Beata Maria da Encarnação
Viúva e Religiosa de nossa
Ordem
Chamou-se no mundo Bárbara
Avrillot e foi filha dos nobres Nicolau, senhor de Champalsteurs, e de Maria
L'Huiller, muito bons cristãos que, por não terem filhos, prometeram ao Senhor
consagrar-lhe o herdeiro que porventura lhes viesse a ser dado. Este apareceu
no dia 1 de fevereiro de 1566. Era uma menina e logo a dedicaram ao Senhor e à
Virgem Maria, vestindo-a de branco até à idade de sete anos. Desde essa data,
viveu como interna entre as Irmãs Menores, chamando a atenção pela sua
simplicidade e piedade. Quando saiu do convento, aos 14 anos, embora tivesse
querido consagrar-se ao Senhor na vida religiosa, seus pais encaminharam-na
para o matrimonio. Aos 16 anos, casou com o visconde Pierre Acarie, a quem amou
e serviu com toda a alma, como competia a uma esposa fidelíssima. Tiveram seis
filhos que educaram cristãmente. Na
altura que saiu do convento, seus pais puseram ao seu serviço uma jovem,
Andreia Levoiz, que era uma maravilha pela sua grande piedade, honradez e
caridade para com todos. Andreia e Bárbara, criada e senhora, vivem intimamente
unidas no caminho da santidade. Ajudam-se mutuamente na vida interior e ambas
correm a par para a meta. Andreia ajuda na educação dos filhos da sua senhora e
amiga, três dos quais se consagrarão ao Senhor no mesmo gênero de vida que sua
mãe seguirá quando se vir livre das ligações do mundo. Tudo parecia caminhar de
vento em popa, quando veio visitá-la a prova. Os inimigos da Igreja atacam-na
sem piedade. A heresia protestante estende-se cada dia mais pela França. O rei
Henrique IV desterra o esposo de Bárbara e ela segue-o para toda a parte. E
objeto de calúnias e ingratidões, mas tudo suporta com coragem e magnanimidade.
Perdoa a todos. Bárbara sustém e ajuda seu marido nesta dura luta. Ela mesma é
ajudada por seu primo, o famoso Cardeal Pierre de Bérulle, e pelo próprio São
Francisco de Sales. Passada a tormenta, espalha-se por toda a França a notícia
das Carmelitas reformadas por Santa Teresa de Jesus e leem-se as maravilhosas
obras da grande santa castelhana. Corria o ano de 1601. Bárbara lê as obras
teresianas e o Senhor vai operando maravilhas na sua alma. Pede conselhos, ora
muito e decide-se. Ela vai organizar todas as coisas, para que essas santas
mulheres, filhas de Teresa de Jesus, possam vir também fazer uma fundação em
França. Assim obtém autorização do Papa Clemente VIII a 13 de novembro de 1603,
pelo decreto “In supremo”, para que seja uma realidade, o que acontece a 29 de agosto
de 1604. Nessa data chegavam de Espanha as seis primeiras carmelitas descalças,
à frente das quais ia Ana de Jesus e a irmã conversa Beata Ana de São
Bartolomeu. A esta primeira fundação de Paris, seguir-se-iam outras feitas
também pela nossa Beata. Entretanto, Bárbara continua com as suas obras de
caridade, de piedade e de maceração do seu corpo, até que em 1616 morre o seu
marido, sem que ela, durante a doença, o deixasse sequer um instante. Foi
verdadeiramente um modelo de esposa e de mãe. Desfeitas as ligações do mundo,
só anseia por se entregar ao Senhor na vida religiosa. Podia fazê-lo nos
conventos mais próximos que ela tinha fundado, mas quis escolher o mais pobre e
mais distante, o de Amiens, onde solicitou com grande humildade que a recebessem
como Irmã de Obediência. Entregou-se em cheio à vida de oração, penitência e
serviço nos trabalhos mais humildes. Recebeu muitas graças do céu e também teve
de sofrer não poucas incompreensões e doenças, que suportou com grande paz e
até com alegria. Cheia de paz e com muitas consolações do céu, expirou a 18 de
abril de 1618. Foi beatificada em 1791 pelo Papa Pio VI.
Salmodia, Leitura,
Responsório breve e Preces do Dia Corrente.
LAUDES
Cântico evangélico
Ant. O que pedirdes a meu Pai, em meu nome,
ele vo-lo dará, diz o Senhor. Aleluia.
Oração
Senhor,
concedestes à Beata Maria da Encarnação insigne propagadora do Carmelo, uma
fortaleza singular para vos servir nos diversos estados da vida cristã e
superar todas as dificuldades; concedei à vossa família vencer com ânimo todos
os embates e perseverar até o fim em vosso Santo Amor. Por nosso Senhor, Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
VÉSPERAS
Cântico evangélico
Ant. Não trabalhei só por mim, mas por todos
os que procuram a verdade. Aleluia.
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