«Não vos deixarei
órfãos: voltarei para junto de vós»
Como
era previsível, os discípulos ficaram desorientados com o anúncio de Jesus, na
última ceia, da sua partida eminente. Porém, não os deixaria sós: por um lado,
o seu Espírito assegurará agora a sua presença; por outro lado, deixa-lhes uma
tarefa especial: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”. Não há tempo,
por isso, a perder. É tempo dos discípulos de Jesus agirem como Ele, é tempo da
comunidade cristã provar o amor a Jesus, sem desânimos… e prová-lo na aceitação
dos seus mandamentos e no seu cumprimento. A concretização desta tarefa será a
medida do nosso amor a Jesus.
Sérgio Paulo Pinto
Evangelho
(Jo 14, 15-21) - Naquele tempo, disse
Jesus aos seus discípulos: «Se Me amais, guardareis os meus mandamentos. E Eu
pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor, para estar sempre convosco: o
Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O
conhece, mas que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós. Não vos
deixarei órfãos: voltarei para junto de vós. Daqui a pouco o mundo já não Me
verá, mas vós ver Me eis, porque Eu vivo e vós vivereis. Nesse dia
reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e Eu em vós. Se
alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me
ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amais, guardareis os meus
mandamentos.
Durante
a última ceia, Jesus anunciou aos discípulos a sua partida, deixando-lhes as
suas últimas recomendações. Também lhes deixou esta muito especial: “Se me
amais, guardareis os meus mandamentos”. No final do evangelho de João, Jesus
ressuscitado perguntou por três vezes a Pedro: “Tu amas-me?”. A base da nossa
fé, da nossa vida cristã, é o amor ao nosso Mestre, na mesma medida do seu, ou
seja, capaz de dar a vida, simplesmente por doação. Por isso, Jesus, naquele
dia disse aos discípulos, e a cada um de nós: “Se me amais, guardareis os meus
mandamentos”. Se amarmos de verdade a Jesus, guardar os seus mandamentos
torna-se a essência das nossas vidas.
E eu
pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor, para estar sempre convosco: o
Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O
conhece, mas que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós.
Enquanto
esteve com os discípulos, Jesus era o seu guia e segurança. Agora, perante os
dias da sua ausência próxima, da incerteza e dos medos que ela provocou nos
discípulos, Jesus prometeu-lhes a presença do seu Espírito, para “estar sempre”
com eles, não os deixando sozinhos. O “mundo não o vê nem o conhece”, por isso,
sente-se abandonado e vive sem Deus; mas os discípulos de Jesus, não podem
sentir-se desatendidos, pois o Seu Espírito habita em nós e está em nós.
Não vos
deixarei órfãos: voltarei para junto de vós.
O
discípulo amado é alguém que nunca se sente abandonado pelo mestre. Como
poderia Jesus abandonar os seus? Como os poderia deixar desprotegidos, em
situação de orfandade, vulneráveis? O seu Espírito habita em nós e Ele próprio
voltará para junto de nós. Jesus deixou-nos uma missão importante para levar a
cabo: “Se me amais guardareis os meus mandamentos”. Para o tornar possível
deixou-nos o seu Espírito e a promessa de voltar para nós. A sua ausência é
momentânea e a sua presença é uma certeza na vida dos que o amam. Que quando
Ele voltar, nos encontre entusiasmados na sua missão que um dia nos confiou.
Daqui a
pouco o mundo já não Me verá, mas vós ver Me eis, porque Eu vivo e vós
vivereis. Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e
Eu em vós.
Jesus
prepara-se e prepara os seus discípulos para os deixar fisicamente. Depois
desta partida o mundo já não O verá; para os que não O acolheram é um fim;
porém, para os que O amam, é o princípio de uma nova etapa, porque sabem que
Ele vive. A intimidade entre o Pai e o Filho, que levou a cumprimento a missão
salvadora de Jesus, é a mesma intimidade que deve existir entre Jesus e os seus
discípulos para levar a cumprimento a “guarda” dos mandamentos que Jesus
deixou: “Amai-vos como Eu vos amei”. Se assim atuarmos, estaremos em Jesus e
Jesus em nós. Quanto privilégio!
Se
alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama.
Saber
que Jesus não está fisicamente presente entre nós, não nos deve deixar mais
descuidados na realização da Sua vontade. Pelo contrário, saber que estará
ausente, por longo tempo, deve despertar o melhor de nós, colocar os nossos
talentos ao serviço da missão, para que quando Ele regresse nos encontre
vigilantes, ocupados nas coisas do Pai. Se de facto amamos a Jesus,
esforçar-nos-emos até à última gota das nossas forças por cumprir a sua
vontade: aceitar no coração os seus mandamentos e cumpri-los na vida. Quem
assim fizer, “esse realmente me ama”.
E quem
Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».
Amar
a Jesus, entregar-lhe a nossa vida, como Ele entregou a sua, é cumprir a
vontade do Pai e garantir o seu amor: “Quem me ama, será amado por meu Pai”. A
base da nossa vida de fé é o amor: ao Senhor e aos irmãos: “Se vos amardes uns
aos outros, todos reconhecerão que sois meus discípulos” (13,35). Viver no
amor, no amor autêntico, sem calculismos ou egoísmos, mas no amor que quer a
felicidade do outro, no amor que se entrega, sem nada esperar, apesar dos
nossos defeitos… garantiremos o amor de Jesus, um amor até às últimas consequências.
Valerá a pena tentar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO