segunda-feira, 7 de março de 2016

MÊS DE SÃO JOSÉ - Terça-feira da 4ª semana da Quaresma

ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

LECTIO DIVINA
Evangelho (Jo 5,1-3.5-16): Depois disso, houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Ora, existe em Jerusalém, perto da Porta das Ovelhas, uma piscina com cinco pórticos, chamada Betesda em hebraico. Muitos doentes, cegos, coxos e paralíticos ficavam ali deitados Encontrava-se ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. Jesus o viu ali deitado e, sabendo que estava assim desde muito tempo, perguntou-lhe: «Queres ficar curado?» O enfermo respondeu: «Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água se movimenta. Quando estou chegando, outro entra na minha frente». Jesus lhe disse: «Levanta-te, pega a tua maca e anda».  No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou sua maca e começou a andar. Aquele dia, porém, era um sábado. Por isso, os judeus disseram ao homem que tinha sido curado: «É sábado. Não te é permitido carregar a tua maca”. Ele respondeu: “Aquele que me curou disse: ‘Pega tua maca e anda!’» Então lhe perguntaram: «Quem é que te disse: ‘Pega a tua maca e anda’?» O homem que tinha sido curado não sabia quem era, pois Jesus se afastara da multidão que se tinha ajuntado ali. Mais tarde, Jesus encontrou o homem no templo e lhe disse: «Olha, estás curado. Não peques mais, para que não te aconteça coisa pior». O homem saiu e contou aos judeus que tinha sido Jesus quem o havia curado. Por isso, os judeus começaram a perseguir Jesus, porque fazia tais coisas em dia de sábado.

«Jesus o viu e, perguntou-lhe: Queres ficar curado?»

Rev. D. Àngel CALDAS i Bosch (Salt, Girona, Espanha)

Hoje, São João nos fala da cena da piscina de Betsaida. Parecia, mais uma sala de espera de um hospital: «Muitos doentes ficavam aí deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, esperando que a água se movesse» (Jo 5,3). Jesus se deixou cair por ali.

É curioso! Jesus sempre está no meio dos problemas. Ali onde há algo para “libertar”, para fazer feliz às pessoas, ali está Ele. Os fariseus, ao contrário, só pensavam em se era sábado. Sua má fé matava o espírito. A má baba do pecado gotejava de seus olhos. No há pior surdo que o que aquele não quer entender.

O protagonista do milagre levava trinta e oito anos de invalidez. «Jesus viu o homem deitado e ficou sabendo que estava doente havia muito tempo. Então lhe perguntou: «Você quer ficar curado?» (Jo 5,6), disse-lhe Jesus. Fazia tempo que lutava em vão porque não havia encontrado a Jesus. Finalmente, havia encontrado ao Homem. Os cinco pórticos da piscina de Betsaida retumbaram quando se ouviu a voz do Mestre: «Jesus disse: ‘Levante-se, pegue sua cama e ande’» (Jo 5,8). Foi questão de um instante.

A voz de Cristo é a voz de Deus. Tudo era novo naquele velho paralítico, gastado pelo desânimo. Mais tarde, São João Crisóstomo dirá que na piscina de Betsaida se curavam os enfermos do corpo, e no Batismo se restabeleciam os da alma; lá, era de quando em quando e para um só enfermo. No Batismo é sempre e para todos. Em ambos os casos se manifesta o poder de Deus através da água.

O paralítico impotente na beira da água, não te faz pensar na experiência da própria impotência para fazer o bem? Como pretendemos resolver, sozinhos, aquilo que tem um alcance sobrenatural? Não vês cada dia, ao teu redor, uma constelação de paralíticos que se “movem” muito, mas que são incapazes de separar-se de sua falta de liberdade? O pecado paralisa, envelhece, mata. Devemos pôr os olhos em Jesus. É necessário que Ele —sua graça— nos submerja nas águas da oração, da confissão, da abertura de espírito. Eu e você podemos ser paralíticos eternos, ou portadores e instrumentos de luz.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

São João de Deus, religioso e fundador
* O Evangelho de hoje descreve como Jesus curou um paralítico que ficou esperando 38 anos por alguém que o ajudasse chegar à água da piscina para poder ser curado! Trinta e oito anos! Diante desta ausência total de solidariedade, Jesus, o que faz? Ele transgride a lei do sábado curando o paralítico. Hoje, com a falência do atendimento às pessoas doentes nos países pobres, muita gente experimenta a mesma falta de solidariedade. Vivem num total abandono, sem ajuda nem solidariedade da parte de ninguém.

* João 5,1-2: Jesus vai a Jerusalém. Por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus vai a Jerusalém. Havia ali, perto do Templo, uma piscina com cinco pórticos ou corredores. Naquele tempo, o culto no Templo exigia muita água por causa dos inúmeros animais que eram sacrificados, sobretudo nas grandes festas. Por isso, perto do templo havia várias cisternas, que recolhiam a água da chuva. Algumas delas tinham a capacidade de mais de um milhão de litros de água. Lá por perto, por causa da abundância de água, havia um balneário público, onde os doentes se aglomeravam à espera de ajuda ou de cura. A arqueologia informa que, naquela mesma redondeza do Templo, havia o lugar onde os escribas ensinavam a lei aos estudantes. De um lado, o ensino da Lei de Deus. Do outro lado, o abandono dos pobres. A água purificava o Templo, mas não purificava o povo.

* João 5,3-4: A situação dos doentes. Esses doentes eram atraídos pelas águas do balneário. Diziam que um anjo mexia nas águas e o primeiro que nelas descesse depois do mexido do anjo ficava curado. Com outras palavras, os doentes eram atraídos por falsas esperanças. Pois a cura era só para uma única pessoa. Como as loterias de hoje. Só uma única pessoa ganha um prêmio! A maioria só paga e não ganha nada. É nessa situação de total abandono, lá no balneário popular, que Jesus vai encontrar os doentes.

* João 5,5-9: Jesus cura em dia de sábado. Bem perto do lugar, onde se ensinava a observância da Lei de Deus, um paralítico ficou 38 anos à espera de alguém que o ajudasse a descer na água para obter a cura. Este fato revela a falta absoluta de solidariedade e de acolhida aos excluídos! O número 38 indicava a duração de uma geração (Dt 2,14). É toda uma geração que não chegou a experimentar solidariedade nem misericórdia. A religião da época já não era capaz de revelar a face acolhedora e misericordiosa de Deus. Diante desta situação dramática, Jesus transgride a lei do sábado e atende o paralítico dizendo: "Toma teu leito e anda!" O homem pegou a sua cama nas costas e foi andando, e Jesus desapareceu no meio da multidão.

* João 5,10-13: Discussão do homem curado com os judeus. Logo em seguida, alguns judeus chegam ao local e criticam o homem por ele estar carregando a cama em dia de sábado. O homem nem soube responder quem foi a pessoa que o tinha curado. Não conhecia Jesus. Isto significa que Jesus, passando por aquele lugar dos pobres e doentes, viu aquele fulano, percebeu a situação dramática em que se encontrava e, sem mais, o curou. Não fez a cura para que o homem se convertesse, nem para que acreditasse em Deus. Fez, porque queria ajudá-lo. Queria que ele pudesse experimentar um pouco do amor e de solidariedade através da sua ajuda e bem-querer.

* João 5,14-16: O reencontro com Jesus. Andando no Templo no meio da multidão, Jesus encontra o mesmo fulano e lhe diz: "Você está curado! Não deve pecar mais, para que não te aconteça algo pior!" Naquele tempo, o povo dizia: "Doença é castigo de Deus! Se você é paralítico, é sinal de que Deus está de mal com você!" Jesus não concordava com este modo de pensar. Curando o homem, ele estava dizendo o contrário: "Tua doença não é castigo de Deus. Deus está de bem com você!" Uma vez curado, o homem deve manter-se de bem com Deus e não pecar mais, para que não lhe aconteça algo pior! Meio ingênuo, o homem foi dizer aos judeus que tinha sido Jesus quem o curou. Os judeus começam a perseguir Jesus por ele fazer tais coisas em dia de sábado. No Evangelho de amanhã vem a sequencia.

Para um confronto pessoal
1. Você já passou alguma vez por uma experiência como a do paralítico: ficar tanto tempo sem ajuda? Como é a situação de atendimento aos doentes no lugar onde você mora? Você percebe sinais de solidariedade?
2. O que tudo isto ensina para nós hoje?

ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.

LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre Filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da mãe de Deus,
Guarda da puríssima Virgem,
Sustentador do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Jesus Cristo,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos operários,
Honra da vida de família,
Guarda das virgens,
Amparo das famílias,
Alívio dos sofredores,
Esperança dos doentes,
Consolador dos aflitos,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.

V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.

ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

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