26 de abril N Sra do Bom Conselho |
Evangelho
(Jo 14,1-6): «Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fosse assim, eu vos teria dito. Vou
preparar um lugar para vós. E depois que eu tiver ido e preparado um lugar para
vós, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós
também. E para onde eu vou, conheceis o caminho». Tomé disse: «Senhor, não
sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?». Jesus respondeu: «Eu
sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim».
Comentário:
Rev. D. Josep Mª MANRESA Lamarca (Les Fonts del Vallès, Barcelona, Espanha)
Eu sou o caminho, a
verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim
Hoje, nesta
sexta-feira da IV semana da Páscoa, Jesus nos convida à calma. A serenidade e a
alegria fluem como um rio de paz, desde o seu Coração ressuscitado até o nosso,
agitado e inquieto, muitas vezes sacudido por um ativismo tão febril como
estéril.
São os
nossos tempos de agitação, nervosismo e estresse. Tempos nos quais o pai da
mentira infectou as inteligências dos homens, fazendo-os chamar bem ao mal e
mal ao bem, tomando luz por obscuridade e obscuridade por luz, semeando em suas
almas a dúvida e o ceticismo que nelas queimam todo broto de esperança em um
horizonte de plenitude que o mundo, com suas adulações, não sabe nem pode dar.
Os frutos
de tão diabólica empresa ou atividade são evidentes: a falta de sentido e a
perda de transcendência que se apoderaram de tantos homens e mulheres que não
apenas se esqueceram, mas também se extraviaram do Caminho, porque o
desprezaram antes. Guerras, violências de todo gênero, intransigência e egoísmo
diante da vida (anticoncepção, aborto, eutanásia…), famílias destruídas,
juventude “desnorteada”, e um grande etcétera, constituem a grande mentira
sobre a qual se sustenta boa parte do triste andaime da sociedade de tão
alardeado “progresso”.
No meio de
tudo, Jesus, o Príncipe da Paz, repete aos homens de boa vontade, com sua
mansidão infinita: «Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede
também em mim» (Jo 14, 1). À direita do Pai, ele acalenta, como um benévolo
sonho de sua misericórdia, o momento de ter-nos junto a ele, «a fim de que,
onde eu estiver, estejais vós também» (Jo 14, 3). Não podemos nos escusar como
Tomé. Nós sabemos o caminho. Nós, por pura graça, conhecemos, sim, a senda que
conduz ao Pai, em cuja casa há muitas moradas. No céu nos espera um lugar que
ficará para sempre vazio se não o ocuparmos. Aproximemo-nos, pois, sem temor,
com ilimitada confiança de Aquele que é o único Caminho, a irrenunciável
Verdade e a Vida em plenitude.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
* Estes
cinco capítulos (Jo 13 a 17) são um exemplo bonito de como as comunidades do Discípulo
Amado do fim do primeiro século lá na Ásia Menor, atual Turquia, faziam
catequese. Por exemplo, neste capítulo 14, as perguntas dos três discípulos,
Tomé (Jo 14,5), Filipe (Jo 14,8) e Judas Tadeu (Jo 14,22), eram também as
perguntas e os problemas das Comunidades. Assim, as respostas de Jesus para os
três eram um espelho em que as comunidades encontravam uma resposta para as
suas próprias dúvidas e dificuldades.
Para sentir melhor o ambiente em que se fazia a catequese, você pode
fazer o seguinte. Durante ou depois da leitura do texto, feche os olhos e faça
de conta que você está lá na sala no meio dos discípulos e discípulas,
participando do encontro com Jesus. Enquanto vai escutando, procure prestar
atenção na maneira como Jesus prepara seus amigos para a separação e lhes
revela sua amizade, transmitindo segurança e apoio.
* João 14,1-2: Nada te perturbe.
O texto começa com uma exortação: "Não se perturbe o coração de
vocês!" Em seguida, diz: "Na casa do meu Pai há muitas moradas!"
A insistência em conservar palavras de ânimo que ajudam a superar a perturbação
e as divergências, é um sinal de que havia muita polêmica e divergências entre
as comunidades. Uma dizia para a outra: "Nossa maneira de viver a fé é
melhor do que a de vocês. Nós estamos salvos! Vocês estão erradas! Se quiserem
ir para o céu, têm que se converter e viver como nós vivemos!" Jesus diz:
"Na casa do meu Pai há muitas moradas!" Não é necessário que todos
pensem do mesmo jeito. O importante é que todos aceitem Jesus como revelação do
Pai e que, por amor a ele, tenham atitudes de compreensão, de serviço e de
amor. Amor e serviço são o cimento que liga entre si os tijolos e faz as várias
comunidades serem uma igreja de irmãos e de irmãs.
* João 14,3-4: Jesus se despede. Jesus diz que vai preparar um lugar e depois
retornará para levar-nos com ele para a casa do Pai. Ele quer que estejamos
todos com ele para sempre. O retorno de que Jesus fala é a vinda do Espírito
que ele manda e que trabalha em nós, para que possamos viver como ele viveu (Jo
14,16-17.26; 16,13-14). Jesus termina dizendo: "Para onde eu vou, vocês
conhecem o caminho!" Quem conhece Jesus conhece o caminho, pois o caminho
é a vida que ele viveu e que o levou através da morte para junto do Pai.
* João 14,5-6: Tomé pergunta pelo caminho. Tomé diz:
"Senhor, não sabemos para onde vai. Como podemos conhecer o caminho?"
Jesus responde: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida! Ninguém vai ao Pai
senão por mim”. Três palavras importantes. Sem caminho, não se anda. Sem
verdade, não se acerta. Sem vida, só há morte! Jesus explica o sentido. Ele é o
caminho, porque "ninguém vem ao Pai senão por mim!" Pois, ele é a
porteira, por onde as ovelhas entram e saem (Jo 10,9). Jesus é a verdade,
porque olhando para ele, estamos vendo a imagem do Pai. "Se vocês me
conhecem, conhecerão também o Pai!" Jesus é a vida, porque caminhando como
Jesus caminhou, estaremos unidos ao Pai e teremos a vida em nós!
Para um confronto pessoal
1) Que encontros bons do passado você guarda na memória e
que são força na sua caminhada?
2) Jesus disse: "Na casa de meu Pai há muitas
moradas". O que significa esta afirmação para nós hoje?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO