Aos 16 anos quando entrou no Carmelo |
Santa Maria Madalena de Pazzi
(1566-1607), carmelita florentina e mestra de vida espiritual. Tamanha era a
fama de sua santidade entre o povo e o clero, que muito cedo, em 1611, deu-se
início a seu processo de beatificação. Importantes estudiosos afirmam que
“Maria Madalena de Pazzi, ao lado de Ângela de Foligno e de Catarina de Sena,
é, entre as italianas, a escritora espiritual mais conhecida”.
Numa das famílias de maior destaque da nobreza florentina, Catarina
nasceu em 2 de abril de 1566, segunda filha de Maria Buondelmonti e Camillo di
Geri de’ Pazzi. Em dois períodos (de 1574 a 1578 e de 1580 a 1581), foi
educanda em San Giovannino pelas Cavaleiras de Malta.
Fez a Primeira Comunhão pouco antes de cumprir dez anos; dias depois se
entregou para sempre ao Senhor com uma promessa de virgindade. Seus pais a
pressionaram para que se casasse, porém ela se negou por ser fiel à sua vocação
religiosa.
Na idade de 16 anos entrou nas Carmelitas descalças (17 de novembro de
1582) no convento de Santa Maria dos Anjos de Florença, o mais antigo da 2ª Ordem, bem pouco tempo depois
do final do Concílio de Trento (1545-1563). Recebeu o hábito em 1583, tomando o
nome Maria Madalena. Em 29 de maio de 1584, estando tão doente que se temia que
não se recuperasse, fez sua profissão como religiosa.
Os primeiros cinco anos de vida monástica são os mais conhecidos da
biografia de Santa Maria Madalena. No grande Carmelo de Santa Maria dos Anjos
(o mais antigo da ordem), com quase oitenta monjas no período em que viveu
Madalena, várias delas tinham um elevado perfil espiritual, desde a Madre
Evangelista del Giocondo até Pacifica del Tovaglia, amiga e uma das principais
“secretárias” da santa.
Desde que recebeu o hábito até sua morte experimentou uma série de
raptos e êxtases. Depois de sua profissão experimentou êxtases diários por 40
dias consecutivos. Ao final deste tempo parecia estar perto da morte.
Entretanto, se recuperou milagrosamente, pela intercessão da Beata Maria
Bartolomea Bagnesi, dominicana, cujo corpo incorrupto estava sepultado no
Convento de Santa Maria dos Anjos.
Dai em diante, apesar de sua saúde precária, pode cumprir com esmero as
obrigações que lhe destinaram e praticar uma dura penitência.
Algumas características de seus raptos e êxtases: às vezes os raptos
eram tão fortes, que a induziam a movimentos rápidos (por exemplo, em direção a
um objeto sagrado); frequentemente podia, em êxtase, levar a cabo seu trabalho
com perfeita compostura e eficiência; durante seus momentos de rapto expressava
máximas do amor divino e conselhos para a perfeição das almas, especialmente
para as religiosas - estas foram copiadas por suas irmãs religiosas e foram
publicadas; às vezes ela falava em seu nome, outras em nome de uma ou de outra
Pessoa da Santíssima Trindade; os estados de êxtases não interferiam no serviço
da santa na comunidade - manifestava um forte sentido comum, um governo estrito
e disciplinado, acompanhado por uma grande caridade, o que a fez muito amada
até sua morte.
Por cerca de vinte anos ela viveu ocupada silenciosamente com essa
mistura de oração e trabalho que é própria da vida monástica. Depois de ter
sido responsável pela acolhida das jovens que vinham para o alojamento de
forasteiras (1586-1589), ela esteve ligada, de várias maneiras, à formação das
jovens a partir de 1589, até se tornar sub-prioresa a partir de 1604.
A Santa fez muitos milagres e possuía dons extraordinários. Como mestra
de noviças era notável seu milagroso dom de ler as mentes, não apenas das
noviças, como também de pessoas fora do convento. Com frequência via as coisas
à distância. Conta-se que em uma ocasião viu milagrosamente Santa Catarina de
Ricci em seu convento de Prato lendo uma carta que lhe havia enviado e
escrevendo a resposta, embora nunca se tivessem conhecido de maneira natural.
Tinha o dom de profecia e de cura.
Deus permitiu que ela sofresse a prova de uma terrível desolação
interna, fortes tentações e ataques diabólicos externos por cinco anos
(1585-90). Venceu a prova por sua valente adesão ao Senhor e sua humildade,
cresceu em virtude e depois experimentou grande consolação.
Santa Maria Madalena de Pazzi era chamada a rezar e fazer penitência
pela reforma de “todos os estados de vida na Igreja” e pela conversão de todos
os homens. Ensinou que o sofrimento nos leva a um profundo nível espiritual e
ajuda a salvar a alma. Por isso amava o sofrimento por amor de Deus e pela
salvação das almas.
A mística da Santa, na escola de Santa Catarina de Sena, é uma mística
que chama à conversão todo o povo de Deus, não para “repreendê-lo”, como
afirmam alguns, mas para que, diante do Espírito Santo que bate à porta, alguém
“se abra a esse dom”.
Nos três últimos anos de vida ficou inválida com grandes sofrimentos que
aceitou com alegria heroica até o fim. Morreu no convento em 25 de maio de 1607
aos quarenta e um anos.
Inúmeros milagres ocorreram depois de sua morte. Beatificada em 8 de
maio de 1626 pelo Papa Urbano VIII, foi canonizada em 28 de abril de 1669 pelo
Papa Clemente IX. Seu corpo incorrupto permanece na igreja de Santa Maria dos
Anjos em Florença.
Oração de Combate Espiritual (Santa Maria Madalena de
Pazzi
Ó Maria, quem vos olha, sente-se
confortado em todas as suas aflições, tribulações, penas, vencedor de todas as
tentações. Quem não sabe quem é Deus, recorra a vós, Maria! Quem não encontra
misericórdia em Deus, recorra a vós, Maria! Quem não tem conformidade com a
vontade de Deus, recorra a vós, Maria! Quem se abate pela fraqueza, recorra a
vós, que sois toda forte e poderosa. Quem está em contínua luta, recorra a vós,
que sois mar pacífico... Quem é tentado... recorra a vós, que sois Mãe da
humildade, e nada afasta mais o demônio, que a humildade. Recorra a vós,
recorra a vós, Maria! Amém.
Leia, abaixo, a Liturgia das Horas da Festa de Sta Maria Madalena de Pazzi e a Lectio Divina do Sábado da 7ª Semana do Tempo Comum.
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