OITAVO DIA - AJUDAS PARA
ORAR A SÓS
1. ASSUME A DETERMINADA
DETERMINAÇÃO DE TER ESTA EXPERIÊNCIA ORANTE
Começa por reservar um tempo para orar; se
possível, sempre o mesmo. Quanto antes melhor; se esperas não ter nada para
fazer, continuamente serás solicitado para mil e uma coisas.
Habitua-te a fazer essa oração sempre no
mesmo lugar; de preferência num ambiente recolhido. Não te importes,
inclusivamente, que seja no caminho para o teu trabalho.
Isto sim: esta “determinação”, assume-a com
verdadeiro amor. Não a entendas nunca como mais uma “obrigação”.
2. COMEÇA ASSIM A TUA
ORAÇÃO
Adota uma postura exterior que te ajude a
centrar os teus sentidos na intimidade do teu “eu”, local de encontro com o
Senhor. Para isto, talvez te possam ajudar algumas técnicas de relaxamento
muscular, respiratório, etc.
Procura a presença do Senhor, logo desde o
início ... a presença de um Deus que está no centro do teu ser. Ele está diante
de ti ... Ele está em ti ...Procura repetir frases como estas: Senhor, Tu estás
perto; Tu estás aqui; Tu estás... em mim. Podes ainda, situar esta presença no
Sacrário, junto ao qual te colocas; na beleza da natureza que te rodeia; no
símbolo que colocaste diante de ti ... O importante é que te sintas na sua
presença, que te sintas olhado, que O olhes com os olhos da tua fé. Repete
alguns textos da Escritura: “Senhor, Tu me sondas e me conheces” (Sl 138). “Não
sabeis que sois Templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Cor
3, 16). “Quem me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e viremos a
ele e faremos nele morada” (Jo 14, 23).
É fundamental que esta primeira sensação
da “sua presença”, se traduza na aceitação da distância que medeia a imensidade
de Deus e a tua insignificância. Os sentimentos de contrição são imprescindíveis
no amadurecimento da tua atitude orante.
Evoca o Espírito: é Ele que vai orar em ti;
é Ele que em ti vai permitir que descubras o sentido das Escrituras; é Ele que
te ajudará a perceber o sentido dos acontecimentos da vida; é o Espírito que te
ajudará a dizer: Abbá (Pai); a conhecer a sua vontade; e quem te dará forças
para voltar à vida, onde cumprirás a sua vontade.
Por isso, nunca inicies a tua oração sem
pedir, repetidamente: Espírito Santo, vem, vem, vem!
3. ESCUTA DA PALAVRA
Está
aqui o centro do teu momento de oração: a escuta. O mais comum será que leias
uma passagem da Escritura; lentamente, saboreando cada palavra; fazendo teus,
por exemplo, os sentimentos de Jesus; relendo calmamente o já lido ... Noutras
ocasiões, esta “Palavra” pode vir através de um texto teresiano, do magistério
da Igreja, etc. haverá momentos em que a Palavra esteja envolvida num
“acontecimento da vida” pelo qual acabas de passar. Procura sempre, como Maria,
guardá-lo no fundo do teu coração, para que possas discernir a mensagem que,
através dele, Deus quer transmitir.
4. CHEGA ASSIM AO “TRATO
DE AMIZADE” COM ELE
Nunca esqueças isto: “Orar é tratar com um
amigo”. Assim, o importante será, não o que possas dizer, nem como possas
dizer, mas o amor com que o digas. A tua oração, mais do que uma relação de
negócios, deverá ser sempre uma relação entre pessoas; ainda que, logicamente,
a amizade fará seus os nossos negócios e os seus acabem por ser nossos.
Nestes momentos, procura fazer somente
aquilo que mais te ajude a amá-lo: a recordação do que Ele te deu, as
maravilhas que tem feito conosco, as fraquezas da Igreja, todos aqueles que
estão longe de Deus mas nos quais Ele ainda está presente, as dores e as
alegrias dos Homens teus irmãos ...
Percorre todos estes pensamentos, numa
atitude o mais tranquila e silenciosa possível. Uma atitude contemplativa,
serena, em que procurarás ver tudo com "os olhos de Deus". Uma
singela sensação de sentir-te simplesmente diante d'Ele, com tudo o que esta
sensação implica. E queira Deus, vás adquirindo, pouco a pouco, esta atenção
amorosa, base de toda a contemplação.
Volta a pedir ao Pai, por intermédio de
Jesus, que te envie o Espírito Santo, o único capaz de renovar os teus
critérios, os teus caminhos, o teu coração; a única fonte de fortaleza perante
cada dificuldade e de constância perante cada propósito. (Este processo de escuta, podes repeti-lo
várias vezes durante o mesmo momento de oração.)
5. FIM DE TODO O MOMENTO
ORANTE
Dado que a oração é um trato
amoroso, será lógico que não o terminemos sem expressar os nossos afetos a esse
Deus a quem dizemos amar. Para isso, nada melhor do que perguntarmos: Que diria
ao Senhor se o visse hoje, aqui, com todos os meus sentidos? Então, brote
imediatamente do nosso coração a petição, a súplica, a oblação, a ação de
graças, o louvor...
Por fim, procura que brote em ti um
compromisso. Não termines nunca o teu momento de oração, sem que algo tenha
mudado em ti, sem o desejo de que algo mude no mundo, na Igreja, na tua
família, comunidade ou ambiente.
A oração há de ser sempre algo que
brote da vida e retorne à própria vida. Não oramos para "fazer três
tendas", no alto do monte de um Jesus transfigurado, mas sim para
impulsionar a nossa missão no vale. Não oramos para que Deus realize os nossos
planos, mas sim para conhecer e ser capazes de realizar os planos de Deus.
6. UM MODO CONCRETO DE
FAZÊ-LO
Começa por encontrar uma boa motivação: o
melhor motivo para orar, é descobrir no teu coração a sede de Deus, e querer
estar com quem te ama como ninguém. Assim orava Jesus. Procurava os melhores
momentos para estar a sós com o Pai.
Retira-te: abandona, por uns momentos, o
que estás a fazer. Não porque seja mau, mas porque precisas alimentar a tua
alma com algo muito importante. Não esqueças: fá-lo com alegria.
Escuta o que disse Jesus: "Tu, quando
fores orar, entra no teu quarto e, depois de fechar a porta, ora a teu Pai que
está no segredo; e teu Pai, que vê no segredo, te dará a recompensa"(Mt 6,
6).
Prepara o lugar: não necessitas de muitas
coisas, no entanto, uma coisa é fundamental ... Podes colocar diante de ti um
ícone de Jesus, para que aprendas a deixar-te olhar e a olhá-lo a Ele; podes
optar por uma Bíblia aberta e uma vela acesa (símbolo de tantas coisas: fé
viva, amor, esperança, procura).
Procura uma postura que te ajude: respira
fundo e descansa um momento. Tudo te pode ajudar a concentrar a atenção no
Senhor.
Benze-te: faça-o muito calmamente: "Em
nome do Pai ... do Filho ... e do Espírito Santo". Assim, entras na Sua
presença. No gesto de levar os teus dedos à tua face, ao peito e aos ombros,
estás a abrir a porta de todo o teu ser ao Senhor.
Fala-lhe e deixa que te fale: fala-lhe de
tudo o que te interessa, do que te magoa, do que comove de felicidade o teu
coração. Faça-o com toda a verdade de que sejas capaz. Que sejam palavras
verdadeiras, ainda que tenhas que Lhe dizer que és muito frágil e pecador...
Mas, permite que Ele te fale; é o mais importante. Abre a Bíblia e lê.
Olha-O e deixa-te olhar: não é necessário
que estejas sempre a falar. Podes olhá-LO com fé e, sobretudo, permitir que Ele
te olhe, podes amá-LO e deixar-te amar por tão bom Amigo.
Deixa-te fazer por Ele: Deus é como um
oleiro. Às vezes, esta atitude de se deixar fazer, é dolorosa mas... vale a
pena.
Vive o momento de oração com alegria: ainda
que não sintas nada, o amor também se demonstra na aridez. Recorda que Deus
também se alegra por estar contigo.
Reza o Pai Nosso: pausadamente. Fazendo
tuas cada uma das petições. Recorda Maria e sente muito próxima a sua presença
maternal. Retoma as tuas tarefas diárias, disposto a fazer o bem.
Oração: Animados pelo
exemplo de Santa Teresa, nós vos pedimos, ó Pai, que sejamos dignos de viver na
vossa comunhão, buscando, sempre mais, vos servir em cada irmão que sofre. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO