sábado, 23 de junho de 2012


MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Vigésimo quarto dia
Quatro obstáculos aos frutos abundantes da devoção ao Sagrado Coração de Jesus

      Quatro obstáculos nos detêm no caminho da verdadeira devoção ao Coração de Jesus.
É o primeiro a tibieza, estado bem triste. A alma tíbia só faz o que não pode omitir. Sem caridade, sem fervor, a si própria é pesada, e, em lugar de progredir no caminho da virtude, recua. Tanto mais deplorável é este estado, quanto menos perigoso o julgamos. Evitamos os pecados grosseiros, e cremo-nos por isso em segurança; mas é porque esquecemos o que diz o Senhor no Apocalipse: "Por seres tíbio, lançar-te-ei de minha boca". Como se quisesse dizer: "Não mereces viver em mim; não terás acesso até meu Coração, porque me retribuis a ternura com frieza criminosa." Confissões sem emenda, comunhões sem fruto, são as consequências comuns de tão desgraçado estado.
O amor próprio é o segundo obstáculo. A observância do Evangelho encerra-se toda nesta palavra de Jesus Cristo: "Se alguém quiser seguir-me, renuncie a si próprio, tome sua cruz, e siga-me"... Nisto, porém, poucos são os que pensam seriamente. Não gostam senão das virtudes que lhes agradam e combinam com seu humor; como pode, porém, um coração assim disposto unir-se com o Sagrado Coração de Jesus?
O terceiro obstáculo é alguma paixão favorita que poupamos e não queremos sacrificar. Por mais que se domem quase todas, ficando uma só deste gênero, torna-se impossível a união dos corações. Examinai de boa fé qual é a que reservais, e sacrificai-a generosamente ao Coração de Jesus. Menos vos custará, acreditai, renunciar a ela, do que satisfazê-la.
O quarto obstáculo é um orgulho secreto. Vencem-se e enfraquecem-se os outros inimigos pela prática das virtudes, ao passo que este se fortifica com elas. Pode-se dizer que de todos os vícios nenhum há que tanto tenha paralisado as almas no caminho da piedade, e da mais alta perfeição as tenha abismado na tibieza e até na desordem, como o orgulho.
Deste espírito de vaidade procede o imoderado desejo que temos de aparecer, de sair bem do que empreendemos, e, também, a tristeza e desânimo em que caímos depois dos reveses; o entusiasmo que sentimos quando nos dão louvores.
Tal espírito insinua-se até no exercício das maiores virtudes; somos mortificados, obsequiosos, honestos, delicados, caridosos, cheios de zelo pela salvação, meditação, etc., mas gostamos também, (dizemos) para edificação do próximo, que sejam conhecidas estas nossas qualidades.
É do orgulho que dimanam as susceptibilidades em pontos de honra, esfriamentos, pesares que tanto se aproximam da inveja, bem como a pena oculta que nos causam os triunfos dos outros, que buscamos amesquinhar, e a extrema tristeza e desalento que experimentamos quando resvalamos em alguma falta semelhante.Em suma, passamos por espirituais, supomo-nos tais, e só nos conduzimos pela prudência mundana; a superfície espiritual encobre paixões reais: e na hora da morte, pessoas que julgamos encarre-gadas de riquezas espirituais, acham-se com as mãos vazias de boas obras; porque certo amor próprio, ambiçãozinha e orgulho latente, tudo roubaram e corromperam. Eis o verme que faz secar e tombar os mais altos e frondosos carvalhos.

LEIA, ABAIXO, A MEDITAÇÃO PARA A SOLENIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA

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