BEATO
JOÃO SORETH (1394-147)
Presbítero da nossa Ordem
Fundador da Ordem Terceira do Carmo
24 de julho
24 de julho
Festa (para a OTC)
Comum dos pastores, exceto:
Oração:
Senhor, que escolhestes o bem-aventurado João Soreth para renovar a vida
religiosa e promover a fundação das carmelitas, concedei-nos, por sua
intercessão, a graça de uma fidelidade cada vez maior no seguimento de Cristo e
da sua Mãe. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
1.
Instituiu
a Ordem Terceira (hoje Ordem Secular) como já tinham os franciscanos e
dominicanos. Em 7 de Outubro 1452 obteve do papa Nicolau V a Bula "Cum
Nulla", pela qual se criava canonicamente a Segunda e Terceira Ordem de
Carmelo.
Nasceu em Caen, cidade da Normandia, França, no ano
de 1394. Desde criança floresceu na devoção a Nossa Senhora do Carmo, vindo a
entrar na sua Ordem. Estudou na Universidade de Paris, depois de feita a
Profissão na Ordem do Carmo. Ordenado sacerdote foi professor na sua
Universidade. Eleito Prior Geral da Ordem, exerceu o cargo até à morte por
mandato do Papa. É considerado o fundador das Irmãs Carmelitas e da Ordem
Terceira do Carmo. A estas comunidades, já existentes, mas sem Regra, deu-lhes
forma canônica. Levou pessoalmente a proposta ao Papa pedindo que a aprovasse,
e, ao mesmo tempo, obteve a aprovação dos estatutos e leis e o reconhecimento
da Ordem Terceira do Carmo, composta por homens e mulheres que no mundo vivem a
sua vida normal, embora ligados espiritualmente à Ordem.
2. Contínua luta para que se guardasse a
Regra e Constituições.
Empreendeu a renovação da vida das comunidades
carmelitas as quais visitava frequentemente, animando a todos na santidade. De
tal modo se fez querido que lhe chamavam «o Desejado», já que sempre que
visitava algum convento nele infundia paz, serenidade, santidade e alegria. Era
humilde em extremo e, mesmo sendo Prior Geral, nunca quis outras honras que as
do hábito mais velho e mais gasto e a túnica mais áspera. Era manso e delicado,
mas também firme e sem medo. Quis o Papa honrá-lo com a mitra de bispo e com a
púrpura cardinalícia, mas Frei João Soreth resistiu, declarando que entrara no
Carmelo e no Carmelo queria morrer.
Entrou em disputa com a sua Universidade, a de
Paris. Sustentavam os seus mestres que os frades mendicantes não podiam
confessar, pelo que sem outra alternativa o nosso Santo se viu obrigado a
recorrer ao Papa solicitando a sua intervenção. Foi-lhe concedida razão através
da promulgação duma lei que autorizava a que os religiosos pertencentes a
Ordens Mendicantes pudessem confessar. E na mesma lei o Papa consagrou um
elogio a Frei João que começava assim: «O
Padre Soreth, vigilantíssimo pastor das ovelhas a ele encomendadas, homem
verdadeiro segundo o coração de Deus, dispenseiro fiel não somente da sua
esclarecida Ordem e coluna da mesma, mas de todos os religiosos mendicantes,
fundamento inamovível...».
Estando em certa ocasião, dois exércitos no campo de
batalha, dispostos para o combate, interpôs-se Frei João Soreth, dizendo: «Se derramando o meu sangue estais dispostos
a abandonar a luta, estou disposto a morrer pelo amor da paz». Os dois
exércitos retiraram-se sem combate, mas ambos derrotados, abandonando o campo
de batalha e instaurando a paz. O seu amor a Jesus eucaristia era tão grande
que as suas imagens o representam com a Regra da Ordem numa mão, e na outra uma
píxide com o Santíssimo Sacramento.
3. Introduziu
no maior número de conventos que foi possível a “observância” em seu
significado específico com relação à pobreza e recolhimento interior. Lutou
para que se rezasse dignamente o Oficio Divino e impôs severas medidas contra a
ociosidade dos frades.
Fundou muitos conventos, tanto de religiosos como de
religiosas, instaurando serenidade e paz em todas as comunidades. Quando estava
de visita a certo convento que se dizia convertido às reformas do Santo e
apaziguado pela sua entranhável bondade deram-lhe, na refeição, veneno a tomar.
Sentindo-se gravemente doente e declarando-se a qualidade da enfermidade,
afirmou diante dos irmãos e de Deus, que perdoava a quem o tinha envenenado
voluntária ou involuntariamente. Apressou-se a viajar para o convento de
Angers, onde morreu, repetindo serenamente aquela bela frase de S. Bernardo: «Ó bom Jesus, sede meu, Jesus». Era
o dia 25 de Julho de 1471.
“Seja uma sua cela
exterior e outra sua cela interior ... a porta da clausura exterior é sinal da
clausura interior para que os sentidos sejam sempre orientados interiormente
para Deus”.
1395 – Nasceu em
Caen (França);
1417 – Ordenação
(em Caen);
1437 – Teologia
(Universidade de Paris);
1438 – Doutorado
(Universidade de Paris);
1440 – Provincial
da França;
1451 – Eleito
Prior Geral da Ordem (Capítulo de Avinhon), cargo que desem-penhou até sua
morte.
1452 – Doutorado
Honoris Causa (Universidade e Pádua);
1471 - Morte em
Angers em 25 de Julho de 1471.
1866 -
Beatificação pelo papa Pío IX en 1866.
Sua
espiritualidade:
Podemos ver em seu precioso livro
"Expositio paraenetica in Regulam Carmelitarum" sua maravilhosa e
rica espiritualidade.
Em cada página ele nos convida a
elevar-se acima das preocupações com coisas mundanas e aparência exterior para
criar e desfrutar o ambiente contemplativo.
Insiste em
afirmar que o objetivo do religioso e da perfeição do coração é alcançar a
oração ininterrupta. E para isso considera sempre que a solidão, o silêncio, a
vida em comum e a mortificação dos sentidos são meios eficazes para a vida
interior.
Tinha grande amor
pelo Santíssimo Sacramento, e, em certa ocasião, mesmo correndo perigo de vida,
salvou um cálice com hóstias consagradas, de serem queimadas pelas chamas.
Sua
Mensagem:
·
Que amemos e
trabalhemos com zelo pelo nosso Carmelo;
·
que sejamos
observantes assim como prometemos;
·
que nossas monjas
e religiosas sejam muitas e santas;
·
que os carmelitas
seculares vivam seu próprio carisma.
Dos
seus escritos:
“Aprende de CRISTO, irmão, como se ama a DEUS.
Aprende a amá-lo com doçura e intensidade de coração, com sabedoria, com toda a
alma, com fortaleza e com todas as energias...
...Não
se deixar seduzir por lisonjas significa amar com todo o coração; não ser
arrastado a enganos por insinuações é amar com toda a alma; não se deixar
abater pelas ofensas é amar com todas as energias. Por isso, está escrito na
Regra: 'Amai vosso próximo como a vós mesmos'. Quem ama a DEUS, ama também o
seu próximo. 'Quem não ama o irmão que vê, como poderá amar a DEUS que não vê?” (Bto João Soreth OCarm)
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