Para
facilitar a vida de oração, Santa Teresa de Jesus indica alguns elementos
essenciais:
01 — POBREZA — “A pobreza é um bem que encerra
todos os bens do mundo.”
Escolher
a pobreza antes de mais nada para “assemelhar-se a Jesus que, sendo rico se fez
pobre” (2 Cor 8,9).
“De
todo modo queiramos ser pobres: na casa, nas roupas, nas palavras e muito mais
no pensamento” - a pobreza material — ambiente ideal para viver a
pobreza mais verdadeira e elevada que se chama pobreza espiritual.
Benefícios
da vida “pobre” segundo Sta. Teresa de Jesus:
Liberdade — as realidades
terrenas, não desejadas e não amadas, mantidas distantes porque supérfluas e
impeditivas, perdem a força de influência e atração e ajudam o homem a manter o
domínio de sua liberdade diante delas.
Alegria interior— as realidades
terrenas não realizam a salvação do homem e não facilitam o diálogo com Deus,
que é a fonte e a causa da verdadeira e perfeita alegria — “só Deus basta”
Vivacidade do espírito — não se
pode possuir as coisas do mundo sem se deixar possuir por elas. O homem chamado
a encaminhar-se decididamente para Deus, não se pode deixar prender por aquilo
que não leva a Deus ou não é Ele — “tudo passa, Deus não muda” — o
homem unifica todas as suas energias vitais e empenha-se na busca de Deus.
Paz— “quem tem a Deus, nada lhe falta”—
“nada
te perturbe”— brotada da certeza confiante — “o Senhor assegurou-me que o
necessário para viver não falta a quem o serve”; portanto “o
que é necessário é nos contentarmos com o pouco”:
02 — CARIDADE FRATERNA — Não podemos
nos contentar em amar o irmão idealmente; é preciso amá-lo de maneira real e
concreta. O amor não basta dize-lo e proclamá-lo; é necessário vivê-lo, dá-lo a
sentir.
Para
Sta. Teresa, o amor fraterno além de ser fonte de verdadeira paz, é também o
índice pelo qual se mede o progresso de uma comunidade no amor para com Deus.
A
única medida da caridade, isto é, do amor que serve, é o amor de Deus. Este
amor-serviço, “vem de Deus e a Ele conduz”. Amar quer dizer doar-se,
colocar-se à disposição, não mais se pertencer; por isso, o sacrifício de si
está subtendido e incluído no viver o amor.
Santa
Teresa indica três características Dara o amor fraterno:
1
— É universal — as amizades
particulares, embora lícitas, escondem possíveis interesses que, embora no
início se pense que sejam inofensivas ou louváveis, são verdadeiras ciladas da
natureza ou do demônio.
“Não
consintamos que a nossa vontade seja escrava a não ser daquele que a comprou
com o seu sangue”.
2—
É alegre — o mau humor, alerta a
Santa, “é um inferno”:
3
— Não poupa, à imitação de Jesus, a admoestação fraterna quando necessária ou
simplesmente útil.
De
que modo se deve amar, que coisa é o verdadeiro amor, como saber se temos esta
virtude?
O amor verdadeiro tem como fim a glória de
Deus, a salvação e a santidade das almas, com todas as disposições para
favorece-lo e vive-lo, seja mesmo ao preço da própria vida.
Este
amor apresenta como pressupostos:
1
— A iluminação (o conhecimento) que
tem como objeto a diferença entre o tempo e a eternidade, entre o Criador e a
criatura, entre aquilo que se ganha e o se perde dedicando-se a um ou a outro.
2
— A pureza de intenção — quanto mais
a alma está repleta de Deus, mais deseja que a pessoa amada tenha este amor de
Deus para também ser amado por Ele, O sinal disto é claro: “o amante é sempre
mais afeiçoado em dar que a receber, até com o próprio Deus”.
03— A HUMILDADE — Quanto mais se reduz a distância que separa o
orante de Deus, tanto mais necessária a humildade como postura de todo o ser e
para toda a vida.
“Considerando
a oração como uma casa a construir, diríamos que a humildade representa o seu
alicerce”
Enquanto
vivermos neste mundo, diz a Santa, não há coisa mais importante para nós do que
a humildade.
Para
seu próprio bem, a alma ainda que tenha sido elevada aos vértices da caridade,
não deve jamais esquecer de olhar para dentro de si com a finalidade de se ver
no espelho da grandeza de Deus.
Que
vantagem haveria nisso?
1—Olhando para Deus, terá um meio para
se conhecer melhor por aquilo que é. Tão só quando se conhece a grandeza de
Deus pode-se medir a extrema pequenez do homem.
Santa
Teresa chama atenção sobre a diferença existente entre o conhecimento que o
homem tem de si mesmo e aquele que provém do conhecimento de Deus: quanto mais
se conhece a Deus, também mais luz se projeta sobre o homem, sua pequenez e sua
pobreza.
2—Olhando para Deus e reconhecendo-se
pobre e pequeno, mas infinitamente amado, o homem irá adquirir coragem para libertar-se
de sua miséria, confiando unicamente no auxílio amoroso de Deus, que é Pai.
“A
verdadeira humildade é sempre acompanhada de suavidade, enquanto aquela que é
inspirada pelo demônio é acompanhada de inquietude.”
Assim,
a humildade é, segundo a Santa, “andar na verdade’ que nada mais é
do que a tomada de consciência do Deus que é todo-poderoso, mas Pai e Pai
todo-poderoso e da nossa limitação, pequenez e miséria, mas filhos no Filho, e
por isso, grandes e ricos.
Diante
de Deus “vale mais um pouco de humildade e apenas um ato desta virtude, do que
toda a ciência do mundo”
A humildade leva à descoberta das verdades — “rezar
é ver verdades”
1 — A grandeza e o
poder de Deus e a pequenez e miséria do homem.
2—A paternidade de Deus
e seu grande amor pelo homem.
3—A grandeza do homem
como objeto e conhecimento do amor do Pai
4 — A consciência do limite e a necessidade de empenho para acolhera amor do Pai.
4 — A consciência do limite e a necessidade de empenho para acolhera amor do Pai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO