MÊS DE MARIA
MEDITAÇÃO – 6º dia
CAPÍTULO
6 - A
PERFEIÇÃO ESPECIAL DA VIDA MARIANA
Trata-se do fato
que a vida mariana possui em si alguma perfeição maior do que a vida simples e
unitiva com Deus. Comparação com os Santos. Esta vida é mariano-divina: em Deus
e por Deus e, simultaneamente, em Maria e por Maria.
O Espírito Santo
nos ensina e também a experiência de algumas pessoas piedosas nos mostra que a
vida mariana ou a vida em Maria se fundamenta na vida divina ou em Deus. Ela
pode ser contemplada como um grau superior ao estado de união simples com Deus,
o Nosso Sumo Bem, ou uma vida divina simples ou em vida em Deus. Segundo o modo
comum de falar, Deus é o fim único e último da alma. Ele é, outrossim, o Bem
único, absoluto e supremo: a alma é criada para alcançá-lo. Toda a sua
felicidade e beatitude, nesta vida e na outra, consistem em adquiri-Lo,
contemplá-Lo, possuí-Lo e gozá-Lo.... Contudo a alma pode, num outro sentido,
tender e levantar-se para mais alto. É o que vamos explicar a seguir. Os santos
no céu gozam todos à glória de Deus, face a face. São transfigurados pela luz
da glória e inundados pelo amor beatífico, no qual consiste sua mais alta
felicidade e beatitude.... Porém, além desta beatitude ou vida gloriosa
essencial, eles se deleitam numa glória e alegria acidental, cada um na medida
dos seus merecimentos segundo a disposição de Deus, que recompensa os atos
bons. Isto consiste, por exemplo, na contemplação da Humanidade Santíssima de
Cristo, ou de suas Santas Chagas, ou da Santa Cruz como meio da nossa salvação,
ou também da Santíssima Mãe de Deus, de São José ou de outros santos; ou ainda
consiste no conhecimento puro de alguns mistérios divinos, e assim por diante.
Aqueles gozos acidentais, um santo possui num grau maior, outro num grau menor.
Neste sentido podemos dizer que um santo está na glória, que abrange vários
objetos que geram felicidade, num grau mais alto do que outro, desde que o amor
beatífico é naquele santo mais forte do que no outro. De modo mais ou menos
similar, nesta vida são dados graças, dons e favores acidentais para algumas
almas piedosas. Assim, num certo sentido, à semelhança dos santos elas são
elevadas a um grau mais perfeito e mais alto de amor unitivo, para chegarem aos
poucos a uma vida mais perfeita de amor e de gozo de Deus. Neste sentido a vida
mariana, ligada com a vida divina, é mais perfeita e um grau mais elevada do
que a simples vida contemplativa e unitiva. Aquela vida mariana é como se fosse
dupla, quer dizer divina e mariana em Deus e em Maria, pela simples
contemplação, amor e certo gozo de Deus em Maria, e de Maria em Deus. Quando a
alma piedosa pelo Espírito de Deus, que mora nela, é movida continuamente e
cada vez de novo, a ter diante de si, - contemplando, amando e vivenciando –
aqueles dois objetos de contemplação, Deus em Maria e Maria em Deus, então,
pode-se dizer, que ela vive uma vida divino-mariana em Deus e uma vida
mariano-divina em Maria. Prova-se assim que, dedicando-se pelas ações, palavras
e pensamentos a aumentar o amor, serviço e glorificação destes dois objetos de
contemplação, a alma vive para Deus e para Maria. Esta vida divino-mariana,
então, é mais perfeita do que a simples vida divina, desde que o Espírito de Amor,
além da união com Deus e sem impedimento algum para esta, une a alma também com
Maria e faz com que a alma se entretenha simultaneamente com Deus e Maria.
Assim esta vida divino-mariana, ao menos quanto a extensão, é mais perfeita do
que quando se entretém somente a respeito de Deus ou em Deus. Assim também a
vida dos santos é – em extensão e de modo acidental – mais perfeita, quando tem
mais objetos de alegria além do próprio Deus.
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