ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos
reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens
de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com
toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes
tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto,
esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo
castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo.
Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na
terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita
união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e
suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino
Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos
exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
Evangelho
(Jo 12,1-11): Seis dias antes da Páscoa,
Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele tinha ressuscitado dos mortos.
Lá, ofereceram-lhe um jantar. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à
mesa com ele. Maria, então, tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito
caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos. A casa inteira
encheu-se do aroma do perfume. Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que
entregaria Jesus, falou assim: «Por que este perfume não foi vendido por
trezentos denários para se dar aos pobres? ». Falou assim, não porque se
preocupasse com os pobres, mas, porque era ladrão: ele guardava a bolsa e
roubava o que nela se depositava. Jesus, porém, disse: «Deixa-a! que ela o
guarde em vista do meu sepultamento. Os pobres, sempre os tendes convosco. A
mim, no entanto, nem sempre tereis». Muitos judeus souberam que ele estava em
Betânia e foram para lá, não só por causa dele, mas também porque queriam ver
Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado dos mortos. Os sumos sacerdotes, então,
decidiram matar também Lázaro, pois por causa dele muitos se afastavam dos
judeus e começaram a crer em Jesus».
Comentário: Rev. D. Jordi POU i Sabater (Sant Jordi
Desvalls, Girona, Espanha)
Ungiu os pés de Jesus e
os enxugou com os cabelos
Hoje,
no Evangelho, apresentam-se-nos duas atitudes sobre Deus, Jesus Cristo e a
própria vida. Perante a unção que Maria faz ao seu Senhor, Judas protesta:
«Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que entregaria Jesus, falou assim:
«Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres?
» (Jo 12,4-5). O que disse não é nenhuma barbaridade, estava de acordo com a
doutrina de Jesus É muito fácil protestar perante o que os outros fazem, mesmo
quando não se têm segundas intenções como no caso de Judas.
Qualquer
protesto deve ser um ato de responsabilidade: ao protestar devemos pensar como
seria se nós o tivéssemos feito, o que estamos dispostos a fazer. Caso
contrário o protesto pode ser apenas —como neste caso— a queixa dos que atuam
mal perante os que procuram fazer as coisas o melhor que conseguem.
Maria
unge os pés de Jesus e seca-os com os seus cabelos, porque acredita ser o que
deve fazer. É uma ação pintada de excelente magnanimidade: fê-lo tomando meio
litro de perfume de nardo puro e muito caro» (Jo 12,3). É um ato de amor e,
como todo o ato de amor, difícil de entender pelos que não o partilham. Creio
que a partir daquele momento, Maria entendeu o que séculos mais tarde Santo
Agostinho escreveria: «provavelmente, nesta terra, os pés do Senhor ainda
estejam necessitados. Pois, quem, fora dos seus membros, disse: “Tudo o que
fizerdes a um destes mais pequenos… é a mim que o fazeis? Vós gastais aquilo
que vos sobra, mas fizestes o que é de agradecer aos meus pés».
O
protesto de Judas não tem nenhuma utilidade, apenas leva à traição. A ação de
Maria leva-a a amar mais ao seu Senhor e, como consequência, a amar mais os
“pés” de Cristo que existem neste mundo.
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
V Centenário do Nascimento (1515-2015) |
*
Estamos entrando na Semana Santa, a semana da páscoa de Jesus, da sua passagem
deste mundo para o Pai (Jo 13,1). A liturgia de hoje coloca diante de nós o
início do capítulo 12 do evangelho de João, que faz a ligação entre o Livro dos
Sinais (cc 1-11) e o Livro da Glorificação (cc.13-21). No fim do "Livro
dos Sinais", apareceram com clareza a tensão entre Jesus e as autoridades
religiosas da época (Jo 10,19-21.39) e o perigo que Jesus corria. Várias vezes
tentaram matá-lo (Jo 10,31; 11,8.53; 12,10). Tanto assim, que Jesus era
obrigado a levar uma vida clandestina, pois podia ser preso a qualquer momento
(Jo 10,40; 11,54).
* João 12,1-2: Jesus,
perseguido pelos judeus, vai a Betânia.
Seis
dias antes da páscoa, Jesus vai a Betânia na casa das suas amigas Marta e Maria
e de Lázaro. Betânia significa Casa da Pobreza. Ele estava sendo perseguido
pela polícia (Jo 11,57). Queriam matá-lo (Jo 11,50). Mesmo sabendo que a
polícia estava atrás de Jesus, Maria, Marta e Lázaro receberam Jesus em casa e
ofereceram um jantar para ele. Acolher em casa uma pessoa perseguida e
oferecer-lhe um jantar era perigoso. Mas o amor faz superar o medo.
* João 12,3: Maria unge
Jesus.
Durante
o jantar, Maria unge os pés de Jesus com meio litro de perfume de nardo puro
(cf. Lc 7,36-50). Era um perfume cheiroso, caríssimo, de trezentos denários. Em
seguida, ela enxuga os pés de Jesus com seus cabelos. A casa inteira ficou
cheia do perfume. Em todo este episódio, Maria não fala. Só age. O gesto cheio
de simbolismo fala por si mesmo. Lavando os pés, Maria se faz servidora. Jesus
vai repetir o gesto na última ceia (Jo 13,5).
* João 12,4-6: Reação de
Judas.
Judas
critica o gesto de Maria. Acha que é um desperdício. De fato, trezentos
denários eram o salário de trezentos dias! O salário de quase um ano inteiro
foi gasto de uma só vez! Judas acha que o dinheiro deveria ser dado aos pobres.
O evangelista comenta que Judas não tinha nenhuma preocupação com os pobres,
mas que era um ladrão. Tinha a bolsa comum e roubava dinheiro. Julgamento forte
que condena Judas. Não condena a preocupação com os pobres, mas sim a
hipocrisia que usa os pobres para se promover e se enriquecer. Nos seus
interesses egoístas, Judas só pensava em dinheiro. Por isso não percebeu o que
estava no coração de Maria. Jesus enxerga o coração e defende Maria.
* João 12,7-8: Jesus
defende a mulher.
Judas
olha o gasto e critica a mulher. Jesus olha o gesto e defende a mulher:
“Deixa-a! Ela o conservou para o dia da minha sepultura!" Em seguida, Jesus diz: "Pobres sempre
tereis, mas a mim nem sempre tereis!"
Quem dos dois vivia mais perto de Jesus: Judas ou Maria? Como discípulo,
Judas convivia com Jesus há quase três anos, vinte e quatro horas por dia.
Fazia parte do grupo. Maria só o encontrava uma ou duas vezes ao ano, por
ocasião das festas, quando Jesus vinha a Jerusalém e visitava a casa dela. Só a
convivência sem o amor não faz conhecer. Tolhe o olhar. Judas era cego. Muita
gente convive com Jesus e até o louva com muito canto, mas não o conhece de
verdade nem o revela (cf. Mt 7,21). Duas afirmações de Jesus merecem um
comentário mais detalhado: (1) “Pobres sempre tereis”, e (2) “Ela guardou o
perfume para me ungir no dia do meu sepultamento”.
* 1. “Pobres sempre tereis.”
Será
que Jesus quis dizer que não devemos preocupar-nos com os pobres, visto que
sempre vai haver gente pobre? Será que a pobreza é um destino imposto por Deus?
Como entender esta frase? Naquele tempo, as pessoas conheciam o Antigo
Testamento de memória. Bastava Jesus citar o começo de uma frase do AT, e as
pessoas já sabiam o resto. O começo da frase dizia: “Vocês vão ter sempre os
pobres com vocês!” (Dt 15,11a). O resto da frase que o povo já conhecia e que
Jesus quis lembrar, era este: “Por isso, eu ordeno: abra a mão em favor do seu
irmão, do seu pobre e do seu indigente, na terra onde você estiver!” (Dt
15,11b). Conforme esta Lei, a comunidade deve acolher os pobres e partilhar com
eles seus próprios bens. Mas Judas, em vez de “abrir a mão em favor do pobre” e
de partilhar com ele seus próprios bens, queria fazer caridade com o dinheiro
dos outros! Queria vender o perfume de Maria por trezentos denários e usá-los
para ajudar os pobres. Jesus cita a Lei de Deus que ensinava o contrário. Quem,
como Judas, faz campanha com o dinheiro da venda dos bens dos outros, não
incomoda. Mas aquele que, como Jesus, insiste na obrigação de acolher os pobres
e de partilhar com eles os próprios bens, este incomoda e corre o perigo de ser
condenado.
* 2. "Ela guardou esse perfume para me
ungir no dia do meu sepultamento."
A
morte na cruz era o castigo terrível e exemplar, adotado pelos romanos para
castigar os subversivos que se opunham ao império. Uma pessoa condenada à morte
de cruz não recebia sepultura e não podia ser ungida, pois ficava pendurada na
cruz até que os animais comessem o cadáver, ou recebia sepultura rasa de
indigente. Além disso, conforme a Lei do Antigo Testamento, ela devia ser
considerada como "maldita por Deus" (Dt 21, 22-23). Jesus ia ser
condenado à morte de cruz, consequência do seu compromisso com os pobres e da
sua fidelidade ao Projeto do Pai. Não ia ter enterro. Por isso, depois de
morto, não poderia ser ungido. Sabendo disso, Maria se antecipa e o unge antes
de ser crucificado. Com este gesto, ela mostra que aceitava Jesus como Messias,
mesmo crucificado! Jesus entende o gesto
dela e o aprova.
* João 12,9-11: A
multidão e as autoridades.
Ser
amigo de Jesus pode ser perigoso. Lázaro corre perigo de morte por causa da
vida nova que recebeu de Jesus. Os judeus decidiram matá-lo. Um Lázaro vivo era
prova viva de que Jesus era o Messias. Por isso, a multidão o procurava, pois o
povo queria experimentar de perto a prova viva do poder de Jesus. Uma
comunidade viva corre perigo de vida porque é prova viva da Boa Nova de Deus!
Para um confronto
pessoal
1) Maria foi mal interpretada por Judas.
Você já foi mal interpretada alguma vez? Como você reagiu?
2) O que nos ensina o gesto de Maria?
Que alerta nos traz a reação de Judas?
ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de
vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis
vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas.
Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça
celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro
esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão
nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e
invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso
exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo tende piedade de nós.
Senhor
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus
Cristo, escutai-nos.
Deus
Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus
Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus
Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa
Maria, rogai por nós.
São
José,
Ilustre
Filho de Davi,
Luz
dos Patriarcas,
Esposo
da mãe de Deus,
Guarda
da puríssima Virgem,
Sustentador
do Filho de Deus,
Zeloso
defensor de Jesus Cristo,
Chefe
da Sagrada Família,
José
justíssimo,
José
castíssimo,
José
prudentíssimo,
José
fortíssimo,
José
obedientíssimo,
José
fidelíssimo,
Espelho
de paciência,
Amante
da pobreza,
Modelo
dos operários,
Honra
da vida de família,
Guarda
das virgens,
Amparo
das famílias,
Alívio
dos sofredores,
Esperança
dos doentes,
Consolador
dos aflitos,
Patrono
dos moribundos,
Terror
dos demônios,
Protetor
da Santa Igreja,
Patrono
da Ordem Carmelita,
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende
piedade nós.
V.
- O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de
todas as suas possessões.
ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável
Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa
Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como
intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós
que viveis e reinais com Deus Pai na unidade do Espírito Santo. Amém.
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