quinta-feira, 7 de junho de 2012

Os santos Carmelitas e a Eucaristia.

Frei Tiago Correia O.Carm
O Carmelo é uma Ordem Religiosa de muitos santos, e todos conhecem um santo carmelita, sejam os grandes doutores, São João Cruz, Santa Teresa de Jesus ou Santa Teresinha, os heróis como são Nuno, Santo Alberto, os intelectuais como São Pedro Tomás ou Teresa Benedita (Edith Stein), esses e tantos outros encantam o mundo pela simplicidade e piedade em que viveram, e transformaram o Carmelo em um lugar santo, a ponto de Thomas Merton (místico do séc. XX) dizer: “Não há membro da Igreja que não deva nada ao Carmelo”.
Porém podemos nos perguntar, o que levou a estes homens e mulheres a uma vida santa? Qual a “receita” de santidade do Carmelo? Como carmelita respondendo esta pergunta não posso deixar de dizer que, a inspiração da vida carmelitana é o amor a Maria, foram movidos por este amor, que tantos “ingressaram no Carmo, e puderam saborear de seus frutos” (Jr 50, 19). Sendo que todos os carmelitas estão por sua regra convidados a fartar-se em Deus pela oração, e pela eucaristia diária, estes são os frutos de santidade do Carmelo.
E não poderia ser de outra forma, se o ideal da vida cristã é o encontro com Deus, diz a regra do Carmo “O oratório conforme for mais fácil, construa-se no meio das celas e aí vós devereis reunir todos os dias pela manhã para participar da celebração eucarística” (RC,10), Essa norma foi dada aos carmelitas em 1207, e desde então da mesma forma como o Senhor Deus alimentou a Elias nosso Pai Espiritual no Carit (I Rs 17,6), nos alimenta com o pão da vida que é seu filho Jesus Cristo, para que possamos continuar nosso caminho longo em busca da santidade.
Vejamos o testemunho de amor à eucaristia nos escritos dos santos carmelitas:
Santa Teresa de Jesus: “Quando acabardes de receber o Senhor, tendo a própria pessoa presente, procurai fechar os olhos do corpo e abrir os da alma, e olhai vosso próprio coração” (Caminho de perfeição, 34,12)
São João da Cruz: "Aquela eterna fonte está escondida.
Neste pão vivo para dar-nos vida, mesmo de noite. 
De lá está chamando as criaturas, 
Que nela se saciam às escuras, mesmo de noite. 
Aquela viva fonte que desejo, 
Neste pão de vida já a vejo, mesmo de noite.” (Cantar da la alma que se huelga de conoscer a Dios por Fe, 33-39).
Santa Maria Madalena de Pazzi: “O Senhor nos santificou pelo batismo, e o mesmo nos santifica constantemente pelo Santíssimo Sacramento, para que possamos lhe dar graças pelo Espírito Santo” (I Colloqui 1, 140).
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein): “Dos Sacramentos o que mais me encanta é a Eucaristia, pois é o Sacramento da presença de Cristo, o qual na comunhão nos nutre com seu corpo e com seu sangue, e nesta mistura nos tornamos corpo de Cristo” (Escritos Espirituais)

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