Orações do Mês de São José na pasta de Orações e Informações
A Santa Sé está
vacante. Rezemos pela Igreja e pelo Conclave, para que o Espírito Santo conduza
os cardeais na eleição do novo Papa.
Ó Deus, pastor eterno, que governais
a vossa grei com constante proteção, concedei à Igreja um pastor, na vossa
imensa piedade, que vos agrade pela santidade e nos beneficie por uma atenta
solicitude. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco
vive e reina na unidade do Espírito Santo, Deus, por todos os séculos dos
séculos. Amém.
Evangelho (Lc 4,24-30): E
acrescentou: «Em verdade, vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua
própria terra. Ora, a verdade é esta que vos digo: no tempo do profeta Elias,
quando não choveu durante três anos e seis meses e uma grande fome atingiu toda
a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi
enviado o profeta Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. E no tempo
do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel, mas nenhum deles foi
curado, senão Naamã, o sírio». Ao ouvirem estas palavras, na sinagoga, todos
ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no para o
alto do morro sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de
empurrá-lo para o precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou
o seu caminho.
Comentário:
Rev. D. Santi COLLELL i Aguirre (La Garriga, Barcelona, Espanha)
Em verdade, vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra
Hoje escutamos do Senhor que
«nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra» (Lc 4,24). Esta frase —na
boca de Jesus— tem sido para muitos e muitas —em mais de uma ocasião—
justificação e desculpa para não complicar-nos a vida. Jesus Cristo só quer
advertir aos seus discípulos que as coisas não serão fáceis e que
freqüentemente, entre aqueles que pensamos que nos conhecem melhor, ainda será
mais complicado.
A afirmação de Jesus é o preâmbulo
da lição que quer dar à gente reunida na sinagoga e assim, abrir os seus olhos
à evidencia de que pelo simples feito de serem membros do “Povo escolhido” não
têm nenhuma garantia de salvação, cura, purificação (isso o confirmará com os
dados da história da salvação).
Mas, dizia que a afirmação de
Jesus, para muitas e muitos é, com excessiva freqüência, motivo de desculpa para
não “comprometer-nos evangelicamente” no nosso ambiente cotidiano. Sim, é uma
daquelas frases que todos aprendemos de memória e, que efeito faz!
Parece como gravada na nossa
consciência de maneira particular e quando no escritório, no trabalho, com a
família, no circulo de amigos, no nosso meio social quando devemos de tomar
decisões compreensíveis à luz do Evangelho, esta “frase mágica” tira-nos para
trás como dizendo-nos: —Não vale a pena esforçar-te, nenhum profeta é bem
recebido na sua terra! Temos a desculpa prefeita, a melhor das justificações
para não ter que dar testemunho, para não apoiar a aquele companheiro que é
vitima da gestão da empresa, ou ignorar e não ajudar à reconciliação daquele
casal conhecido.
São Paulo dirigiu-se em primeiro
lugar aos seus: foi à sinagoga onde «Paulo foi então à sinagoga e, durante três
meses, falava com toda liberdade, discutindo e persuadindo os ouvintes acerca
do Reino de Deus» (At 19,8). Não acredita que isso é o que Jesus queria
dizer-nos?
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
Reflexão
*
O evangelho de hoje (Lc 4,24-30) faz parte de um conjunto mais amplo (Lc
4,14-32). Jesus tinha apresentado o seu programa na sinagoga de Nazaré por meio
de um texto de Isaías que falava dos pobres, presos, cegos e oprimidos (Is
61,1-2) e que refletia a situação do povo da Galiléia no tempo de Jesus. Em
nome de Deus, Jesus tomou posição e definiu sua missão: anunciar a Boa Nova aos
pobres, proclamar a libertação aos presos e a recuperação da vista aos cegos,
restituir a liberdade aos oprimidos. Terminada a leitura, ele atualizou o texto
e disse: “Hoje se cumpriu esta escritura nos ouvidos de vocês!” (Lc 4,21)..
Todos os presentes ficaram admirados (Lc 4,16-22ª). Mas logo em seguida, houve
uma reação de descrédito. O povo na sinagoga ficou escandalizado e já não
queria saber de Jesus. Dizia: “Não é este o filho de José?” (Lc 4,22b) Por que
ficaram escandalizados? Qual o motivo daquela reação tão inesperada?
*
É que Jesus citou o texto de Isaías só até onde diz: "proclamar um ano de
graça da parte do Senhor", e cortou o final da frase que dizia: “e
proclamar um dia de vingança do nosso Deus” (Is 61,2). O povo de Nazaré ficou
bravo porque Jesus omitiu a frase sobre a vingança. Eles queriam que a Boa Nova
da libertação dos oprimidos fosse uma ação de vingança da parte de Deus contra
os opressores. Neste caso, a vinda do Reino seria apenas uma virada da mesa e
não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita este modo de pensar.
A sua experiência de Deus como Pai ajudou-o a entender melhor o sentido das
profecias. Descartou a vingança. O povo de Nazaré não aceitou esta proposta e
começou a diminuir a autoridade de Jesus: “Não é este o filho de José?”
*
Lucas 4,24: Nenhum profeta é bem
aceito em sua pátria. O povo de Nazaré ficou com ciúme de Jesus por ele não ter
feito nenhum milagre em Nazaré como tinha feito em Cafarnaum. Jesus responde:
“Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria!” No fundo, eles não aceitavam a
nova imagem de Deus que Jesus lhes comunicava através desta nova interpretação
mais livre de Isaías. A mensagem do Deus de Jesus ultrapassava os limites da
raça dos judeus e se abria para acolher os excluídos e toda a humanidade.
*
Lucas 4,25-27: Duas histórias do
Antigo Testamento. Para ajudar a
comunidade a superar o escândalo e entender o universalismo de Deus, Jesus usou
duas histórias bem conhecidas do AT: uma de Elias e outra de Eliseu. Por meio
destas histórias ele criticava o fechamento do povo de Nazaré. Elias foi
enviado para a viúva estrangeira de Sarepta (1 Rs 17,7-16). Eliseu foi enviado
para atender ao estrangeiro da Síria (2 Rs 5,14).
*
Lucas 4,28-30: Queriam mata-lo, mas
ele prosseguia o seu caminho. A apelo de Jesus não adiantou. Ao contrário! O
uso destas duas passagens da Bíblia provocou mais raiva ainda. A comunidade de
Nazaré chegou ao ponto de querer matar Jesus. E assim, no momento em que
apresentou o seu projeto de acolher os excluídos, Jesus mesmo foi excluído! Mas
ele manteve a calma. A raiva dos outros não conseguiu desviá-lo do seu caminho.
Lucas mostra assim como é difícil superar a mentalidade do privilégio e do
fechamento. Mostrava ainda que a polêmica abertura para os pagãos já vinha
desde Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que as comunidades estavam tendo
no tempo de Lucas.
Para um confronto
pessoal
1.
Será que o programa de Jesus está sendo o meu programa, o nosso programa? Minha
atitude é a de Jesus ou do povo de Nazaré?
2.
Quais os excluídos que deveríamos acolher melhor na nossa comunidade?
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