Bto Francisco de Jesus, Maria e José,
(Palau y Quer)
Presbítero de nossa Ordem
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A fé como “semente da
vida interior”
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de
Bento XVI)
Hoje
consideramos um dos textos mais enigmáticos do Novo Testamento. Na realidade,
as "montanhas" e "árvores" que removem a fé são as que
obstaculizam nossa vida. Estas são quase sempre, muito mais importantes que os
que figuram nos mapas.
O ato de fé
não é convencer-se de uma ideia ou atribuir um poder à fé, mas que consiste em
confiar em que Deus está ai e posso pôr-me em suas mãos. Então desaparecerá a
"montanha". O Senhor emprega também o símbolo do "grão de
mostarda", que sendo o menor de todos os grãozinhos, acaba convertendo-se
em uma árvore onde os pássaros fazem seus ninhos. Este grão de mostarda é um
profundo símbolo da fé: alberga, por um lado, a insignificância (que me
empobrece), mas também a potencialidade do crescimento. A fé é, sobretudo, uma
semente de vida.
—Só serei
um verdadeiro crente quando a fé seja uma semente viva que cresce em meu
interior, e só então transformará realmente meu mundo trazendo algo novo.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
Beata Josefa Naval Girbés
virgem leiga da OTC
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* O
evangelho de hoje traz três palavras distintas de Jesus: uma sobre como evitar
o escândalo dos pequenos, outra sobre a importância do perdão e uma terceira
sobre o tamanho da fé em Deus que devemos ter.
* Lucas 17,1-2: Primeira palavra:
evitar o escândalo
“Jesus
disse a seus discípulos: "É inevitável que aconteçam escândalos, mas, ai
daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma
pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses
pequeninos”. Escândalo é aquilo que faz a pessoa tropeçar e cair. No nível da
fé significa aquilo que desvia a pessoa do bom caminho. Escandalizar os
pequenos é ser motivo pelo qual os pequenos se desviem e percam a fé em Deus.
Quem faz isto recebe a seguinte sentença: “Corda no pescoço amarrada numa pedra
de moinho para ser jogado no fundo do mar!”Por que tanta severidade? É porque
Jesus se identifica com os pequenos, os pobres. (Mt 25,40.45). São os seus
preferidos, os primeiros destinatários da Boa Nova (cf. Lc 4,18). Quem toca
neles, toca em Jesus! Ao longo dos séculos, muitas vezes, nós cristãos pelo nosso
modo de viver a fé fomos motivo pelo qual os pequenos se afastaram da igreja e
procuraram outras religiões. Já não conseguiam crer, como dizia o apóstolo na
carta aos romanos, citando o profeta Isaías: "Por causa de vocês, o nome
de Deus é blasfemado entre os pagãos." (Rm 2,24; Is 52,5; Ez 36,22). Até
onde nós temos culpa? Será que merecemos a corda no pescoço?
* Lucas 17,3-4: Segunda palavra:
Perdoar o irmão
“Prestem
atenção! Se o seu irmão peca contra você, chame a atenção dele. Se ele se
arrepender, perdoe. Se ele pecar contra você sete vezes num só dia, e sete
vezes vier a você, dizendo: 'Estou arrependido', você deve perdoá-lo”. Sete vezes por dia! Não é pouco! Jesus pede
muito! No evangelho de Mateus, ele diz que devemos perdoar até setenta vezes sete!
(Mt 18,22). O perdão e a reconciliação são um dos assuntos em que Jesus mais
insiste. A graça de poder perdoar as pessoas e reconcilia-las entre si e com
Deus foi dada a Pedro (Mt 16,19), aos apóstolos (Jo 20,23) e à comunidade (Mt
18,18). A parábola sobre a necessidade de perdoar o próximo não deixa dúvida:
se não perdoarmos aos irmãos, não podemos receber o perdão de Deus (Mt
18,22-35; 6,12.15; Mc 11,26). Pois não há proporção entre o perdão que
recebemos de Deus e o perdão que devemos oferecer ao próximo. O perdão com que
Deus nos perdoa gratuitamente é como dez mil talentos comparados com cem
denários (Mt 18,23-35). A Bíblia de Jerusalém fez o cálculo: dez mil talentos
são 174 toneladas de ouro; cem denários não passam de 30 gramas de ouro.
* Lucas 17,5-6: Terceira palavra:
Aumentar em nós a fé
“Os
apóstolos disseram ao Senhor: "Aumenta a nossa fé!”O Senhor respondeu:
"Se vocês tivessem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam
dizer a esta amoreira: 'Arranque-se daí, e plante-se no mar'. E ela obedeceria
a vocês”. Neste contexto de Lucas, a pergunta dos apóstolos aparece como
motivada pela ordem de Jesus de perdoar até sete vezes por dia ao irmão ou à
irmã que pecar contra nós. Não é fácil perdoar. O coração fica magoado, e a
razão arruma mil motivos para não perdoar. Só com muita fé em Deus é possível
chegarmos ao ponto de ter um amor tão grande que ele nos torne capazes de
perdoar até sete vezes por dia ao irmão que peca contra nós. Humanamente
falando, aos olhos do mundo, perdoar assim é loucura e escândalo, mas para nós
tal atitude é expressão da sabedoria divina que nos perdoa infinitamente mais.
Dizia Paulo: “Nós anunciamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e
loucura para os pagãos. (1Cor 1,23).
Para um confronto pessoal
1) Na minha vida, alguma vez, já fui motivo de escândalo
par o meu próximo? Ou alguma vez, os outros foram motivo de escândalo para mim?
2) Será que sou capaz de perdoar sete vezes por dia ao
irmão ou à irmã que me ofende sete vezes por dia?
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