“Não tinha o Messias de sofrer tudo
isto para entrar na Sua glória?”
Dois
homens sem esperança, peregrinos de Emaús, vencidos pela lembrança da derrota
numa cruz, não tinham mais fé no bem, vencidos com ninguém, deixaram Jerusalém
a caminho de Emaús… Hoje eu vou caminhando… E se cansar meu coração, de esperar
ressurreição, vem, Senhor, em meu caminho. Já é tarde, vem comigo. Eu sei que
continuas meu amigo, vem abrir meus olhos ao partir do pão.
Pe. Artur Pereira, sdb
Evangelho
(Lc 24, 13-35) - Nesse mesmo
dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava
a cerca de duas léguas de Jerusalém; e conversavam entre si sobre tudo o que
acontecera. Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio
Jesus e pôs-se com eles a caminho; os seus olhos, porém, estavam impedidos de o
reconhecer. Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós,
enquanto caminhais? » Pararam entristecidos. E um deles, chamado Cléofas,
respondeu: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou
nestes dias! » Perguntou-lhes Ele: «Que foi? » Responderam-lhe: «O que se
refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e
de todo o povo; como os sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram, para
ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele o que viria
redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram
estas coisas. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados,
porque foram ao sepulcro de madrugada e, não achando o seu corpo, vieram dizer
que lhes apareceram uns anjos, que afirmavam que Ele vivia. Então, alguns dos
nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas,
a Ele, não o viram. » Jesus disse-lhes, então: «Ó homens sem inteligência e
lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas anunciaram! Não tinha o
Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória? » E, começando por
Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras,
tudo o que lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez
menção de seguir para diante. Os outros, porém, insistiam com Ele, dizendo:
«Fica conosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso. » Entrou para
ficar com eles. E, quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e,
depois de o partir, entregou-lho. Então, os seus olhos abriram-se e
reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram, então, um ao
outro: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos
explicava as Escrituras? » Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém
e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros, que lhes disseram:
«Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão! » E eles contaram o que
lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao
partir o pão.
Nesse
mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que
ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém; e conversavam entre si acerca de
tudo o que acontecera.
Aconteceu!
Não compreenderam! Voltavam para casa desiludidos! E, mais pobres que nunca,
sem esperança, partilhavam o próprio sentir mergulhados na escuridão… Falar do
desânimo, da desilusão, de situações desagradáveis… Trazer pura e simplesmente
à memória o desconforto e a tristeza, não ajuda a superar as dificuldades… Urge
ver mais além.
Enquanto
conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a
caminho; os seus olhos, porém, estavam impedidos de o reconhecer. Disse-lhes
Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais? »
Pararam entristecidos. E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único
forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias! »
Perguntou-lhes Ele: «Que foi? » Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de
Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e
como os sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram, para ser condenado à
morte e crucificado.
Sem
que se dessem conta, estavam demasiado ocupados com as suas desilusões,
juntou-se a eles um forasteiro, um outro pôs-se a caminhar com eles... Qual foi
a primeira preocupação deles? Pô-lo ao corrente do que se tinha passado. Estava
à vista o crescimento do grupo dos desiludidos, dos derrotados nas suas
esperanças…
Nós
esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá
vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas. É verdade que algumas
mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados, porque foram ao sepulcro de
madrugada e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns
anjos, que afirmavam que Ele vivia. Então, alguns dos nossos foram ao sepulcro
e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas, a Ele, não o viram. »
A
desesperança é generalizada. Já não são só os dois discípulos de Emaús, segundo
o seu relato, que estão desiludidos, há muito mais gente. Esperança perdida. Já
passou tempo demais!
Mas
houve algumas mulheres que trouxeram alguma inquietação: Jesus, de facto, não
estava no túmulo onde o deixaram. Mas a Ele também ninguém O viu. Onde estará?
Jesus
disse-lhes, então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em
tudo quanto os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer essas coisas
para entrar na sua glória? »
Mas
para quem procura retamente o momento propício da Iluminação acaba sempre por
chegar. O que é necessário é saber esperar, saber procurar, sem deixar de
acolher a graça que passa. Jesus interfere sempre a tempo. Como é bom ter Jesus
como Mestre a desvendar as Escrituras!
E,
começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas
as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da aldeia para
onde iam, fez menção de seguir para diante. Os outros, porém, insistiam com
Ele, dizendo: «Fica conosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.
» Entrou para ficar com eles.
Jesus
é a chave de interpretação das Escrituras. A presença de Jesus é necessária
para que a Escritura possa ser devidamente entendida. Jesus não resiste ao
convite que os discípulos de Emaús lhe fizeram. Jesus fica com eles e parte o
pão. Passar da Escritura à Eucaristia só Jesus o pode fazer.
E,
quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir,
entregou-lho. Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no; mas Ele
desapareceu da sua presença. Disseram, então, um ao outro: «Não nos ardia o
coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? »
Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os
Onze e os seus companheiros, que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou
e apareceu a Simão! » E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho
e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.
Para repetir o gesto eucarístico, Jesus fez caminho com os dois discípulos. Caminhar com alguém é respeitar o seu ritmo, deixar que os passos se assemelhem e, lado a lado, possamos até partilhar as nossas dúvidas, diferenças, angústias, tristezas e alegrias. Jesus fecha assim o circuito de anúncio do Reino também com estes dois discípulos.
Para repetir o gesto eucarístico, Jesus fez caminho com os dois discípulos. Caminhar com alguém é respeitar o seu ritmo, deixar que os passos se assemelhem e, lado a lado, possamos até partilhar as nossas dúvidas, diferenças, angústias, tristezas e alegrias. Jesus fecha assim o circuito de anúncio do Reino também com estes dois discípulos.
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