ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos,
ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa
devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a
confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos
revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos
seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de
Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus,
concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos
exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
Evangelho (Mt
26,14-25): Um dos doze, chamado Judas
Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes e disse: «Que me dareis se eu vos
entregar Jesus?». Combinaram trinta moedas de prata. E daí em diante, ele
procurava uma oportunidade para entregá-lo. No primeiro dia dos Pães sem fermento, os
discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: «Onde queres que façamos os
preparativos para comeres a páscoa?». Jesus respondeu: «Ide à cidade, procurai
certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou
celebrar a ceia pascal em tua casa, junto com meus discípulos’». Os discípulos
fizeram como Jesus mandou e prepararam a ceia pascal. Ao anoitecer, Jesus se pôs à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, ele disse: «Em verdade vos digo, um de vós me vai entregar».
Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a perguntar-lhe: «Acaso sou
eu, Senhor?». Ele respondeu: «Aquele que se serviu comigo do prato é que vai me
entregar. O Filho do Homem se vai, conforme está escrito a seu respeito. Ai,
porém, daquele por quem o Filho do Homem é entregue! Melhor seria que tal homem
nunca tivesse nascido!». Então Judas, o traidor, perguntou: «Mestre, serei
eu?». Jesus lhe respondeu: «Tu o dizes».
«Em verdade vos digo, um de vós me vai
entregar»
P. Raimondo M.
SORGIA Mannai OP (San Domenico di Fiesole, Florencia, Itália)
Hoje, o Evangelho
nos propõe —pelo menos— três considerações. A primeira é que, quando o amor ao
Senhor se esfria, então a vontade cede a outros reclamos, onde a voluptuosidade
parece oferecer-nos os pratos mais saborosos, mas, na realidade, condimentados
por degradantes e inquietantes venenos. Dada a nossa nativa fragilidade, não
devemos permitir que o fogo do fervor diminua, que, se não sensível, pelo menos
mental, nos une a Aquele que nos tem amado ao ponto de oferecer sua vida por
nós.
A segunda
consideração refere-se à misteriosa escolha do lugar donde Jesus quer consumir
sua ceia Pascal. «Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e
dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a ceia
Pascal em tua casa, junto com meus discípulos’» (Mt 26,18). O dono da casa,
talvez, não fosse um dos amigos declarados do Senhor; mas devia ter o ouvido
atento para escutar o chamado “interior”. O Senhor lhe teria falado intimamente
— como frequentemente nos fala—, a través de mil incentivos para que lhe
abrisse a porta. Sua fantasia e sua onipotência, suportes do amor infinito com
o qual nos ama, não conhecem fronteiras e se expressam de modo sempre apto a
cada situação pessoal. Quando escutemos o chamado devemos “render-nos”,
deixando à parte as sutilezas e aceitando com alegria esse “mensageiro
libertador”. É como se alguém estivesse se apresentado à porta do cárcere e nos
convida a segui-lo, como fez o Anjo com Pedro dizendo-lhe: « Levanta-te
depressa! As correntes caíram-lhe das mãos» (At 12,7).
O terceiro motivo
de meditação nos oferece o traidor que tenta esconder seu crime ante a presença
examinadora do Onisciente. O próprio Adão já tinha tentado, depois, seu filho
fratricida Caim, embora, inutilmente. Antes de ser nosso perfeito Juiz, Deus se
apresenta como pai e mãe, que não se rende ante a ideia de perder a um filho. A
Jesus lhe dói o coração não tanto por ter sido traído, mas por ver a um filho
distanciar-se irremediavelmente Dele.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Ontem o
evangelho falou da traição de Judas e da negação de Pedro. Hoje, fala novamente
da traição de Judas. Na descrição da paixão de Jesus do evangelho de Mateus
acentua-se fortemente o fracasso dos discípulos. Apesar da convivência de três
anos, nenhum deles ficou para tomar a defesa de Jesus. Judas traiu, Pedro
negou, todos fugiram. Mateus conta isto, não para criticar ou condenar, nem
para provocar desânimo nos leitores, mas para ressaltar que o acolhimento e o
amor de Jesus superam a derrota e o fracasso dos discípulos! Esta maneira de
descrever a atitude de Jesus era uma ajuda para as Comunidades na época de
Mateus. Por causa das frequentes perseguições, muitos tinham desanimado e
abandonado a comunidade e se perguntavam: "Será que é possível voltar?
Será que Deus nos acolhe e perdoa?" Mateus responde sugerindo que nós
podemos romper com Jesus, mas Jesus nunca rompe conosco. O seu amor é maior do
que a nossa infidelidade. Esta é uma mensagem muito importante que colhemos do
evangelho durante a Semana Santa.
* Mateus 26,14-16: A Decisão de Judas de trair
Jesus. Judas tomou a decisão, depois que
Jesus não aceitou a crítica dos discípulos a respeito da mulher que gastou um
perfume caríssimo só para ungir Jesus (Mt 26,6-13). Ele foi até os sacerdotes e
perguntou: “Quanto vocês me pagam se eu o entregar?” Combinaram trinta moedas
de prata. Mateus evoca as palavras do profeta Zacarias para descrever o preço
combinado (Zc 11,12). Ao mesmo tempo, a traição de Jesus por trinta moedas
evoca a venda de José pelos seus próprios irmãos, avaliado pelos compradores em
vinte moedas (Gn 37,28). Evoca ainda o preço de trinta moedas a ser pago pelo
ferimento a um escravo (Ex 21,32).
* Mateus 26,17-19: A Preparação da Páscoa. Jesus
era da Galileia. Não tinha casa em Jerusalém. Ele passava as noites no Horto
das Oliveiras (cf. Jo 8,1). Nos dias da festa de páscoa a população de
Jerusalém triplicava por causa da quantidade enorme de peregrinos que vinham de
toda a parte. Não era fácil para Jesus encontrar uma sala ampla para poder
celebrar a páscoa junto com os peregrinos que tinham vindo com ele desde a Galileia.
Ele manda os discípulos encontrar uma pessoa em cuja casa decidiu celebrar a
Páscoa. O evangelho não oferece ulteriores informações e deixa que a imaginação
complete o que falta nas informações. Era um conhecido de Jesus? Um parente? Um
discípulo? Ao longo dos séculos, a imaginação dos apócrifos soube completar a
falta de informação, mas com pouca credibilidade.
* Mateus 26,20-25: Anúncio da traição de
Judas. Jesus sabe que vai ser traído. Apesar
de Judas fazer as coisas em segredo, Jesus está sabendo. Mesmo assim, ele faz
questão de se confraternizar com o círculo dos amigos, do qual Judas faz parte.
Estando todos reunidos pela última vez, Jesus anuncia quem é o traidor. É
"aquele que põe a mão no prato comigo". Esta maneira de anunciar a
traição acentua o contraste. Para os judeus a comunhão de mesa, colocar juntos
a mão no mesmo prato, era a expressão máxima da amizade, da intimidade e da
confiança. Mateus sugere assim que, apesar da traição ser feita por alguém
muito amigo, o amor de Jesus é maior que a traição!
* O que chama a
atenção é a maneira de Mateus descrever estes fatos. Entre a traição e a negação
ele colocou a instituição da Eucaristia (Mt 26,26-29): a traição de Judas,
antes (Mt 25,20-25); a negação de Pedro e a fuga dos discípulos, depois (Mt
25,30-35). Deste modo, ele destaca para todos nós a inacreditável gratuidade do
amor de Jesus, que supera a traição, a negação e a fuga dos amigos. O seu amor
não depende do que os outros fazem por ele.
Para um confronto pessoal
1) Será que eu
seria capaz de ser como Judas e de negar e trair a Deus, a Jesus, aos amigos e
amigas?
2) Na semana santa
é importante eu reservar algum momento para compenetrar-me da inacreditável
gratuidade do amor de Deus por mim.
ORAÇÃO
- Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e
neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se
abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os
dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro;
Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos
possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se
apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e
morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo
de Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor tende
piedade de nós.
Jesus Cristo
tende piedade de nós.
Senhor tende
piedade de nós.
Jesus Cristo,
ouvi-nos.
Jesus Cristo,
escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende
piedade de nós.
Deus Filho,
Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito
Santo, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai
por nós.
São José,
Ilustre Filho de
Davi,
Luz dos
Patriarcas,
Esposo da mãe de
Deus,
Guarda da
puríssima Virgem,
Sustentador do
Filho de Deus,
Zeloso defensor
de Jesus Cristo,
Chefe da Sagrada
Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José
prudentíssimo,
José fortíssimo,
José
obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de
paciência,
Amante da
pobreza,
Modelo dos
operários,
Honra da vida de
família,
Guarda das
virgens,
Amparo das
famílias,
Alívio dos
sofredores,
Esperança dos
doentes,
Consolador dos
aflitos,
Patrono dos
moribundos,
Terror dos
demônios,
Protetor da Santa
Igreja,
Patrono da Ordem
Carmelita,
Cordeiro de Deus,
que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus,
que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus,
que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.
V. - O Senhor o
constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo
príncipe de todas as suas possessões.
ORAÇÃO: Deus,
que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São
José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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