INTRODUÇÃO ÀS OBRAS MAIORES
APÊNDICES AO LIVRO DA
VIDA
Frei Jesus Castellano Cervera, OCD
NB.
Para favorecer a melhor compreensão do livro da Vida, pareceu-nos oportuno
acolher aqui algumas chaves de compreensão e de leitura do livro em forma
esquemática.
1. A
distribuição do livro e a temática geral dos capítulos
A
estrutura do livro da Vida pode ser distribuída em quatro ou cinco blocos. A
síntese agora oferecida com títulos para cada capítulo não visa substituir os
dados pela Santa, mas facilitar a compreensão.
I.
Prólogo e capítulos 1-10. De caráter autobiográfico. O capítulo 10 serve de
ponte para o bloco seguinte.
Prólogo.
- A ordem de escrever e as intenções da autora.
1.
- O lar familiar, infância e primeiras graças.
2.
- A adolescência e os seus problemas.
3.
- O valor do bom exemplo, as primeiras graças e a vocação.
4.
- Ingresso no Carmelo, primícias de fervor e de oração.
5.
- Doenças misteriosas. O sacerdote de Abecedas e a sua conversão.
6.
- Retorno ao Mosteiro, doenças e devoção a São José.
7.
- Mediocridade na vida religiosa, solidão, apologia da comunhão.
8.
- Elogio da oração, amizade com Deus.
9.
- A conversão de Teresa e o estilo da sua oração.
10.
- As primeiras graças da oração: atraída por Deus.
II.
Capítulos 11-22. Estilo doutrinal. Tratado sobre a oração. O Capítulo 22
funciona como síntese e como capítulo eixo do livro.
11.
- O caminho dos servos do amor, o jardim da alma. Primeiro grau da oração.
12.
- Orações não místicas. Critério de discernimento.
13.
- Tentações, conselhos para a oração, apologia dos teólogos.
14.
- Ingresso nas orações místicas. Segundo grau da oração.
15.
- Avisos e conselhos para a oração.
16.
- Terceiro grau da oração. Sono das potências, orações carismáticas,
experiências de comunhão espiritual.
17.
- As virtudes fortes que nascem da oração.
18.
- União plena. Voo do espírito. Quarto grau da oração.
19.
- Locuções de Deus e efeitos das orações místicas.
20.
- Oração de união. Efeitos corpóreos: êxtases, penas e purificações.
21.
- Intensificação das purificações: entre o céu e a terra.
22.
- A humanidade de Cristo na oração.
III.
Capítulos 23-31: autobiográfico-doutrinal. Intensificação das graças místicas.
23.
- A Vida nova e as vicissitudes com os confessores.
24.
- O primeiro arroubo. Graça da libertação espiritual.
25.
- A eficácia da palavra de Deus e o discernimento eclesial.
26.
- Contra todo o temor. Promessa do “livro vivo”.
27.
- A primeira visão de Cristo. Locuções. Pedro de Alcântara.
28.
- A manifestação progressiva de Cristo glorioso e as dificuldades com os
confessores.
29.
- Da visão de Cristo à graça da transverberação.
30.
- Pedro de Alcântara. A samaritana. Tentações.
31.
- A experiência do mal e do maligno.
IV.
Capítulos 32-36. Narrativo-eclesial. A fundação de São José de Ávila.
32.
- Graças e experiências que abrem à ideia da primeira fundação.
33.
- Novas graças em vista da fundação de São José.
34.
- Em Toledo. Encontro carismático com frei Garcia de Toledo.
35.
- A questão da escolha da pobreza absoluta.
36.
A fundação, as dificuldades. Paz no cantinho de Deus.
V.
Capítulos 37-40 e Epílogo. Autobiográfico e graças místicas.
37.
- A graça libertadora da humanidade de Cristo.
38.
- Experiências escatológicas e de Pentecostes.
39.
- Comunhão com a Igreja do céu. Novas graças cristológicas.
40.
- Novas e grandes graças: Deus verdade. Ou morrer ou sofrer. Desejo do céu.
Como num porto de mar.
Epílogo.
Para o frei Garcia
de Toledo. Um Deus que se doa a nós sem medida.
2.
Correspondências entre biografia teresiana e “autobiografia” no livro da Vida.
Primeira
etapa da vida: 1515-1535: Vida em família.
1515-1523:
Teresa criança (capítulo 1).
1523-1531:
Adolescência frívola (capítulo 2).
1531-1532:
No colégio de Santa Maria das Graças (capítulo 3).
1532-1535:
Iniciação à oração, vocação (capítulo 3).
Segunda
etapa da vida: 1535-1562: No mosteiro da Encarnação
1535-1536: ingresso no Carmelo, primícias da
vida religiosa (Capítulo 4).
1537-1538: Doenças e permanência em Becedas
(capítulos 4-5).
1538-1539: Próxima da morte, retorno ao
convento (capítulo 6).
1540-1554: Frivolidade, morte do pai (1543),
década de luta (capítulo 7).
1554-1555: Conversão e vida nova (capítulos 9
e 23-34).
1556-1560: progressos e graças místicas com a
ajuda dos confessores (capítulos 25-31).
1560-1562: Primeira ideia da fundação e
execução do projeto (capítulos 32-36).
1562-1565: Novas graças místicas (capítulos
37-40).
1565…: Redação final da Vida para João de
Ávila.
3.
Correspondência entre os anos de vida e graças interiores
1521-1532: primeiros fervores infantis e
crise, vocação (capítulos 1-4).
1535-1539: Fervores de vida religiosa e
iniciação à oração (capítulo 4).
1540-1543: Tibieza, abandono da oração
(capítulo 7).
1544-1554: Uma década de luta (capítulo 7).
154-1556: Conversão e vida nova (capítulos
9-10, 23-24).
1557: Primeiros fenômenos místicos (capítulo
24).
1559: A promessa do livro vivo (capítulo 26).
1560: Primeira visão intelectual de Cristo
(capítulo 27).
1561: Visão completa da sua humanidade
(capítulo 28)
Transverberação (capítulo 29).
1561-1565: Novas graças cristocêntricas
(capítulos 29 e 37 e seguintes).
4. Guia
temática à leitura dos graus de oração (Vida 11-21)
(Indicam-se
capítulos e parágrafos)
Capítulo
11: A oração dos principiantes
Para ser servos do amor (1-5). O jardim da
alma (6-8). Fitar o Cristo, recolher o pensamento, perseverar em oração (9-10).
Esperança e humildade, crer no amor de Deus (11-12). A “determinada
determinação”, opção vital pela vida de oração (13-14). Dificuldades na oração
e realismo nas soluções (15). Com suavidade e discrição (16).
Capítulo
12: Continua o primeiro grau de oração
Pensar nos mistérios de Cristo em suave
conversação amorosa com ele (1-3). Evitar de deixar a humanidade de Cristo por
técnicas que convidavam a subir sobre si (4-5). Perigos por permanecer no vazio
mental. Deus ensina na oração (6-7).
Capítulo
13: Avisos e conselhos aos principiantes
Empreender o caminho da oração com alegria,
liberdade, confiança em Deus, com grandes anseios e decisão firme (1-6). Busca
da solidão como os Santos e com largueza de espírito (7). Evitar de julgar o
próximo e o zelo indiscreto (8-10). Favorecer a atitude contemplativa na oração
fitando o Cristo com simplicidade e meditando nos seus mistérios (11-13).
Necessidade de mestres sábios para ter a justa orientação (14-16). Apologia dos
doutos na polêmica com quem não confia neles (17-21). Síntese da oração: “Mire
que le mira” (“fite quem o fita”) (22).
Capítulo
14: Segundo grau de oração
Ingresso
na oração de quietude, recolhimento das potências (1-2). Abrir-se ao amor como
exercício mais proveitoso e sem fadiga (3-4). Efeitos desta oração: dom de si a
Deus (5), uma graça especial (6), renovação interior (7-8). Floresce nas
virtudes o jardim da alma (9). Oração teresiana e canto das misericórdias do
Senhor (10-11).
Capítulo
15: Avisos e conselhos para o segundo grau de oração
Descrição
da quietude como experiência de oração (1-2). Não voltar atrás para as panelas
do Egito (3). A centelha do amor de Deus que acende outros no amor (5). Paz e
quietude da alma (6-7). Iluminações interiores a partir da oração de quietude
(8). Orações ardentes da Santa (9). Não temer o demônio, mas olhar com
confiança para o Cristo (10-11). Perigos e tentações (12-13). Critérios de
discernimento (14-16).
Capítulo
16: Terceiro grau de oração
Sono
das potências e oração de louvor em línguas (1-3). Orações ardentes (4-5)
Diálogos abrasados com Garcia de Toledo e os outros amigos em Cristo, unidos
num grupo espiritual (6- 8).
Capítulo
17: Avisos e conselhos para o terceiro grau de oração
A
experiência do terceiro grau de oração e conselhos (1-2). Efeitos desta oração:
obras grandes para Deus, humildade profunda, unidade de vida, Marta e Maria
juntas (3-4). Experiência da união e critérios de discernimento para não
permanecer turbados pela fadiga da imaginação (5-7). Senso profundo a da união
com Deus (8).
Capítulo
18: Quarto grau de oração
Excelência
deste grau de oração perfeita (1-2). Descrição desta graça (3-6). Diversas
experiências: elevação e voo do espírito (7). Desejos de dizer em alta voz as
verdades que sente na oração (8). A água que chove do céu com grande deleite
(9-10). A experiência e a sua duração (11-13). Certeza Absoluta da presença de
Deus na alma (14-15).
Capítulo
19: Outras experiências do quarto grau de oração
Oração
das lágrimas (1). Efeitos: fortaleza interior (2), amor do próximo (3);
testemunho da renovação interior realizada por Deus (4). Comunhão com a Igreja
e os seus santos, e amor pelos sacramentos (5). Pareceres positivos e negativos
sobre a sua pessoa (6-8). A primeira palavra do Senhor e a grande misericórdia de
Deus com ela (9-10). O canto das misericórdias e o risco de comportar-se como
Judas (11). Memória dos pecados e confiança em Deus (12-13). O próprio
testemunho: vede como Deus se comportou comigo.
Capítulo
20: Novas experiências: êxtase
Terminologia
e descrição dos fenômenos (1-4). Penosas experiências em público (5-6). Grandes
efeitos: humildade, experiência da majestade de Deus, desapego (7-8). Uma
estranha pena: saudade de Deus e do céu (9-11). Desejos de morrer ou sofrer
pelo Senhor (12). Anseio de solidão ou de poder compartilhar a própria
experiência com outros que compreendam (13- 15). A alma purifica-se como ouro
no cadinho (16-19). Arroubo e os seus
efeitos (20-21). Ousadia apostólica: levar erguida a bandeira de Cristo (22).
Efeitos de renovação produzidos na vida (23-24). Domínio e liberdade interior
(25). Caducidade da vida (26). Humildade profunda, desapego de tudo, vida
fecunda para Deus (27-29).
Capítulo
21: Intensificação do quarto grau de oração
Viver
na verdade que Deus fixa na alma (1). Desejos de dizer em alta voz também aos
poderosos as verdades de Deus (2-3), com grande ousadia (4). Os desejos e as
obras caminham juntos (5). Vaidade desta vida e oração para que Deus nos livre
dela (6). Desejo de comunicar com quem a compreende a partir da mesma
experiência de Deus (7). Deus atua soberanamente na vida e a renova desde
dentro (8-9). Experiência de viver como do mesmo patamar de Deus, mas sempre
com a cruz (10). Efeitos de renovação: fortaleza e humildade (11). Aqui a vida
mística abre-se a novas experiências: as visões e outras graças para conhecer a
Deus; são o prêmio que Deus reserva desde esta vida ao seus amigos e
servidores. É uma antecipação do céu (12).
NB:
Uma síntese dos graus de oração realizada pela própria Teresa na Relação nº 5 ,
escrita em Sevilha para o Pe Rodrigo Alvarez, S.J.
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