Textos:
Ezequiel 18, 25-28; Filipenses 2, 1-11; Mateus 21, 28-32
Domingo da Bíblia |
Evangelho
(Mt 20,28-32): «Que vos parece? Um homem
tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje
na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi. O
pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim,
senhor, eu vou’. Mas não foi. Qual dos
dois fez a vontade do pai?». Os sumos sacerdotes e os anciãos responderam: «O
primeiro». Então Jesus lhes disse: «Em verdade vos digo que os publicanos e as
prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Pois João veio até vós, caminhando
na justiça, e não acreditastes nele. Mas os publicanos e as prostitutas creram
nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes, para crer nele».
Não bastam as
palavras, o que conta são os fatos.
Pe. Antonio Rivero, L.C.,
Resumo
da mensagem: Cristo, falando aos dirigentes dos judeus, que acreditavam que
pertencer ao povo eleito de Deus já estava tudo conseguido, fala-nos também
para nós. Esta parábola será complementada com as próximas dos seguintes
domingos: a vinha que o dono tem que arrendar para outros, e o banquete festivo
ao que tem convidar outros, diante da rejeição dos primeiros convidados. O povo
eleito não soube ver o dia da graça, não soube acolher o Enviado de Deus.
Em
primeiro lugar, fatos, não palavras. O primeiro filho disse: “sim, mas não
foi”. Jesus critica a hipocrisia dos fariseus, e a nossa, que cuidavam a
fachada com mil palavras vazias e altissonantes, mas não os conteúdos da sua
fé. Não poderia acontecer a mesma coisa conosco? É fácil quando estamos na
igreja, cantar cantos ao Senhor, ou responder “amém” a orações e propósitos.
Porém, depois essa fé se traduz em obras? Quantos de nós estamos batizados,
fizemos a primeira comunhão, somos casados pela Igreja, vamos à missa aos
domingos, levamos uma medalha no pescoço, fazemos peregrinações a santuários,
rezamos o terço... e depois, na vida, o nosso estilo de atuação não se parece
em nada ao que dizem acreditar. Pronunciamos o “sim” superficialmente, sem
personalidade, por costume ou por medo.
Em
segundo lugar, fatos, não palavras. O segundo filho, quem é? “Disse não, mas
depois foi”. Quantos estamos refletidos nesse segundo filho! Temos momentos de
rebeldia: rebeldia contra a autoridade paterna ou contra os superiores ou
contra a Igreja ou contra Deus mesmo. Momentos de desânimo ou de birras.
Momentos de inconstância e de cansaço. Momentos de irreflexão ou de egoísmo.
Causas dessa mudança de humor? Influências externas que são autenticas rajadas
ideológicas e éticas; talvez este filho do “não, mas sim” não recebeu a semente
da fé na família ou na escola. Certamente não seria o modelo para seguir este
filho; Jesus não nos convida a imitar este filho ou as prostitutas ou os
publicanos, mas imitar a capacidade que tiveram de se converter e mudar. Se
essas pessoas estão adiante no Reino, não é pelo que tinham sido, mas pela
mudança que deram, como o bom ladrão, na última hora, na cruz.
Finalmente,
fatos, não palavras. O ideal é dizer “sim” com convicção e logo ser consequente
e perseverar no bem. Jesus já disse em outros momentos: “Não entrará no Reino
dos Céus aquele que diz Senhor, Senhor, mas o que cumpre a vontade do meu Pai
do céu... o que cumpre a vontade do meu Pai do céu, esse é o meu irmão, a minha
irmã e a minha mãe... o que edifica sobre rocha é o que ouve estas palavras e
as coloca em prática... que o nosso sim seja sim, e o nosso não, não”. As
declarações, as promessas e as manifestações duram pouco. O que custa é agir
com coerência. Dizer “sim” é simples. Mas agir conforme a esse “sim”, é outra
história. Portanto: Sim, à vontade de Deus. Sim, à verdade, à castidade, à
obediência, ao respeito, à caridade. Sim, para ajudar o pobre, o emigrante, o
doente. Sim, à oração e ao sacrifício. Sim, aos momentos de luz e de escuridão;
de alegria e de tristeza, de êxito e de fracasso. E por consequência: Não, ao
pecado, e às manifestações do mesmo.
Para
refletir: ao qual dos três filhos nos parecemos: “Sim, mas não... Não, mas
sim... Sim e é sim? Com qual queremos parecer de hoje em adiante? Pensemos
nisto: quantos santos e santas veneramos que foram do “Não, mas depois foram”:
santo Agostinho, santa Maria Madalena, santo Inácio de Loyola...! E também
temos santos do “Sim e foram”: santa Teresa do Menino Jesus, Teresa de Jesus,
são João XXIII e são João Paulo II... Porém não temos santos do “Sim, mas não
foi”.
Para
rezar: Senhor, desejo aprender de Vós a dizer “Sim”, como a vossa Mãe Santíssima.
Senhor, fácil é dizer de boca “Sim”, mas difícil praticá-lo. Dai-me coerência
de vida entre a minha palavra e o meus fatos.
Qualquer
sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
Qual dos dois fez a
vontade do pai?
Josef ARQUER (Berlin, Alemanha)
João Paulo I - 28 de setembro |
Hoje,
contemplamos o pai dono de uma vinha pedindo aos seus dois filhos: «Filho, vai
trabalhar hoje na vinha!» (Mt 21,29). Um diz que “sim” e não vai. O outro diz
que “não” e vai. Nenhum dos dois mantém a palavra dada.
Seguramente,
o que diz “sim” e fica em casa não pretende enganar o seu pai. Será apenas
preguiça, não apenas “preguiça para fazer”, mas também para refletir. O seu
lema é: “O que me importa o que disse ontem?”.
O
do “não”, sim que se importa com o que disse ontem. Tem remorsos pelo desaire
com seu pai. Da dor arranca a valentia de retificar. Corrige a palavra falsa
com o fato certo. “Errare, humanum est?”. Sim, mas ainda mais humano - e mais
de acordo com a verdade interior gravada em nós— retificar. Mesmo que custe,
porque significa humilhar-se, arrasar a soberba e a vaidade. Alguma que outra
vez vivemos momentos assim: corrigir uma decisão precipitada, um juízo
temerário, uma valorização injusta… Depois um suspiro de alivio: - Obrigado,
Senhor!
«Em
verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de
Deus» (Mt 21,31). S. João Crisóstomo realça a maestria psicológica do Senhor
perante os “sumos sacerdotes”: «Não lhes atira à cara diretamente: Porque não
acreditastes em João? Mas pelo contrario confronta-os - o que resulta muito
mais pujante— com os publicanos e as prostitutas. Assim os recrimina com a
força patente dos fatos, a malícia de um comportamento marcado pelos respeitos
humanos e pela vanglória».
Inseridos
na cena, provavelmente sentiremos a falta de um terceiro filho, dado às meias
tintas, em cujo comportamento nos seria mais fácil reconhecer e pedir desculpa,
envergonhados. Inventamo-lo com autorização de Senhor e ouvimo-lo responder ao
pai, com voz apagada: `Pode ser que sim pode ser que não…” E há quem diga ter
ouvido no final “o mais provável é que, talvez, quem sabe…”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO