Comentário ao Evangelho do dia feito por São Cromácio de Aquileia (?-407), bispo - Sermão 17, segundo para a Grande Noite
«Eis que renovo todas as coisas» (Ap 21,5)
O mundo inteiro, que celebra a vigília pascal durante toda esta noite, testemunha a grandeza e a solenidade da mesma. E com razão: nesta noite a morte foi vencida, a Vida está viva, Cristo ressuscitou dos mortos. Outrora, Moisés dissera ao povo, a propósito desta Vida: «Sentireis a vossa vida suspensa e tremereis noite e dia» (Dt 28,66). [...] Que aqui se trata de Cristo Senhor, é Ele próprio que no-lo mostra no Evangelho, quando diz: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6). Ele diz-Se o caminho, porque conduz ao Pai; a verdade, porque condena a mentira; e a vida, porque comanda a morte [...]: «Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?» (1Co 15,55) Porque a morte, que sempre fora vitoriosa, foi vencida pela morte d'Aquele que a venceu. A Vida aceitou morrer para desconcertar a morte. Da mesma forma que, ao nascer do dia, as trevas desaparecem, assim foi a morte aniquilada, quando se ergueu a Vida eterna. [...]
Eis, pois, o tempo pascal. Outrora, Moisés falou ao seu povo dizendo: «Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano» (Ex 12,2). [...] O primeiro mês do ano não é, portanto, janeiro, em que tudo está morto, mas o tempo pascal, em que tudo retorna à vida. Porque é agora que a erva dos prados, de certa forma, ressuscita da morte, é agora que há flores nas árvores e que as vinhas têm rebentos, é agora que o próprio ar parece feliz com o início dum novo ano. [...] Este tempo pascal é, assim, o primeiro mês, o tempo novo [...] e, também neste dia, o gênero humano é renovado. Pois hoje, no mundo inteiro, inumeráveis povos ressuscitam, pela água do batismo, para uma vida nova. [...] E nós, que acreditamos que o tempo pascal é, na verdade, o ano novo, devemos celebrar esse santo dia com toda a alegria e exultação e júbilo espiritual, para podermos dizer, verdadeiramente, este refrão do salmo: «Este é o dia da vitória do Senhor: cantemos e alegremo-nos nele!» (117,24).
Eis, pois, o tempo pascal. Outrora, Moisés falou ao seu povo dizendo: «Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano» (Ex 12,2). [...] O primeiro mês do ano não é, portanto, janeiro, em que tudo está morto, mas o tempo pascal, em que tudo retorna à vida. Porque é agora que a erva dos prados, de certa forma, ressuscita da morte, é agora que há flores nas árvores e que as vinhas têm rebentos, é agora que o próprio ar parece feliz com o início dum novo ano. [...] Este tempo pascal é, assim, o primeiro mês, o tempo novo [...] e, também neste dia, o gênero humano é renovado. Pois hoje, no mundo inteiro, inumeráveis povos ressuscitam, pela água do batismo, para uma vida nova. [...] E nós, que acreditamos que o tempo pascal é, na verdade, o ano novo, devemos celebrar esse santo dia com toda a alegria e exultação e júbilo espiritual, para podermos dizer, verdadeiramente, este refrão do salmo: «Este é o dia da vitória do Senhor: cantemos e alegremo-nos nele!» (117,24).
«Ressuscitou. Não está aqui» (Mc.16,6)!
1. Um jovem faz de “sentinela da manhã de Páscoa” e vem dizer-nos, nesta noite, «mais clara que o dia»: «Ressuscitou. Não está aqui. Vai adiante de nós! Ressuscitado, Ele é o verdadeiro Sol nascente, a erguer-se, por sobre nós mortais! Ele é o pascal cordeiro, que nesta manhã da nova criação, nos reconduz ao Paraíso! Ressuscitou”. E cada um de nós, que percorreu, de noite, o longo caminho da aliança e da esperança, pode exclamar: Esta, sim, é “a madrugada, que eu esperava, o dia inicial inteiro e limpo, onde emergimos da noite e do silêncio e livres habitamos a substância do tempo” (Sophia). A Cristo pertence o tempo e a eternidade. Aleluia!
2. Cristo ressuscitado vive, agora, infundindo em nós toda a sua energia vital. De maneira oculta, mas real, vai impelindo a nossa vida para a plenitude final. Ele é a lei secreta que dirige a marcha de toda a vida. Ele é o coração do mundo. Por isso a Páscoa é a festa para os que se sentem sós e perdidos, ou mortos por dentro. A festa para os que se sentem angustiados pelo peso da vida. A festa de todos os que se sabem mortais e que descobriram em Cristo ressuscitado, a esperança de uma vida de qualidade, de uma vida em cheio, que nunca mais acaba! Aleluia!
3. Conscientes desta libertação trazida por Cristo, celebremos, em festa, e na gloriosa liberdade dos filhos de Deus, a alegria da Páscoa, que faz de nós criaturas novas, gente ressuscitada! É uma festa, que se renova em cada domingo, «o primeiro dia da semana», no mistério da Eucaristia! Se guardarmos «o Domingo», a páscoa semanal, maravilhados no repouso em Deus, com o tempo livre e liberto, para os outros, também o Domingo nos guardará! E iremos e viremos desta festa da Eucaristia, cada vez mais vivos e ressuscitados, repletos daquela paz e daquela alegria da Páscoa, que só Cristo nos dá! Cristo Ressuscitou! E está aqui! Aleluia!
Leia, abaixo, a Lectio Divina para a semana da Páscoa!
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