Textos: Ap 11,19ª; 12,1.3-6a.10ab; 1Co 15,
20-27; Lc 1,39-57
«A minha alma engrandece o Senhor, e
meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador»
Dom Josep ALEGRE Abade de Santa Mª Poblet (Tarragona,
Espanha).
Mª Sacrário de São Luiz Gonzaga Virgem de nossa Ordem e Mártir |
A primeira graça é a Palavra, que Ela soube guardar com tanta fidelidade no coração e fazê-la frutificar desde seu profundo silêncio acolhedor. Com esta Palavra em seu espaço interior, gerando a Vida em seu ventre para os homens, «Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel» (Lc 1,39-40). A presença de Maria fez a alegria transbordar: «Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre» (Lc 1,44), exclama Isabel.
Principalmente, nos faz o dom de seu louvor, sua mesma alegria feita canto, seu Magnificat: «A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador...» (Lc 1,46-47). Que presente mais formoso nos devolve hoje o céu com o canto de Maria, feito Palavra de Deus! Neste canto achamos os indícios para aprender como se fundem o humano e o divino, o terreno e o celeste, e chegar a responder como Ela ao presente que nos faz Deus em seu Filho, através de sua Santa Mãe: para ser um presente de Deus para o mundo e, amanhã, um presente de nossa humanidade a Deus, seguindo o exemplo de Maria, que nos precede nesta glorificação à qual estamos destinados.
O mistério glorioso da
Assunção de Maria ao céu é como a contrapartida do mistério gozoso da
Anunciação.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Se
Maria está no céu em corpo e alma, não pode haver o pessimismo absoluto: a
humanidade não está condenada à corrupção. Se Maria foi assunta ao céu, também
não pode haver o orgulho prometeico: o homem não é um ser autossuficiente, pois
para chegar a sua realização final depende das mãos de Deus.
Em
primeiro lugar, vamos resumir um pouco a história e o conteúdo do dogma da
Assunção de Maria ao céu. Desde o século VI até hoje, 15 de agosto, esta festa
foi chamada Dormição da Virgem, agora é o título com que hoje é designada a
solenidade em Oriente, junto com o Trânsito de Maria. No século VII foi adotada
pela liturgia romana, por cuja influência mais tarde se espalhou no Ocidente, e
foi chamada a Assunção de Maria. A Liturgia romana atual considera esta festa
como a "festa do seu destino de plenitude e bem-aventurança, da
glorificação de sua alma imaculada e de seu corpo virginal, de sua perfeita
glorificação em Cristo ressuscitado; uma festa que propõe a Igreja e toda a
humanidade a imagem da promessa consoladora do cumprimento da esperança final;
porque este plena glorificação é o destino daqueles a quem Cristo fez irmãos e
tem em comum com eles carne e sangue" (Paulo VI, Marialis Cultus, 6). A
Assunção de Maria é um dogma definido por Pio XII solenemente em 01 de novembro
de 1950, na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus. Ela participa da
ressurreição de Cristo por quanto esteve perfeitamente unida com ele, ouvindo a
sua palavra e colocando-a em prática. A Assunção é a epifania da profunda
transformação que a semente da palavra divina produziu em Maria, na integridade
de sua pessoa.
Em
segundo lugar, este glorioso mistério é a contrapartida do mistério gozoso da
Anunciação. No mistério da Anunciação, o abismo de humildade de Maria causou a
vertigem de Deus até o ponto de Ele descer ao seio de Maria. No mistério da
Assunção, Nossa Senhora se rende à nostalgia vertical, pois Deus namorou sua
juventude e agora lhe atrai às alturas. E assim como na Anunciação Maria abriu
a Deus a entrada neste mundo tornando-se porta para entrar na terra, na
Assunção é realizada a glória como nossa Mãe, tornando-se para nós assim a
porta do céu, por isso é "ianua coeli” como cantamos nas ladainhas do
Santo Rosário. Ela é, portanto, a nova escada de Jacob pela que Deus vem aos
homens (Anunciação), e os homens ascendemos a Deus (Assunção).
São Roque, Leigo |
Para
refletir: São João
Damasceno, o transmissor mais ilustre desta tradição, comparando a Assunção da
Santa Mãe de Deus com seus outros presentes e privilégios, diz ele, com
eloquência veemente: "Convinha que aquela que no parto foi preservada
intacta na sua virgindade, conservara o seu corpo também após a morte, livre da
corruptibilidade. Convinha que aquela que tinha levado o Criador como uma
criança em seu ventre, tivesse depois sua mansão no céu. Era justo que a mulher
com quem Deus se desposara, habitasse no tálamo celestial. Convinha que aquela
que tinha visto seu filho na cruz e cuja alma foi trespassada pela espada da
dor, da que foi poupada no momento do parto, o contemplasse sentado à direita
de Deus. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o mesmo que seu Filho e fosse
reverenciada por todas as criaturas como Mãe e serva de Deus”.
Para
rezar: Hoje, vosso
Filho vem te buscar, Virgem e Mãe e Vos diz: “Vinde, amada minha, Vos colocarei
sobre meu trono, prendado está o Rei de vossa beleza. Quero-Vos junto a Mim,
para consumar minha obra salvadora. Já tendes a vossa “casa” onde vou celebrar
as núpcias do Cordeiro”. Bem-aventurada Vós que acreditaste, pois se cumpriu o
que da parte do Senhor Vos foi dito. Mãe Santíssima, preparai-me um lugar no
céu junto de Vós.
Qualquer
sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO