sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Sábado XXVI do Tempo Comum



São Francisco de Assis, Diácono
Evangelho (Lc 10,17-24): Naquele tempo, os setenta e dois voltaram alegres, dizendo: «Senhor, até os demônios nos obedecem por causa do teu nome». Jesus respondeu: «Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago. Eu vos dei o poder de pisar em cobras e escorpiões, e sobre toda a força do inimigo. Nada vos poderá fazer mal. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos se submetem a vós. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos nos céus». Naquele mesma hora, Ele exultou no Espírito Santo e disse: «Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». E voltando—se para os discípulos em particular, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que vós estais vendo! Pois eu vos digo: muitos profetas e reis quiseram ver o que vós estais vendo, e não viram; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram».

Comentário: + Rev. D. Josep VALL i Mundó (Barcelona, Espanha)

Ele exultou no Espírito Santo e disse: Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra.

Hoje, o evangelista Lucas nos narra o fato que dá lugar ao agradecimento de Jesus para com seu Pai pelos benefícios que tem outorgado à Humanidade. Agradece a revelação concedida aos humildes de coração, aos pequenos no Reino. Jesus mostra sua alegria ao ver que estes admitem, entendem e praticam o que Deus dá a conhecer por meio Dele. Em outras ocasiões, no seu diálogo íntimo com o Pai, também lhe agradecerá porque sempre o escuta. Elogia ao samaritano leproso que, uma vez curado de sua doença -junto com outros nove- retorna ele só, onde está Jesus para lhe agradecer o benefício recebido.

Escreve Santo Agostinho: «Podemos levar algo melhor no coração, pronunciá-lo com a boca, escrevê-lo com uma pena, que estas palavras: Graças a Deus. Não há nada que se possa dizer com maior brevidade, nem escutar com maior alegria, nem sentir-se com maior elevação, nem fazer com maior utilidade». Assim devemos agir sempre com Deus e com o próximo, inclusive pelos dons que desconhecemos, como escreveu São Josemaria Escrivá. Gratidão para com os pais, os amigos, os professores, os companheiros. Para com todos os que nos ajudem, nos estimulem, nos sirvam. Gratidão também, como é lógico, com nossa Mãe, a Igreja.

A gratidão não é uma virtude muito usada ou frequente, no entanto, é uma das que se experimentam com maior beneplácito. Devemos reconhecer que, às vezes, não é fácil vive-la. Santa Teresa afirmava: «Tenho uma condição tão agradecida que me subornariam com uma sardinha». Os santos têm agido sempre assim. E o têm feito de três maneiras diferentes, como indicava Santo Tomás de Aquino: primeiro, com o reconhecimento interior dos benefícios recebidos; segundo, louvando externamente a Deus com a palavra; e, terceiro, procurando recompensar ao bem feitor com obras, segundo as próprias possibilidades.

Reflexão (Pe. Jaldemir Vitório S. J.)

* A missão dos discípulos de Jesus teve seu lado bonito de eficácia e da acolhida. Eles foram testemunhas da ação da palavra de Deus na vida das pessoas e como elas se transformavam. Perceberam, igualmente, como as forças demoníacas que mantinham as pessoas cativas, seja do pecado seja da doença, eram vencidas. Viram o Reino expandir-se e se implantar na vida de muita gente. Por isso, voltavam cheios de alegria para junto de Jesus.

* Jesus, porém, temperou o entusiasmo desses missionários, chamando-lhes a atenção para algo que lhes passava despercebido: sua alegria deveria consistir em saber que seus nomes estavam inscritos no céu, ou seja, que eram cidadãos do Reino, cujo Senhor era o Pai. O que faziam, portanto, só tinha sentido enquanto compreendido como serviço desinteressado e gratuito à causa do Reino. Os Apóstolos foram, também, alertados para não se deixarem enredar pela glória mundana provinda do sucesso da missão, e sim, descobrir a raiz verdadeira da alegria, que consistia em saber-se instrumento nas mãos do Pai para levar a salvação a toda humanidade.

* A alegria e a felicidade despontaram, também, no coração de Jesus. Ele exultou, porque o Pai revelou a pessoas tão simples, como eram os Apóstolos, os mistérios do Reino, e contou com eles para serem seus servidores. Eis um grande motivo para louvar e agradecer!

Para um confronto pessoal
1. A alegria e a felicidade despontaram, também, no coração de Jesus. Ele exultou, porque o Pai revelou a pessoas tão simples, como eram os Apóstolos, os mistérios do Reino, e contou com eles para serem seus servidores.
2. Viram o Reino expandir-se e se implantar na vida de muita gente. Por isso, voltavam cheios de alegria para junto de Jesus.

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