Pe. Antonio Rivero, L.C.
O
Cristo Pascal veio para nos tirar, para nos ressuscitar do nosso sepulcro do
pecado (primeira leitura e evangelho), e dar-nos uma vida nova de
ressuscitados, para não viver mais segundo a carne, porém segundo o Espírito
(segunda leitura).
Cristo,
além de ser Água viva (segundo domingo) e Luz (terceiro domingo), também é Vida
e Ressurreição (quarto domingo). Cristo não quer que a nossa vida fique no
sepulcro do nosso pecado e se apodreça. Quer que morramos ao nosso homem velho
para depois ressuscitarmos e fazer-nos homens novos, segundo o Espírito.
Em
primeiro lugar, a ressurreição de Lázaro do sepulcro mostra o ponto culminante
da atividade de Jesus. É o maior dos seus milagres. Mediante este
extraordinário milagre, o Senhor trata de vencer a incredulidade dos judeus. Na
batalha entre a fé e a incredulidade, Jesus oferece o dom de um testemunho
maior. Mas o coração dos judeus se fecha e isso os leva a tomar a decisão
oficial de matar o Cordeiro inocente, e também de matar Lázaro, que era um
testemunho vivo do poder divino de Cristo. O caminho da cruz está desde agora
traçado, porém no plano de Deus a cruz será o umbral da exaltação e
glorificação do Pai no seu Filho. O complot dos homens, no plano da
Providência, serve para os desígnios de Deus.
Em
segundo lugar, se Lázaro é amigo íntimo de Jesus, o Senhor da vida, por que
Jesus permite que morra e o coloquem no sepulcro? Jesus permite um mal para
manifestar a glória de Deus. Jesus não usa o seu poder divino para evitar a
morte ignominiosa da cruz. Por isso, irá ao encontro da sua própria morte por
decisão pessoal. Irá em busca da sua “hora”, essa hora que tanto o angustiava,
mas que ao mesmo tempo desejava com ardor, porque será a hora da glorificação
do seu Pai e da nossa salvação mediante o Mistério da sua morte e ressurreição.
Tal é a razão pela qual não impediu a morte do seu amigo Lázaro, para que
resplandecesse a glória do seu Pai, da mesma maneira como não evitaria a sua
própria morte, para que o Pai fosse plenamente glorificado no Filho. Somente
assim nos tiraria do sepulcro e nos daria uma vida nova. A morte e a
ressurreição de Lázaro constituem um prelúdio da sua própria morte e
ressurreição. Vendo esta ressurreição, os apóstolos consolidarão a sua fé e se
prepararão para a grande prova da Paixão.
Finalmente,
hoje Jesus também quer gritar a cada um de nós, como então gritou a Lázaro:
“Lázaro, vem para fora!”. Sai do sepulcro do pecado. Sai da incredulidade. Sai
da preguiça. Sai do desânimo. Sai do egoísmo. Cristo não quer que nos
apodreçamos no sepulcro do pecado, pois “a glória de Deus é o homem vivente”,
dizia Santo Irineu. Saiamos e veremos a luz, a vida e a ressurreição de Cristo.
No sepulcro só existem vermes, escuridão, decomposição e morte. E Cristo é o
Senhor da vida, e Ele quer nos fazer partícipes da sua vida divina e imortal.
Para refletir:
1
- Estou no sepulcro do pecado ou já experimentei durante a Quaresma a vida nova
em Cristo Jesus?
2
- Cada vez que peco, escuto a voz de Cristo: “vem para fora”?
3
- Acredito que Cristo é Vida e Ressurreição para os que o seguem?
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