ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos,
ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa
devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a
confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos
revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos
seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de
Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus,
concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos
exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
Evangelho (Lc
18,9-14): Para alguns que confiavam na
sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: «Dois
homens subiram ao templo para orar. Um era fariseu, o outro publicano. O
fariseu, de pé, orava assim em seu íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou
como os outros, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo
duas vezes por semana e pago o dízimo de toda a minha renda’. O publicano,
porém, ficou a distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas
batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador! ’ Eu
vos digo: este último voltou para casa justificado, mas o outro não. Pois quem
se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado».
«Eu vos digo: este último voltou para casa
justificado»
Fr. Gavan
JENNINGS (Dublin, Irlanda)
Hoje, Cristo
apresenta-nos dois homens que, a um observador casual, podiam parecer quase
idênticos, já que se encontram no mesmo lugar, realizando a mesma atividade:
ambos «subiram ao templo para orar» (Lc 18,10). Porém, para além das
aparências, no mais profundo das suas consciências, os dois homens são
radicalmente diferentes: um, o fariseu, tem a consciência tranquila, enquanto
que o outro, o publicano — cobrador de impostos — está inquieto devido a
sentimentos de culpa.
Hoje em dia
tendemos a considerar os sentimentos de culpa – os remorsos — como algo próximo
de uma aberração psicológica. Contudo, o sentimento de culpa permite ao
publicano sair reconfortado do Templo, uma vez que «este voltou para casa
justificado, mas o outro não» (Lc 18,14). «O sentimento de culpa», escreveu
Bento XVI, quando ainda era Cardeal Ratzinger (“Consciência e verdade”), afasta
a falsa tranquilidade de consciência e podemos chamar-lhe “protesto da
consciência” contra a minha existência auto-satisfeita. É tão necessário para o
homem como a dor física, que significa uma alteração corporal do funcionamento
normal».
Jesus não nos
induz a pensar que o fariseu não esteja a dizer a verdade quando afirma que não
é ladrão, nem desonesto, nem adúltero e paga o dízimo no Templo (cf. Lc 18,11);
nem que o cobrador de impostos esteja a delirar ao considerar-se a si próprio
como um pecador. A questão não é essa. O que realmente acontece é que «o
fariseu não sabe que também tem culpas. Ele tem uma consciência plenamente
clara. Mas o “silêncio da consciência” fá-lo impenetrável perante Deus e
perante os homens, enquanto que o “grito de consciência”, que inquieta o
publicano, o torna capaz da verdade e do amor. Jesus pode remover os
pecadores!» (Bento XVI).
«Quem se exalta será humilhado, e quem se
humilha será exaltado»
Rev. D. David
COMPTE i Verdaguer (Manlleu, Barcelona, Espanha)
Hoje, imersos na
cultura da imagem, o Evangelho proposto tem uma profunda carga de conteúdo. Mas
vamos por partes.
Na passagem que
contemplamos vemos que na pessoa há um nó com três cordas, de maneira que é
impossível desfazê-lo se não temos presentes as três cordas mencionadas. A
primeira nos relaciona com Deus; a segunda, com os outros; e a terceira com nós
mesmos. Reparemos nisto: aqueles a quem dirige-se Jesus «que confiavam na sua
própria justiça e desprezavam os outros» (Lc 18,9) e, desta maneira, rezavam
mal. As três cordas estão sempre relacionadas!
Como fundamentar
bem essas relações? Qual é o segredo para desfazer o nó? Nos o diz a conclusão
dessa incisiva parábola: a humildade. Assim mesmo expressou Santa Teresa de
Ávila «A humildade é a verdade».
É certo: a
humildade nos permite reconhecer a verdade sobre nós mesmos. Nem
envaidecer-nos, nem menosprezar-nos. A humildade nos faz reconhecer como tal os
dons recebidos, e permite-nos apresentar ante Deus o trabalho da jornada. A
humildade reconhece também os dons dos outros. E mais ainda, alegra-se deles.
Finalmente, a
humildade é também a base da relação com Deus. Pensemos que, na parábola de
Jesus, o fariseu leva uma vida irrepreensível, com as práticas religiosas
semanais e, inclusive, exerce a esmola! Mas não é humilde e isto carcome todos
os seus atos.
Temos perto a
Semana Santa. Prontamente contemplaremos - uma vez mais!- a Cristo na Cruz. «O
Senhor crucificado é um testemunho insuperável de amor paciente e de humilde
mansidão» (João Paulo II). Ali veremos como, ante a súplica de Dimas –«Jesus,
lembra-te de mim, quando começares a reinar» (Lc 23,42) — o Senhor responde com
uma “canonização fulminante”, sem precedentes: «Em verdade te digo: hoje
estarás comigo no Paraíso» (Lc 23,43). Esta personagem era um assassino que
fica, finalmente, canonizado pelo próprio Cristo antes de morrer.
É um caso inédito
e, para nós, um consolo: nós não “fabricamos” a santidade, mas antes é
entregada por Deus, se Ele encontra em nós um coração humilde e convertido.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* No Evangelho de
hoje, Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano para ensinar como rezar.
Jesus tinha outra maneira de ver as coisas da vida. Ele via algo de positivo no
publicano, de quem todo mundo dizia: “Ele nem sabe rezar!” Jesus vivia tão
unido ao Pai pela oração, que tudo se tornava expressão de oração para ele.
* A maneira de
apresentar a parábola é muito didática. Lucas dá uma breve introdução que serve
como chave de leitura. Em seguida, Jesus conta a parábola e, no fim, o próprio
Jesus faz a aplicação da parábola na vida.
* Lucas 18,9: A introdução. A parábola é apresentada com a seguinte
frase: "Jesus contou ainda esta parábola para alguns que, convencidos de
serem justos, desprezavam os outros!" A frase é de Lucas. Ela se refere ao
tempo de Jesus. Mas ela também se refere ao tempo do próprio Lucas e ao nosso
tempo. Sempre há pessoas e grupos de pessoas que se consideram justos e fiéis e
que desprezam os outros como ignorantes e infiéis.
* Lucas 18,10-13: A parábola. Dois homens sobem ao templo para rezar: um
fariseu e um publicano. Na opinião do povo daquela época, os publicanos não
prestavam para nada e não podiam dirigir-se a Deus, pois eram pessoas impuras.
Na parábola, o fariseu agradece a Deus por ser melhor do que os outros. A sua
oração nada mais é do que um elogio de si mesmo, uma auto-exaltação das suas
boas qualidades e um desprezo pelos outros e pelo próprio publicano. O
publicano nem sequer levanta os olhos, bate no peito e apenas diz: "Meu
Deus, tem dó de mim que sou um pecador!" Ele se coloca no seu lugar diante
de Deus.
* Lucas 18,14: A aplicação. Se Jesus tivesse deixado ao povo opinar para
dizer quem dos dois voltou justificado para casa, todos teriam respondido:
"É o fariseu!" Pois esta era a opinião comum naquela época. Jesus
pensa diferente. Para ele, quem voltou justificado para casa, isto é, em boas
relações com Deus, não é o fariseu, mas sim o publicano. Jesus virou tudo pelo
avesso. As autoridades religiosas da época não devem ter gostado da aplicação
que ele fez desta parábola.
* Jesus Orante. É, sobretudo, Lucas que nos informa sobre a
vida de oração de Jesus. Ele apresenta Jesus em constante oração. Eis uma lista
de textos do evangelho de Lucas, nos quais Jesus aparece em oração: Lc 2,46-50;
3,21: 4,1-12; 4,16; 5,16; 6,12; 9,16.18.28; 10,21; 11,1; 22,32; 22,7-14;
22,40-46; 23,34; 23,46; 24,30. Lendo o evangelho de Lucas você poderá encontrar
outros textos que falam da oração de Jesus. Jesus vivia em contato permanente
com o Pai. A respiração da vida dele era fazer a vontade do Pai (Jo 5,19).
Jesus rezava muito e insistia, para que o povo e seus discípulos fizessem o
mesmo, pois é no contato com Deus que a verdade aparece e que a pessoa se
encontra consigo mesma em toda a sua realidade e humildade. Em Jesus, a oração
estava intimamente ligada aos fatos concretos da vida e às decisões que ele
devia tomar. Para poder ser fiel ao projeto do Pai, ele buscava estar a sós com
Ele para escutá-lo. Jesus rezava os Salmos. Como todo judeu piedoso,
conhecia-os de memória. Jesus chegou a fazer o seu próprio salmo. É o Pai
Nosso. Sua vida era uma oração permanente: "Eu a cada momento faço o que o
Pai me mostra para fazer!" (Jo 5,19.30). A ele se aplica o que diz o
Salmo: "Eu sou oração!" (Sl 109,4).
Para um confronto pessoal
1. Olhando no
espelho desta parábola, eu sou como o fariseu ou como o publicano?
2. Tem pessoas que
dizem que não sabem rezar, mas elas conversam com Deus o tempo todo. Você
conhece pessoas assim?
ORAÇÃO
- Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e
neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se
abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os
dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro;
Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos
possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se
apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e
morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo
de Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor tende
piedade de nós.
Jesus Cristo
tende piedade de nós.
Senhor tende
piedade de nós.
Jesus Cristo,
ouvi-nos.
Jesus Cristo,
escutai-nos.
Deus Pai do Céu,
tende piedade de nós.
Deus Filho,
Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito
Santo, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai
por nós.
São José,
Ilustre Filho de
Davi,
Luz dos
Patriarcas,
Esposo da mãe de
Deus,
Guarda da
puríssima Virgem,
Sustentador do
Filho de Deus,
Zeloso defensor
de Jesus Cristo,
Chefe da Sagrada
Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José
prudentíssimo,
José fortíssimo,
José
obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de
paciência,
Amante da
pobreza,
Modelo dos
operários,
Honra da vida de
família,
Guarda das
virgens,
Amparo das
famílias,
Alívio dos
sofredores,
Esperança dos doentes,
Consolador dos
aflitos,
Patrono dos
moribundos,
Terror dos
demônios,
Protetor da Santa
Igreja,
Patrono da Ordem
Carmelita,
Cordeiro de Deus,
que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus,
que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus,
que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.
V. - O Senhor o
constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo
príncipe de todas as suas possessões.
ORAÇÃO: Deus,
que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São
José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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