ORAÇÃO
PREPARATÓRIA
Senhor,
todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo o ser e para quem
todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os
exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para
vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de
santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada,
minha terna Mãe, volvei para mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me
sentir cada vez mais os benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do
céu dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo
das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção.
Amém.
Evangelho
(Mc 9,14-29): Quando voltaram para junto
dos discípulos, encontraram-nos rodeados por uma grande multidão, e os escribas
discutiam com eles. Logo que a multidão viu Jesus, ficou admirada e correu para
saudá-lo. Jesus perguntou: «Que estais discutindo?». Alguém da multidão
respondeu-lhe: «Mestre, eu trouxe a ti o meu filho que tem um espírito mudo.
Cada vez que o espírito o agride, joga-o no chão, e ele começa a espumar, range
os dentes e fica completamente duro. Eu pedi aos teus discípulos que o
expulsassem, mas eles não conseguiram».
Jesus lhes respondeu: «Ó geração sem fé! Até quando vou ficar convosco?
Até quando vou suportar-vos? Trazei-me o menino!». Levaram-no. Quando o
espírito viu Jesus, sacudiu violentamente o menino, que caiu no chão e rolava
espumando. Jesus perguntou ao pai: «Desde quando lhe acontece isso? O pai
respondeu: «Desde criança. Muitas vezes, o espírito já o lançou no fogo e na
água, para matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem compaixão e ajuda-nos».
Jesus disse: «Se podes…? Tudo é possível para quem crê». Imediatamente, o pai do
menino exclamou: «Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé». Vendo Jesus que a multidão se ajuntava ao seu
redor, repreendeu o espírito impuro: «Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai
do menino e nunca mais entres nele». O espírito saiu, gritando e sacudindo
violentamente o menino. Este ficou como morto, tanto que muitos diziam:
«Morreu!». Mas Jesus o tomou pela mão e o levantou; e ele ficou de pé. Depois
que Jesus voltou para casa, os discípulos lhe perguntaram, em particular: «Por
que nós não conseguimos expulsá-lo?». Ele respondeu: «Essa espécie só pode ser
expulsa pela oração».
«Ajuda-me na minha
falta de fé»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès,
Barcelona, Espanha)
Hoje
contemplamos — mais uma vez! — o Senhor solicitado pela gente («correu para
saudá-lo») e, por sua vez, Ele solícito da gente, sensível as suas
necessidades. Em primeiro lugar quando suspeita que alguma coisa está
acontecendo, se interessa pelo problema. Intervém um dos protagonistas, isto é,
o pai de um jovem que está possuído por um espírito maligno: «Mestre, eu trouxe
a ti o meu filho que tem um espírito mudo. Cada vez que o espírito o agride,
joga-o no chão, e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente
duro» (Mc 9,17-18).
É
terrível o mal que o Diabo pode chegar a fazer! Uma criatura sem caridade —
Senhor, temos que rezar! «Livra-nos do mal» Não se entende, como hoje em dia,
pode haver vozes que dizem que o Diabo não existe, ou outros que lhe rendem
algum tipo de culto. É absurdo! Nós temos que tirar uma lição de tudo isto: não
se pode brincar com fogo!
«Eu
pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram». (Mc
9,18). Quando Jesus ouve essas palavras, sente grande desgosto. Desgosta-se,
sobretudo, pela falta de fé... E lhes falta fé porque tem que rezar mais: «Essa
espécie só pode ser expulsa pela oração» (Mc 9,29).
A
oração é um diálogo “íntimo” com Deus. João Paulo II tem afirmado que «a oração
supõe sempre uma espécie de encobrimento com Cristo em Deus. Só nesse
“encobrimento” atua o Espírito Santo» Em um ambiente íntimo de encobrimento se
pratica a assiduidade amistosa com Jesus, a partir da qual se gera o incremento
de confiança Nele, quer dizer, o aumento da fé.
Mas
esta fé, que move montanhas e expulsa espíritos maliciosos («Tudo é possível
para quem crê») é, sobretudo, um dom de Deus. Nossa oração, em todo caso, nos
coloca em disposição para receber o dom. Mas a esse dom temos que implorá-lo:
«Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé» (Mc 9,24). A resposta de Cristo não se
fará “rogar”!
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
São Simão Stock, presbítero Prior Geral de nossa Ordem |
* Marcos 9,14-22: A
situação do povo: desespero sem solução.
Na
descida da montanha da Transfiguração, Jesus encontrou muita gente ao redor dos
discípulos. Um pai estava desesperado, pois um espírito mudo tinha tomado conta
do filho. Com muitos detalhes Marcos descreve a situação do menino possesso, a
angústia do pai, a incapacidade dos discípulos e a reação de Jesus. O que mais
chama atenção são duas coisas: de um lado, a confusão e a impotência do povo e
dos discípulos diante do fenômeno da possessão e, do outro lado, o poder de
Jesus e o poder da fé em Jesus diante do qual o demônio perde toda a sua
influência. O pai tinha pedido aos discípulos para expulsar o demônio do
menino, mas eles não foram capazes. Jesus ficou impaciente e disse: “Até quando
vou aguentar esta geração sem fé! Tragam o menino aqui!”. Jesus pergunta a
respeito da doença do menino. Pela resposta do pai, Jesus fica sabendo que o
menino, “desde pequeno”, tinha uma doença grave que o colocava em perigo de
vida. O pai pede: “Se o senhor puder fazer alguma coisa, tenha pena de nós!” A
frase do pai expressa a situação bem real do povo: (1) tem a fé abalada, (2)
está sem condições de resolver os problemas, mas (3) tem muito boa vontade de
acertar.
* Marcos 9,23-27: A
resposta de Jesus: o caminho da fé.
O
pai tinha dito: “Se o senhor puder fazer alguma coisa,...!” Jesus não gostou da
afirmação: “Se o senhor puder...”. Tal condição não podia ser colocada, pois
“tudo é possível a quem tem fé!” O pai responde: Eu creio, Senhor! Mas ajude a
minha falta de fé! A resposta do pai ocupa um lugar central neste episódio. Ela
mostra como deve ser a atitude do discípulo, da discípula, que, apesar de seus
limites e dúvidas, quer ser fiel. Vendo que vinha muita gente, Jesus agiu
rápido. Ordenou ao espírito que saísse do menino e não voltasse “nunca mais!”
Sinal do poder de Jesus sobre o mal. Sinal também de que Jesus não queria
propaganda populista.
* Marcos 9,28-29.
Aprofundamento com os discípulos.
Em
casa, os discípulos querem saber porque não foram capazes de expulsar o
demônio. Jesus responde: Esta espécie de demônios só sai com muita oração! Fé e
oração andam juntas. Uma sem a outra não existe. Os discípulos tinham piorado.
Antes, eles tinham sido capazes de expulsar os demônios (cf. Mc 6,7.13). Agora,
já não conseguem mais. Faltou o que? Fé ou oração? Por que faltou? São
perguntas que saem do texto e entram na nossa cabeça para que façamos, também
nós, uma séria revisão da nossa vida.
* A expulsão dos
demônios no evangelho de Marcos
No
tempo de Jesus, muita gente falava em Satanás e em expulsão de demônios. Havia
muito medo, e havia pessoas que exploravam o medo do povo. O poder do mal tinha
muitos nomes: Demônio, Diabo, Belzebu, Príncipe dos demônios, Satanás, Dragão,
Dominações, Poderes, Potestades, Soberanias, Besta-fera, Lúcifer, etc. (cf. Mc
3,22.23; Mt 4,1; Ap 12,9; Rm 8,38; Ef 1,21). Hoje, entre nós, o poder do mal
também tem muitos nomes. Basta consultar o dicionário no verbete Diabo ou
Demônio. Também hoje, muita gente desonesta se enriquece, explorando o medo que
o povo tem do demônio. Ora, um dos objetivos da Boa Nova de Jesus é,
precisamente, ajudar o povo a se libertar deste medo. A chegada do Reino de
Deus significa a chegada de um poder mais forte. O homem forte era uma imagem
para designar o poder do mal que mantinha o povo dentro da prisão do medo (Mc
3,27). O poder do mal oprime as pessoas e as aliena de si. Faz com que vivam no
medo e na morte (cf. Mc 5,2). É um poder tão forte que ninguém consegue
amarrá-lo (cf. Mc 5,4). O império romano com suas “Legiões” (cf. Mc 5,9), isto
é, com seus exércitos, era o instrumento usado para manter esta situação de
opressão. Mas Jesus é o homem mais forte que vence, amarra e expulsa o poder do
mal! Na carta aos Romanos, o apóstolo Paulo faz a enumeração de todos os
possíveis poderes ou demônios que poderiam ameaçar-nos, e resume tudo da
seguinte maneira: “Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados,
nem o presente, nem o futuro, nem os poderes, nem a altura, nem a profundeza,
nem outra criatura qualquer! Nada nos pode separar do amor de Deus que se
manifestou em Cristo Jesus, nosso Senhor!” (Rm 8,38-39) Nada mesmo! E as
primeiras palavras de Jesus depois da ressurreição são estas: “Não fiquem
assustadas! Alegrem-se! Não tenham medo! A paz esteja com vocês!” (Mc 16,6; Mt
28,9.10; Lc 24,36; Jo 20,21).
Para um confronto
pessoal
1) Você já viveu alguma vez uma
experiência de impotência diante do mal e da violência? Foi experiência só sua
ou também da comunidade? Como venceu e se reencontrou?
2) Qual a espécie de poder do mal que,
hoje, só sai com muita oração?
ORAÇÃO
COMPOSTA POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO
Ó
Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os
meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no
templo! Mas é já passado esse período de minha vida!
Todavia,
antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje,
oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão
alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que,
depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da
felicidade eterna dos eleitos. Amém.
LADAINHA
DE NOSSA SENHORA
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo ouvi-nos.
Jesus
Cristo atendei-nos.
Deus
Pai dos céus tende piedade de nós.
Deus
Filho, Redentor do mundo,
Deus
Espírito Santo,
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus,
Santa
Maria rogai por nós.
Santa
Mãe de Deus,
Santa
Virgem das virgens,
Mãe
de Jesus Cristo,
Mãe
da divina graça,
Mãe
puríssima,
Mãe
castíssima,
Mãe
imaculada,
Mãe
intacta,
Mãe
amável,
Mãe
admirável,
Mãe
do bom conselho,
Mãe
do Criador,
Mãe
do Salvador,
Mãe
da Igreja,
Virgem
prudentíssima,
Virgem
venerável,
Virgem
louvável,
Virgem
poderosa,
Virgem
benigna,
Virgem
fiel,
Espelho
de justiça,
Sede
da sabedoria,
Causa
da nossa alegria,
Vaso
espiritual,
Vaso
honorífico,
Vaso
insigne de devoção,
Rosa
mística,
Torre
de Davi,
Torre
de marfim,
Casa
de ouro,
Arca
da aliança,
Porta
do Céu,
Estrela
da manhã,
Saúde
dos enfermos,
Refúgio
dos pecadores,
Consoladora
dos aflitos,
Auxílio
dos cristãos,
Esperança
dos carmelitas,
Rainha
dos anjos,
Rainha
dos patriarcas,
Rainha
dos profetas,
Rainha
dos apóstolos,
Rainha
dos mártires,
Rainha
dos confessores,
Rainha
das virgens,
Rainha
de todos os santos,
Rainha
concebida sem pecado original,
Rainha
assunta ao céu,
Rainha
do sacratíssimo Rosário,
Rainha
das famílias,
Rainha
e esplendor do Carmelo,
Rainha
da paz,
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende
misericórdia de nós.
V.
– Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. – Para que sejamos
dignos das promessas de Cristo.
OREMOS - Infundi, Senhor, como vos pedimos,
vossa graça em nossas almas, para que nós que pela anunciação do Anjo viemos ao
conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e
morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Jesus
Cristo, nosso Senhor. Amém.
O
“LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos,
ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a
vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro,
tenha sido por vós abandonado. Animado de tal confiança, eu corro e venho a vós
e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem
das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas
ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
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