João Paulo II
O Filho eterno tornado filho de Maria
Que significa proclamar Maria “Mãe de Deus”? Significa reconhecer
que Jesus, o fruto do seu seio, é o Filho de Deus, consubstancial ao Pai, que o
gerou na eternidade (Credo). Um grande mistério, um mistério de amor! Ele, o
Filho único do Pai (Jo 1,14), fez-se um entre nós. Desta forma, “a eternidade
entrou no tempo” e a sucessão dos anos, dos séculos, dos milênios, não é uma
viagem cega para o desconhecido, mas um caminho para Ele, plenitude do tempo
(Gal 4,4) e ponto de chegada da história.
Honrando a Santíssima Virgem como Mãe de Deus, queremos igualmente
sublinhar que Jesus, o Verbo eterno feito carne, é o verdadeiro "filho de
Maria”. Ela transmitiu-lhe a plena humanidade, foi sua mãe e sua educadora,
comunicando-lhe a doçura, a força delicada do seu temperamento e as riquezas da
sua sensibilidade.
Maravilhosa troca de dons: Maria que, enquanto criatura, é
primeiro que tudo uma discípula de Cristo e ao mesmo tempo resgatada por Ele,
foi escolhida como sua mãe para modelar a sua humanidade. Na relação entre
Maria e Jesus realiza-se assim de maneira exemplar e sentido profundo do Natal:
Deus fez-se semelhante a nós, para que nos tornemos, de certa forma, como Ele.
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