segunda-feira, 22 de abril de 2013

23 de abril


B. Teresa Maria da Cruz Manetti,
Virgem de nossa Ordem
Mem. Fac. - Comum das Virgens

“Sofrer, sofrer, sempre sofrer. Fazei de mim o que quiserdes. Basta-me que Vos faça salvar mais almas”. Assim rezava Teresa Maria da Cruz ou Teresa Adelaide Manetti, que veio ao mundo a 2 de março de 1846, no lugar de S. Martinho de Campi Bisenzio, na Arquidiocese de Florença, Itália. Muito nova, perdeu o pai, Salvador Manetti. Sua piedosa mãe, Rosa Bigali, educou-a com disciplina na vida cristã, inculcando-lhe amor aos pobres e humildes. A menina entendeu bem os ensinamentos maternos. Aos 19 anos recusou o matrimônio para se consagrar totalmente a Deus. Com duas companheiras, que reuniu a princípio em sua casa, partiu para o oratório de S. Justo, nas margens do rio Bisêncio, por conselho do Padre Ernesto Iacopozzi. A 16 de julho de 1874, foram admitidas na Terceira Ordem das Carmelitas Descalças, tomando ela o nome de Teresa Maria da Cruz. Naquele humilde lugar, a pequena grei, indo à frente a Serva de Deus, passou os primeiros anos em suma pobreza, orações e penitências, aguardando a manifestação da vontade divina. Entrementes, Teresa Maria, anelando a união com Deus, ardia no fogo da caridade divina que se alimentava no sacramento da Eucaristia. Pouco a pouco, o seu nome passou a ser citado com elogios por toda a região de Bisêncio. Homens e senhoras de qualquer condição social batiam-lhe à porta a pedir conselhos e orações. Em 1877, impelida pela virtude da caridade, abriu o coração e a casa às meninas órfãs e abandonadas, a quem, chamava o seu tesouro. Como o seu número fosse crescendo, viu-se obrigada a alugar e, depois, comprar e ampliar uma casa, confiando unicamente em Deus, que foi ao seu encontro por meio de generosos benfeitores. Juntaram-se-lhe outras jovens piedosas, que ela formou na vida religiosa, encarreirando-as pela senda da disciplina. O pequeno grupo converteu-se numa grande família e a casa, aumentada com outros edifícios, tornou-se um verdadeiro convento, que Teresa Maria, como mãe amantíssima, guiava com palavras e sobretudo com exemplos, inculcando a todas a virtude da caridade. Em 1885 foram agregadas à Ordem dos Carmelitas Descalços e, três anos depois, a 12 de julho de 1888, vestiram o hábito da família Teresiana e fizeram a profissão. Abriram-se novas casas. Era o grão de mostarda que crescia e se tornava planta frondosa. Com a aprovação do Arcebispo de Florença o novo Instituto, irmãs Oblatas de Santa Teresa, em 1891, mereceu o decreto de louvor e, em 1904, tornou-se de direito pontifício reconhecido por S. Pio X. Esta aprovação da santa Sé abriu novos rumos à obra da Serva de Deus, satisfazendo o seu antigo desejo, levantou um convento em Florença, onde suas Filhas adorassem dia e noite o santíssimo Sacramento. Ao mesmo tempo, inflamada na ânsia de salvar almas, enviou o primeiro grupo de companheiras para o Líbano e abriu uma casa na Terra Santa, junto do Monte Carmelo, para receber crianças pobres e abandonadas. Ninguém se aproximava da Serva de Deus que não saísse mais cheio de fé e mais disposto a unir-se a Deus. Maria Teresa participou em subido grau no mistério da cruz de Cristo. Não lhe faltaram sofrimentos e até calúnias. Teve de superar não poucas dificuldades, coisa comum a todos os fundadores de Institutos religiosos. Nos três últimos anos de vida experimentou a chamada “noite do espírito” e padeceu atrozes dores físicas. Aceitou as provações com paciência, heroica, oferecendo tudo ao Senhor pela Igreja e salvação das almas. Assim preparada, partiu para o Pai no dia 23 de abril de 1910. Na homilia da missa da beatificação, a 19 de outubro de 1986, celebrada no Estádio Municipal de Florença, falou o Santo Padre João Paulo II: «Característica particularmente evidente de Teresa Maria era a alegria (….) Mas a alegria de Teresa Maria não era a alegria ilusória deste mundo. Aquela alegria era fruto de um alto preço, que aliás ela pagava de bom grado, porque movida pelo amor a Cristo e às almas».

ORAÇÃO
Senhor, que amparaste no caminho da cruz a virgem bem-aventurada Teresa Maria da Cruz, fortalecida por um ardente amor à Eucaristia, e a cumulastes de ternura materna para com as crianças e os pobres, concedei-nos, por sua intercessão, que, fortalecidos com o pão dos anjos, nos alegremos com a participação na paixão de Cristo e colaboremos com obras de caridade para o advento do vosso Reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

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