São João Maria Vianey o Santo Cura d'Ars |
Comentário: Rev. D. Xavier ROMERO i Galdeano (Cervera,
Lleida, Espanha)
Ergueu os olhos para o
céu...
Hoje,
o Evangelho toca nossos "esquemas mentais"... Por isso, hoje, como
nos tempos de Jesus, podem surgir as vozes dos prudentes para sopesar se vale a
pena determinado assunto. Os discípulos, ao ver que se fazia tarde e, como não
sabiam como atender àquelas pessoas reunidas em torno de Jesus, encontraram uma
saída honrosa: «Que possam ir aos povoados comprar comida! » (Mt 14,15). Não
podiam esperar que seu Mestre e Senhor contrariasse esse raciocínio,
aparentemente tão prudente, dizendo-lhes: «Vós mesmos dai-lhes de comer! » (Mt
14,16).
Um
ditado popular diz: «Aquele que deixa Deus fora de suas contas, não sabe
contar». E é verdade, os discípulos —e nós também— não sabemos contar, porque
nos esquecemos frequentemente, de acrescentar o elemento de maior importância
na soma: Deus mesmo entre nós.
Os
discípulos fizeram bem as contas; contaram com exatidão o número de pães e
peixes, mas ao dividi-los mentalmente entre tanta gente, eles obtinham sempre
um zero periódico; por isso optaram pelo realismo prudente: «Só temos aqui
cinco pães e dois peixes» (Mt 14,17). Não percebem que eles têm a Jesus
—verdadeiro Deus e verdadeiro homem— entre eles!
Parafraseando
a São Josemaria, não nos seria mal recordar aqui que: «os empreendimentos de
apostolado, está certo —é um dever— que consideres os teus meios terrenos (2 +
2 = 4). Mas não esqueças nunca! Que tens de contar, felizmente, com outra
parcela: Deus + 2 + 2...». O otimismo cristão não é baseado na ausência de
dificuldades, de resistências e de erros pessoais, mas em Deus que nos diz:
«Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos» (Mt 28,20).
Seria
bom se você e eu, quando confrontados com as dificuldades, antes de darmos uma
sentença de morte à ousadia e ao otimismo do espírito cristão, contássemos com
Deus. Tomara que possamos dizer como São Francisco, naquela oração genial:
«Onde houver ódio que eu leve o amor», isto é, onde as contas não baterem, que
contemos com Deus.
Reflexão de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
•
Jesus se comove em seu interior.
No
momento em que chega, Jesus encontra uma multidão que o espera; ao ver as
multidões se comove e cura os seus doentes. É uma multidão "cansada e
abatida como ovelhas sem pastor" (9,36; 20,34) O verbo que expressa a
compaixão de Jesus é verdadeiramente expressivo: a Jesus "se lhe despedaça
o coração", corresponde ao verbo hebraico que expressa amor visceral da
mãe. É o mesmo sentimento que eu tinha Jesus diante do túmulo de Lázaro (Jo
11,38). Compaixão é o aspecto subjetivo da experiência de Jesus, que se faz
efetiva com o dom do pão.
•
O dom do pão.
O
relato da multiplicação dos pães se abre com uma expressão: "Caía a
tarde" (v.15), que também introduz o relato da Última Ceia (Mt 26,20) e do
sepultamento de Jesus (Mt 27,57). À tarde, então, Jesus convida os apóstolos
para alimentar a multidão, em meio ao deserto longe de vilas e cidades. Jesus e
os discípulos estão diante de um problema humano muito forte: alimentar a
grande multidão que segue Jesus. Mas eles não conseguem suprir as necessidades
materiais da multidão, sem o poder de Jesus. A resposta imediata dos discípulos
é mandá-los para casa. Diante dos limites humanos, Jesus intervém e realiza o
milagre saciando a todos os que o seguem. Dar de comer é aqui a resposta de
Jesus, de seu coração que se faz em pedaços diante de uma necessidade humana
muito específica. O dom do pão não é apenas suficiente para satisfazer a
multidão, mas é tão abundante que se deve recolher as sobras. No v. 19b parece
que Mateus deu um significado eucarístico ao episódio da multiplicação dos
pães: "elevando os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães,
deu-os aos seus discípulos," o papel dos discípulos também fica muito
evidente na função de mediação entre Jesus e a multidão: "os discípulos
distribuíram ao povo" (v. 19c). Os gestos que acompanham o milagre são
idênticos aos que Jesus adotará mais tarde na "noite em que foi
entregue": levanta os olhos, abençoa o pão e o parte. Disto se deduz o
valor simbólico do milagre: pode se considerar uma antecipação da Eucaristia.
Além disso, alimentar a multidão por parte de Jesus é um "sinal" de
que ele é o Messias e de que prepara um banquete de festa para toda a
humanidade. De Jesus, que distribuiu os pães, os discípulos aprendem o valor da
partilha. É um gesto simbólico que contém um fato real que vai além do episódio
mesmo e se projeta para o futuro: o dom da nossa Eucaristia diária, em que
revivemos aquele gesto do pão partido, é necessário que seja reiterado ao longo
da jornada.
Para um confronto
pessoal
1. Você se esforça para fazer gestos
de solidariedade com aqueles que estão perto de você partilhando o caminho da
vida? Diante dos problemas concretos de seus amigos ou parentes, você sabe
oferecer sua ajuda e tua disponibilidade de colaborar para encontrar maneiras
de resolver?
2. Jesus, antes de partir o pão,
levanta os olhos para o céu, você sabe agradecer ao Senhor pelo dom pão diário?
Você sabe compartilhar seus bens com os outros, especialmente com os pobres?
Hoje, não deixe de rezar pelos padre de sua paróquia e por aqueles de quem você é amigo.
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