MÊS DO SAGRADO
CORAÇÃO DE JESUS
Terceiro dia
Principal efeito da
devoção ao Sagrado Coração de Jesus: o amor divino
Toda
a lei de Nosso Senhor Jesus Cristo encerra-se em uma só palavra: amarás. Ó doce lei! Lei admirável, digna
do Deus que a promulgou, e única digna do homem a quem foi intimada!
Aquele que formou o coração humano bem sabe
que os únicos laços capazes de prendê-lo são os do amor. Outras obrigações
impôs Deus a sua criatura, todas porém se resumem nesta: amarás. Este é o
preceito de Jesus Cristo por excelência (Jo 25,2). O meu maior preceito, a
única ordem que vos dou, é que me ameis, e vos ameis mutuamente como vos amei.
Este é o preceito por cujo cumprimento conhecerão todos que sois meus
discípulos; aquele que me ama, cumpre a lei (Rom 13,8).
Ó Jesus, o que vos daremos nós, por nos
terdes ordenado que vos amemos, por nos haverdes tão frequente e solenemente
assegurado que nos amais?
Se todos os nossos deveres, trabalhos,
combates, triunfos, se reduzem à aquisição deste único bem - o amor de Deus - é
por certo extremamente grato ter à nossa disposição um meio fácil e infalível
para consegui-lo.
Este meio, ao alcance de todos, é a devoção
ao Sagrado Coração; e quem nos prometeu tão precioso resultado foi o próprio
Jesus Cristo, como acima vimos. Diz Ele a Santa Margarida Maria: «Prometo-lhe
que meu Coração dilatar-se-á para difundir com abundância os influxos de seu
divino amor sobre aqueles que lhe tributam esta homenagem.» E em outro
lugar: «Esta devoção fará nascer o amor nos corações mais empedernidos e
abrasará os menos fervorosos.»
“Apesar
de seus inimigos, Deus reinará - escrevia Santa Margarida - e tornar-se-á Senhor e possuidor de nossos corações;
porque este é o fim principal desta devoção: converter as almas a seu
amor".
Facilmente se compreende que seja este o
efeito da devoção ao Sagrado Coração, pois nela tudo respira amor; seu objeto é
o Coração de Jesus Cristo abrasado de amor; seu fim, reparar as injúrias feitas
ao amor; sua prática, exercícios de amor. Ela provoca à atenta consideração de
tudo quanto pode inflamar este amor; a lembrança e o reconheci-mento do amor, e
dos benefícios de Nosso Senhor, principalmente no Sacramento da Eucaristia.
O que não faria Jesus por quem fielmente o
tivesse acompanhado durante sua dolorosa Paixão, quando todos os abandonavam! O
que não fez por São João, o único que o seguiu fielmente até o seu último
suspiro! De alguma forma fez dele seu retrato, legando-lhe sua divina Mãe para
ser-lhe mãe; sua Cruz, para lembrança; seu Coração, para lugar de repouso.
Jesus Cristo reserva também estes dons
preciosíssimos de sua liberalidade, para aqueles que, enternecidos pelo desamparo
e solidão de seus templos pelos ultrajes, desprezo e tibieza dos cristãos para
com o Sacramento de seu amor, forem visitá-lo frequentes vezes, receberem-no no
coração, e cada dia repararem pela sua assiduidade, fervor e humildade, tantas
e tamanhas indignidades. Nosso Senhor não se deixará vencer em generosidade: o
amor será a recompensa do amor.
Lê-se na vida de Santa Gertrudes que, sendo
um dia favorecida com a aparição de São João Evangelista, perguntou-lhe por que
motivo, tendo ele descansado sobre o Coração de Jesus durante a Ceia, nada
havia escrito para instrução nossa sobre os movimentos do divino Coração; e que
o Santo respondera estas palavras memoráveis: "Eu
estava encarregado de escrever para a Igreja ainda no berço, a palavra do Verbo
Encarnado; Deus, porém, reservou a suavidade dos sentimentos do divino Coração
para manifestá-la nos últimos tempos, na velhice do mundo, a fim de reacender a
caridade que arrefecer-se-á consideravelmente."
Já chegamos a esses tempos de que falou o
Discípulo amado à Santa. O fogo da caridade está extinto em quase todos os
corações; mas por que perderemos a confiança? A devoção ao Sagrado Coração, que
se propaga por toda a parte, vai avivá-lo.
LEIA, ABAIXO A LECTIO DIVINA DA SEMANA DA SSMA TRINDADE
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