SANTO
ELISEU, PROFETA.
Memória
Comum dos Santos Homens, exceto
Antífona do Benedictus (Laudes)
Ant. Bendito seja o Rei Celeste, dos
Profetas Senhor, que por meio dos seus Santos nos dá leis de amor; o caminho da
salvação e da paz Ele mostra ao seu povo e para a luz do céu nos leva pelas
preces de Eliseu.
Oração: Deus, nosso Pai, Pastor dos homens e
Redentor, que sois proclamado admirável nos vossos santos profetas e
derramastes o espírito de Elias sobre o vosso profeta Eliseu, dignai-vos, na
vossa bondade, fazer crescer em nós os dons do Espírito Santo, para que,
compenetrados da nossa missão de profetas, possamos por toda parte testemunhar
a vossa divina presença e a vossa adorável providencia. Por Cristo Nosso
Senhor. Amém
Antífona do Magnificat (Vésperas)
Ant. Hoje o morador do Carmelo, Santo
Eliseu, engrandece o Senhor dos Exércitos.
Hoje, pelo seu Profeta, o Senhor derruba os poderosos de seus tronos e
eleva os humildes. Glória a vós, que no
Reino da Paz hoje acolhetes o Homem de Deus!
No dia 14 de julho o Carmelo
celebra a memoria litúrgica de uma das suas figuras inspiradoras, o Santo
Profeta Eliseu, e assim nos é narrado em 1Rs 19,21: "Quando Elias se aproximou
de Eliseu, lançou o seu manto sobre os ombros dele, e Eliseu, largando os bois
correu imediatamente para seguir Elias e servia-lhe". Eliseu
recebendo o espirito de Elias, entre muitos grandiosos prodigios, curou Naamã
da lepra, ressuscitou um menino que falecera, conviveu entre os filhos dos
profetas e, em nome de Deus interveio muitas vezes nos acontecimentos do povo
de Israel. A Ordem do Carmo, lembrada das suas origens no monte Carmelo,
desejou com a celebração litúrgica dos grandes Profetas, celebrar a memória da
presença deles e dos seus gestos. Já no ano de 1399 o Capitulo Geral decretou
celebração da festa de Santo Eliseu; e nos nossos dias o profeta lança uma luz
sobre a missão profética do cristão com fidelidade ao Deus Vivo e Verdadeiro.
NA BÍBLIA
O ciclo de Eliseu (2Rs
2-9.13,1-10) está ligado com o de Elias. A vocação de Eliseu está colocada após
a teofania do Horeb (1Rs 19,16-21). Segundo a ordem divina, ele é aquele que
deve suceder ao Tesbita. Por isso torna-se seu servidor e discípulo (2Rs
2,1-18). Pelo fato de acompanhar e ser testemunha do rapto de Elias, Eliseu
herda o duplo espírito do Tesbita (2Rs 2,1-18). O carro e os cavalos que
raptaram Elias constituem a escolta invisível de Eliseu (2Rs 6,17). Numerosos
milagres e prodígios exaltam “o homem de Deus”, o taumaturgo a serviço dos
pobres e que intervém na política. Morto, o seu cadáver ressuscita um morto
(2Rs 13,20-21). No livro do Eclesiástico, o seu elogio segue o do seu mestre
(Eclo 48,12-14) e recorda o dom do espírito de Elias que recebeu durante o
rapto. Entre as suas obras maravilhosas é indicada a ressurreição de um morto
após a sua morte. A cura de Naamã, o Sírio, é recordada no Evangelho (Lc 4,27),
também depois de recordar Elias.
Por duas vezes a Bíblia menciona
a estada de Eliseu no Monte Carmelo: para lá ele se retira após o episódio dos
meninos devorados pelos ursos (2Rs 2,25) e ali a sunamita vai encontrá-lo para
suplicar-lhe que devolva a vida ao seu filho (2Rs 4,25). Uma gruta com dois
patamares era considerada como a “casa de Eliseu”, aquela onde ele recebeu a
visita da sunamita. Ali foi construída uma laura (cenóbio) bizantina conhecida
como Mosteiro de Santo Eliseu.
NASCIMENTO
DE ELISEU
O provincial carmelita da
Catalunha, Felipe Ribot (+ 1392), recorda o prodígio que acompanhou o
nascimento de Eliseu, assim como foi contado por Isidoro de Sevilha e Pedro
Comestor: “Ao nascimento de Eliseu, um dos novilhos de ouro adorados pelos
filhos de Israel mugiu atravessando o jardim de Eliseu. Um sacerdote do Senhor
o escutou em Jerusalém e, inspirado por Deus, proclamou: ‘nasceu em Israel um
profeta que destruirá todos os ídolos esculpidos e fundidos”. Só João de
Hornby, carmelita inglês do século XIV, indica que Eliseu era descendente de
Arão, como Elias, enquanto que a Vitae Prophetarum e Isidoro mencionam “a tribo
de Rubem”.
ELISEU,
FIGURA DE CRISTO
Como Elias, Eliseu é apresentado
pelos Padres da Igreja como figura de Cristo enquanto taumaturgo. Já Orígenes
chamava Cristo “o Eliseu espiritual que purifica no mistério batismal os homens
cobertos pela sujeira da lepra” (Hom. sobre Lucas 33,5). Eliseu estendendo-se
sobre o menino anuncia a Encarnação de Cristo que se faz pequeno para
salvar-nos. O vaso novo lançado com sal na água (episódio amplamente
desenvolvido pelos Padres Latinos), o sal que purifica as águas, o machado
recuperado, são figuras de Cristo. Multiplicando os pães de cevada para cem
pessoas, iluminando os olhos do seu servo e cegando os de seus inimigos,
curando Naamã com o banho no rio Jordão, Eliseu é ainda figura do Messias. A
ressurreição de um morto ao contato com os seus ossos prefigura da descida de
Cristo aos infernos para dar vida aos mortos. No sermão 128 de Cesário, a viúva
libertada da sua indigência, graças ao milagre operado por Eliseu, prefigura a
Igreja libertada do pecado à vinda do Salvador; a sunamita estéril, que concebe
pela oração de Eliseu, é também figura da Igreja estéril antes da vinda de
Cristo. Igualmente João Baconthorp (+ 1348) faz o paralelo entre os milagres de
Elias e de Eliseu com os de Jesus (Speculum 2).
ELISEU,
MODELO DO MONGE
Numerosos Padres da Igreja
atestam a virgindade de Eliseu seguindo a de Elias. Para São Jerônimo “na
Lei antiga, a fecundidade era objeto de bênção. Mas pouco a pouco, à medida em
que a messe se torna mais abundante, foi enviado um ceifador: Elias que foi
virgem. Eliseu também o foi, como do mesmo modo os filhos dos profetas”
(Ep. 22). Os carmelitas medievais reproduziram estas linhas insistindo sobre o
fato que Elias e Eliseu foram os primeiros a consagrarem-se a Deus na
virgindade. Pe. Daniel da Virgem (+ 1678) explica que o celibato honra e imita
por antecipação a Virgem Maria: “Eliseu conheceu antecipadamente e imitou
a pureza da Virgem Mãe de Deus” (Vida de Santo Eliseu, pref.).
A oração tem um papel primordial
na vida de Eliseu: é a fonte dos milagres que o Senhor faz através dele. No
texto bíblico, isto é expresso explicitamente através da ressurreição do filho
da sunamita, por isto o Senhor abre os olhos do seu servo para cegar os
arameus. Os Padres da Igreja acentuam ainda mais o papel da oração: ele obtém
um filho para a sunamita, faz submergir o machado caído na água do rio Jordão.
Assim através de Eliseu os carmelitas fazem jorrar o seu apostolado pelo
colóquio com Deus.
A renúncia inicial de Eliseu,
que sacrifica os bois e o arado antes de seguir Elias, é um exemplo de exortação
para se afastar das preocupações mundanas (Jerônimo, Ep. 71,3). A recusa dos
presentes de Naamã fornece aos Padres um belo exemplo de afastamento dos bens.
Para Cassiano, Eliseu é um dos fundadores do monaquismo e, de modo especial, um
mestre da pobreza (Inst. 7, 14,2).
Amona (século IV), discípulo de
S. Antonio o Grande, canta todos aqueles que obedeceram aos seus pais,
cumprindo a sua vontade com a obediência perfeita em tudo. Eliseu é um dele
(Ep. 18). Isaías de Scete (+ 491) exorta à obediência com o exemplo de Eliseu
(Asceticon 7). A homilia bizantina mais freqüentemente indicada para a festa de
Santo Elias é um comentário sobre o Profeta Elias, o Tesbita, atribuída a São
João Damasceno, sem dúvida provém do ambiente monástico. A menção de Eliseu põe
em relevo a sua ligação total a Elias: “Tendo deixado tudo, casa, campos, bois, ele
o segue, servindo-lhe em tudo e totalmente ligado à sua pessoa. Elias, que
viveu dali em diante com Eliseu a quem havia também consagrado profeta segundo
um oráculo divino, estava dia após dias reunido com ele sob o mesmo teto,
compartilhando o mesmo estilo de vida, absolutamente inseparáveis”.
Atanásio de Alexandria, na vida
de Antão, mostra que Eliseu via Giezi distante e as forças que o protegiam
porque o seu coração era puro, escopo de toda ascensão monástica. João
Baconthorp considera em Eliseu o carmelita aplicado à contemplação que “vê”
Deus, destinado a trazer no seu coração a chama ardente e irradiante e a
palavra de vida, como Maria, e a imitação de Elias e de Eliseu que viveram a
vida contemplativa no Carmelo (Laus 2,2). Pe. Daniel da Virgem na sua Vida do
Santo Profeta Eliseu reassume os papéis respectivos de Elias e de Eliseu: “Inaugurando
a vida religiosa, monástica e eremita, Elias a plantou, Eliseu depois a irriga
e grandemente a divulga”.
ELISEU,
DISCÍPULO DE ELIAS
Nas Antiguidades Judaicas de
Flávio Josefo e em numerosos escritos patrísticos seja do Oriente como do
Ocidente, Eliseu está constantemente presente como discípulo de Elias, seu
filho espiritual, seu herdeiro. Jacques de Saroug (449-521), autor de sete
discursos em métrica que representam longamente a figura de Eliseu e a sua
mensagem, utiliza diversos epítetos. Igualmente Máximo de Torino (+ 408/423),
de quem duas homilias se referem a Eliseu: “Porque se admirar que os anjos, que levaram
o mestre, levam o discípulo (...)? De fato ele mesmo é o filho espiritual de
Elias, herdeiro da sua santidade” (Sermão 84). Os Diálogosdo Papa
Gregório Magno muitas fazem eco às façanhas de Eliseu. Se a “rubrica prima” das
Constituições de 1289 se contenta de justapor Elias e Eliseu, João de Cheminot,
depois João de Venette especificam que Eliseu é“discípulo” de Elias. Porém as
Constituições de 1357 foram assim modificadas: “A partir do Profeta Elias e de
Eliseu, seu discípulo”.
ELISEU, O
DISCÍPULO POR EXCELÊNCIA
Eliseu não é discípulo de Elias somente. Seguindo a
tradição hebraica que se encontra nas Vitae prophetarum, na introdução de São
Jerônimo em seu Comentário ao livro de Jonas e algum outro escrito patrístico,
Jonas seria o filho da viúva de Sarepta, ressuscitado pelo profeta e que se
tornou discípulo de Elias: “Jonas, depois da sua morte, foi
ressuscitado pelo profeta Elias: o seguiu, sofreu com ele e, por sua obediência
ao profeta, mereceu receber do dom da profecia” (Sinassário árabe
jacobita de 22 de setembro). João Baconthorp conhecia esta tradição que provém
de São Jerônimo. João de Cheminot, seguindo Felipe Ribot, indica como primeiro
discípulo o servo que Elias deixou em Bersabéia, quando fugia de Jesabel (1Rs
19, 3). Este servo é aquele que Elias enviou ao cume do Monte Carmelo para
observar a chegada da chuva (1Rs 18, 43).
Segundo as Vitae prophetarum,
Abdias, o intendente de Acab que escondeu os cem profetas em grupos de
cinqüenta, enviado por Acazias, (1Rs 18, 3-4) tornou-se discípulo de Elias.
Teodoro Bar-Koni, autor nestoriano do século VIII, especifica que ele recebeu o
dom da profecia após ter seguido Elias. Os carmelitas medievais enumeram Abdias
entre os grandes discípulos de Elias.
Felipe Ribot é o único carmelita
do século XIV a mencionar o profeta Miquéias como discípulo de Elias.
Para Cheminot e Ribot, Eliseu
ocupa o primeiro lugar no grupo dos discípulos do Profeta Elias.
O DUPLO
ESPÍRITO DE ELIAS
Eliseu é o sucessor de Elias que
recebeu o seu duplo espírito, quando viu seu rapto (2Rs 2, 9-13). De acordo com
uma tradição hebraica, Eliseu realizou 16 milagres, enquanto que Elias havia
feito 8. A partir do século XII, Ruperto de Deutz fez o mesmo cálculo (A Vitória
do Verbo de Deus). Para São Jerônimo, o duplo espírito se manifesta com os
milagres maiores. Para Felipe Ribot, o duplo espírito é o dom da profecia que
consente prever o futuro e o dom dos milagres: «Eis porque lhe dá a direção do
magistério espiritual de todos os religiosos que tinha instituído. Como sinal
disto, ele deu a Eliseu o seu hábito como sinal distintivo do seu instituto,
deixando-lhe o seu manto, quando foi levado ao céu» (nº 149). A partir
do século XVI, outros – como Pedro da Mãe de Deus, carmelita descalço holandês
– vêem no duplo espírito o espírito da contemplação e da ação: «Os
discípulos do Carmelo (...) estão obrigados por vocação a pedir sempre a Deus o
duplo espírito de Elias (...), isto é, o espírito de oração e de ação, o verdadeiro
espírito do Carmelo» (As Flores do Carmelo).
Santa Teresa de Ávila evoca
juntos Elias e Eliseu numa poesia: «Seguindo o Pai Elias, nós combatemos a nós
mesmas, com a sua coragem e o seu zelo, ó Monjas do Carmelo. Após ter
renunciado a nosso prazer, busquemos o forte Espírito de Eliseu, ó Monjas do
Carmelo» (Caminho para o céu). Notemos que na sua correspondência ou
nas Relações, Santa Teresa designa frequentemente com o nome de Eliseu o seu
caro filho, Padre Jerônimo Gracián.
Em Lisieux, Santa Teresa do
Menino Jesus, que morava na cela Santo Eliseu do dormitório Santo Elias, muito
naturalmente alude ao duplo do espírito: «Recordando-me da oração de Eliseu ao seu
pai Elias, quando ele ousou pedir-lhe o dobro do seu espírito, me apresentei
diante dos Anjos e dos santos, e lhe disse (...) ouso pedir-lhes que me
concedam o dobro do vosso amor» (Ms B 4r).
Prior dos filhos dos profetas
O apologista São Justino se
refere ao episódio do ferro do machado caído na água que Eliseu fez boiar com
um pedaço de madeira (2Rs 6, 1-7). Onde o texto bíblico diz simplesmente que os
filhos dos profetas queriam construir um lugar de moradia, Justino precisa que
estes estavam cortando a madeira destinada pra construir «a casa para aqueles que queriam
repetir e meditar a lei e os preceitos de Deus» (Diálogo com Trifão,
86). Esta paráfrase se tornará no século XIII o coração da Regra dos carmelitas
que se consideram os sucessores dos filhos dos profetas para «meditar
dia e noite na lei do Senhor».
Gerado à vida pelo Espírito de
Elias, Eliseu pode por sua vez gerar filhos, chamados na Bíblia de «filhos dos
profetas». Teodoreto de Ciro apresenta Eliseu à testa do «coro» dos profetas
que o consideravam como «prior» deles (Quaest 4 Re 6, 19).
Felipe Ribot mostra como Eliseu
é reconhecido «pai» dos filhos dos profetas: «Vendo Eliseu revestido do hábito
de Elias, reconheciam que estava repleto do espírito de Elias e o receberam
imediatamente como pai deles e mestre no lugar de Elias» (nº 149). Ele
ensina aos filhos dos profetas, dá a eles ordens, organiza a comunidade
religiosa instituída por Elias. Igualmente para João Soreth, após a ascensão de
Elias, os filhos dos profetas «o veneraram, como superior deles, porque
substituía Elias no governo dos eremitas».
OS
CAÇOADORES DE ELISEU
Segundo a Haggadah, os
caçoadores de Eliseu não são meninos, mas adultos que se comportam como meninos
tolos. O número de pessoas devoradas pelos dois ursos corresponde então aos 42
sacrifícios ofertados por Balac (Nm 23). Os Padres Latinos não se referiram a
esta tradição e dão uma interpretação anti-hebraica: Vespasiano e Tito – os
dois ursos – aniquilaram Jerusalém 42 anos após a Paixão de Cristo, escarnecido
pelos hebreus. Por outro lado o grito «sobe, careca» é um insulto a Elias para
transformar em chacota o seu rapto. João Baconthorp pensa nos detratores da
Ordem: Eliseu ensina o respeito devido à antiguidade da Ordem como para cada
forma de velhice (Laus 2, 1).
A SEPULTURA
DE ELISEU
Um tradição hebraica tardia, bem
atestada na Patrística (Jerônimo, Egéria, Anônimo de Piacenza, Isidoro de
Sevilha, Beda o Venerável), localiza a tumba de Eliseu em Sebaste na Samaria,
com as tumbas de Abdias e de João Batista. Os carmelitas da Idade Média (João
de Cheminot, Speculum 1; João de Hildesheim, Diálogo) conheciam esta tradição.
A sepultura de Eliseu foi violada por Juliano o Apóstata no século IV. Parte
dos ossos foi transferida para Alexandria e para Constantinopla, e dali para
Ravenna em 718 e colocada na igreja de São Lourenço. No Capítulo Geral de 1369,
autorizou-se a Ordem a fazer investimento econômico para obter as relíquias de
Eliseu. A igreja foi destruída em 1603 e se ignora a sorte das relíquias,
entretanto se mostra na igreja de Santo Apolinário a cabeça de Santo Eliseu.
CULTO
LITÚRGICO
O primeiro decreto oficial
aprovando a festa de Santo Eliseu para o dia 14 de junho, data na qual o
profeta é festejado no rito bizantino, se encontra nas Constituições de 1369.
Foi promulgada no Capítulo Geral de Florença de 1399. Em 1564 se adicionou uma
oitava à celebração da festa. No calendário da Reforma Teresiana, em 1609, a
memória de Eliseu recebe a categoria de festa de primeira classe, mas em 1617
foi reduzida à condição de segunda classe, com oitava, e depois abandonada em
1909. As Constituições O. Carm. de 1971 determinavam: “Com oportuna solenidade sejam
celebradas as festas dos pais da Ordem Elias e Eliseu, do protetor S. José e
dos nossos santos” (nº 72). Mas na reforma litúrgica de 1972, Eliseu
foi excluído do calendário dos dois ramos do Carmelo. Por solicitação dos
Carmelitas da Antiga Observância, a reintrodução da memória de Santo Eliseu foi
aceita pela Sagrada Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos
em 1992.
CONCLUSÃO
Elias e Eliseu são considerados
o ponto de partida de uma sucessão ininterrupta de monges no Antigo Testamento
e depois no Novo Testamento, antes de serem mais simplesmente os inspiradores
dos Carmelitas dos quais estes querem ser seus imitadores e ainda mais seus
filhos. A devoção ao profeta Eliseu conheceu um eclipse de uns 30 anos após o
Concílio Vaticano II: a reforma litúrgica do Próprio do Carmelo não conservou a
sua festa, as Constituições O. Carm. (1971) e as dos Carmelitas Descalços
(1991) nomeiam o profeta Elias somente quando se referem à tradição bíblica da
Ordem. Por sorte, diversos estudos o recolocaram no seu lugar (Carmel 1994/1).
As Constituições O. Carm. de 1995 dizem: “O Carmelo celebra, com especial devoção, os
seus Santos, colhendo neles a expressão mais viva e genuína do carisma e da
espiritualidade da Ordem ao longo dos séculos. Com particular solenidade, sejam
celebradas a festividade de Santo Elias Profeta,a memória de Santo Eliseu
Profeta e as festas dos protectores da Ordem, a saber, S. José, S. Joaquim e
Santa Ana” (nº 88).
De fato o Carmelo reconhece como
seus inspiradores, não só o Tesbita, mas juntos Elias e Eliseu, porque nesta
mesma relação se manifesta o carisma do Carmelo.
LEIA, ABAIXO, A MEDITAÇÃO DO 14º DIA DO MÊS DO CORAÇÃO DE JESUS
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