estava preso… por
Herodes… por reprovar o seu comportamento… No cárcere, ouve falar das obras de
Cristo, tão diferente do que se esperava: Ele anunciara um juiz severo que
castigaria os pecadores… Ao invés, defronta-se com alguém que se aproxima dos
pecadores. Perplexo, envia a Jesus dois discípulos com uma pergunta bem
concreta: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar por outro“?
2. A RESPOSTA de Jesus: Jesus responde apontando seis sinais
concretos de libertação, já anunciados por Isaías há muito tempo: “Ide contar a
João o que estais ouvindo e vendo:
cegos… paralíticos… leprosos… surdos… mortos… pobres evangelizados…” E
acrescenta: “Feliz quem não se
escandalizar de mim…” Jesus mostra a João que as suas obras comprovam a era
messiânica, mas sob a forma de atos de salvação, não de violência e castigo.
Bto Franco de Siena Leigo eremita de nossa Ordem |
A Ação
libertadora de Deus deve continuar na História através de gestos concretos dos
seguidores de Cristo. A resposta de Jesus a João Batista foi clara: “Ide contar
a João o que estais OUVINDO e VENDO…” Pelos “sinais”, que podiam ver e ouvir,
Jesus comprovava a presença salvadora e libertadora de Deus no meio dos homens.
Para perpetuar no mundo a ação salvadora e libertadora de Deus, os “Sinais”,
que Jesus realizava então, devem continuar acontecendo agora, através dos seus seguidores.
Em nossa vida e nossas comunidades há gestos de salvação e libertação que são
sinais que o Reino de Deus já chegou?
Os “surdos“,
fechados num mundo sem comunicação e sem diálogo, encontram em nós a Palavra
viva de Deus que os desperta para a comunhão e para o amor?
Os “cegos“,
encerrados nas trevas do egoísmo ou da violência, encontram em nós o desafio
que Deus lhes apresenta de abrir os olhos à luz?
Os “coxos“,
privados de movimento e de liberdade, escondidos atrás das grades em que a
sociedade os encerra, encontram em nós a Boa Nova da liberdade?
Os “pobres“,
sem voz nem dignidade, sentem em nós o amor de Deus?
O que
significa hoje recuperar a vista aos cegos, a capacidade de andar aos coxos, a
audição aos surdos, a ressurreição aos mortos? A Liturgia de domingo é um
convite forte à alegria: “Alegrai-vos sempre no Senhor, de novo vos digo:
alegrai-vos: o Senhor está perto”. (Ant de Entrada)
A Boa Nova
trazida no Natal é mensagem de alegria… Gabriel na anunciação… Isabel na
visitação… Maria no Magnificat… os Anjos aos pastores… A ALEGRIA é uma
característica de nossas Comunidades? Somos semeadores de alegria ou motivo de
dor e tristeza?
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