PREPARANDO-NOS PARA A FESTA DE SANTA
TERESA
QUINTO DIA : ORAR COM A IGREJA
Matrimônio Místico de Sta Teresa |
Ao
orar é necessário que captemos também a dimensão eclesial.
Só oramos bem se orarmos «como Igreja».
Só oramos bem se orarmos «como Igreja».
Podemos
provar esta afirmação linearmente:
• partamos da estreita união de Cristo com
todo o orante: «Vós em Mim e Eu em vós» (Jo 6; 15);
• a outra perspectiva será «e Eu Nele»,
«Cristo é o lugar da minha oração». Fora Dele não pode haver verdadeira oração
cristã;
• logo, se todos os cristãos estão em Cristo
como eu estou, orar Nele será encontra-me com todos os meus irmãos na Fé...
• consciente ou inconsciente, sempre que ore
bem, encontrar-me-ei com toda essa multidão de crentes, orando com eles. Assim,
fora da Igreja não há autêntica oração cristã, a Igreja será sempre o meu
«lugar privilegiado de oração».
2. ORAR EM IGREJA É ORAR “TODOS POR UM”
S.Paulo
diz-nos que todos os cristãos formamos uma espécie de corpo místico, cuja cabeça
é Cristo e nós os respectivos membros;
• se
aplico esta imagem à oração, concluirei que, sempre e em grande quantidade, eu
desfrutarei e partilharei de bens espirituais de outros irmãos;
• desfruto da vida espiritual de irmãos que,
consciente ou inconscientemente, me comunicam a sua energia, a sua força
espiritual...
• até
mim chega uma espécie de corrente sanguínea composta pela austeridade do
cartuxo, o amor do carmelita, o louvor do beneditino, o sofrimento de quem está
no Purgatório, a glória dos meus irmãos do Céu...
• e
ainda mais: através de todos os meus irmãos é Deus que se me comunica. Deus vem
constantemente até mim através da influência positiva ou negativa que em mim
exercem todos só que me rodeiam.
3. ORAR EM IGREJA É ORAR EM “UM POR TODOS”
É outra face desta realidade: Na Igreja todos
têm necessidade de mim. Por isso, sempre que ore, tentarei:
•
situar-me mentalmente «no meio da grande assembleia»...
•
não me bastará orar com todos, mas «por todos»;
• orarei igualmente «desde eles», tornando-me
solidário com a oração de todos os orantes do mundo;
• e,
por fim, «orá-los-ei ao Pai», que é outra forma de amá-los...
4. ORAR EM IGREJA É ORAR TODOS JUNTOS A
DEUS
É a consequência lógica de tudo o que
dissemos:
• se todos nos reunimos dentro de um mesmo
corpo místico com Cristo...
• juntos louvaremos, daremos graças e
suplicaremos ao mesmo Pai;
• até sintonizar completamente com Ap 7,9-12:
«havia uma multidão imensa que ninguém podia contar, de toda a nação, raça,
povo, língua...»
5. PAUTAS PARA A ORAÇÃO PESSOAL
1. Procura hoje
pensar em clave litúrgica. Recorda que a celebração da Eucaristia, dos outros
sacramentos e da Liturgia das Horas formam o núcleo da «oração da Igreja», são
a sua «oração oficial».
Procura, ao menos, assistir hoje com esta
mentalidade à celebração da Eucaristia.
2.
Recorda hoje a todos os «amigos de orar». Na tua oração reflete sobre estas
palavras de Teresa de Jesus que tantas vezes temos repetido: «Eu aconselharia
aos que têm oração - em especial aos principiantes - procurem amizade e trato
com outras que tratem do mesmo. É coisa importantíssima; ainda que não seja
mais do que para ajudar-se uns aos outros com as sua orações». «É fundamental
“fazermos costas” uns com os outros, os que se relacionam com Deus, para seguir
em frente...». «Não sei eu porque para outras coisas, ainda que não sejam muito
boas, procuramos amigos em quem confiar (descansar), e se permite que quem
inicia verdadeiramente a amar a Deus deixe de fazer amigos para isto...»
3. Visita hoje
algum lugar concreto de oração. Aproxima-te, por exemplo, de qualquer
comunidade religiosa contemplativa: Carmelitas Descalços, Cartuxos,
Cistercienses, etc... Se poderes, dialoga com eles; se for impossível, entra,
ao menos, na sua Igreja e reflete sobre este tipo de vida centrada totalmente
na oração...
4. Une a tua
oração de hoje àqueles que já partiram e vivem num processo de purificação.
Recorda que por este processo estão irmãos a passar, com o mesmo apelido que o
teu, que olharam as mesmas paisagens, exerceram as mesmas profissões e,
sobretudo, partilharam da nossa fé e das mesmas lutas por conservá-la e
vivificá-la... E recorda que deles pode vir muita ajuda espiritual, podendo nós
ajudá-los neste processo de purificação, antes do encontro definitivo com o Pai.
Procura que todos os méritos que hoje obtenhas perante Deus: a tua oração, a
tua entrega aos demais, o teu trabalho... sirvam de ajuda espiritual para os
nossos irmãos que já partiram.
5. Imagina-te hoje
entre a grande multidão dos bem-aventurados. Porque não? Já reparaste o pouco
que pensamos, nós que vamos a caminho, na meta final que é o Céu? Os santos, no
entanto, sabemos que tiveram muitas dificuldades. Dispõe-te hoje a pensar nesta
perspectiva. Se no céu sabemos que prevalece a oração de louvor, expressa a tua
oração louvando a Deus e dando-Lhe graças.
6. Unamos a nossa
oração à dos irmãos não cristãos. Lembraste daquele encontro de Assis? Do que o
Papa fez com os representantes de todas as grandes religiões do mundo?
Uniram-se para ORAR! Que bom, se tu tentares hoje, fazer o mesmo, a partir do
teu momento de oração!
Pensa na
oração do povo de Israel que ora ao mesmo Deus que tu. Não esqueças o muçulmano
que, várias vezes ao dia, evoca Alá, olhando para Meca, como ponto de
referência desse Deus também único e Altíssimo.
Recorda todos os orantes do Oriente, um
mundo interior por excelência.
Ora com todos eles o teu melhor Pai-Nosso.
LEIA, ABAIXO, A LECTIO DIVINA PARA A QUARTA-FEIRA DA XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM
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