MEDITAÇÕES PASCAIS – 12ª
Meditação
Cristo ressuscitado,
Deus vivo
Alegremo-nos! O Senhor
ressuscitou: “Ele não está aqui, pois ressuscitou, conforme havia dito” (Mt 28,
6).
Jubilemo-nos! É Páscoa, aquele
que jazia no túmulo agora vive: “É Páscoa, a Páscoa do Senhor… Não figura, não
história, não sombra, mas a verdadeira Páscoa do Senhor…” (Santo Hipólito de
Roma, Das orações dos primeiros cristãos, 44).
Cantemos alegremente! Nosso Senhor
ressuscitou glorioso! É Páscoa: “Ó Jesus ressuscitado dos mortos por divino
poder, abristes para nós a eternidade e nos ensinastes os caminhos da vida…”
(São Boaventura, O lenho da vida 34-35, Obr.
Mist., pp. 113-114).
O Amor Eterno não está mais no
sepulcro, Ele ressuscitou! Corramos então apressadamente ao Seu encontro sem
temer a escuridão das tentações, da secura espiritual, do desânimo, do
pessimismo, etc. O desejo ardente de contemplarmos a luz deverá ser mais forte
do que a escuridão.
O Doce Amigo não está mais no
sepulcro! Saiamos com entusiasmo ao Seu encontro... que a “pedra” das críticas,
invejas, calúnias, perseguições, etc., não obstaculize o nosso caminho, mas que
a removamos com o nosso fervor.
O Imaculado Cordeiro está vivo,
Ele ressuscitou! Busquemo-Lo de coração, jamais duvidemos das suas santas
Palavras.
Exultemo-nos, porque adoramos e
servimos a um Deus ressuscitado: “Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende
tua mão e não sejas incrédulo, mas crê! ‘Respondeu-lhe Tomé: ‘Meu Senhor e meu
Deus” (Jo 20, 27-28).
A pedra não está mais tapando a
entrada do túmulo... a terra treme e o Rei Imortal ressuscita glorioso.
Cristo ressuscitou! Seu triunfo
foi total! Ele venceu a morte para nunca mais morrer... venceu os inimigos para
não mais ser crucificado no Calvário.
Não deixemos para amanhã o que se
pode fazer hoje. Corramos ao encontro do Rei triunfante, prostremo-nos por
terra, abracemos com devoção os seus pés e O adoremos (Cfr. Mt 28, 9).
Adoremos o Deus vivo! A
ressurreição de Cristo Jesus enche o nosso coração da verdadeira alegria e tira
da alma a nuvem da tristeza: “A ressurreição de Cristo abre a mansão dos
mortos… é vida para os mortos, perdão para os pecadores, glória para os santos”
(Dos Sermões de São Máximo de Turim, bispo).
Não sejamos apenas admiradores de
Cristo ressuscitado, mas O imitemos na ressurreição. Assim como Ele saiu
glorioso do sepulcro, saiamos também nós do túmulo do pecado deixando a
escuridão do túmulo, isto é, os vícios. Vivamos continuamente com a graça
santificante na nossa alma.
Alegremo-nos! Cristo ressuscitou!
Unamo-nos a Ele e jamais O deixemos.
Criar as
nossas próprias vidas - Thomas Merton
“Toda vida cristã destina-se a ser ao mesmo tempo
profundamente contemplativa e rica em obra ativa. É verdade que somos chamados
a criar um mundo melhor.
Mas somos chamados, antes de tudo, a uma tarefa mais
imediata e elevada: a de criar as nossas próprias vidas. Ao fazer isso, agimos
como cooperadores de Deus. Assumimos o nosso lugar na grande obra do gênero
humano, pois, com efeito, a criação do nosso próprio destino em Deus é
impossível em puro isolamento.
Cada um de nós realiza o seu próprio destino em
inseparável união com todos os outros com os quais Deus quis que vivêssemos.
Partilhamos uns com os outros a obra criativa de viver no mundo. E é através da
nossa luta com a realidade material, com a natureza, que nos ajudamos
mutuamente a criar ao mesmo tempo o nosso próprio destino e um mundo novo para
os nossos descendentes.
Essa obra do homem, que é a sua vocação peculiar e
inescapável, é um prolongamento da obra criadora do próprio Deus. Deixar de
enfrentar esse desafio e cumprir essa responsabilidade criadora é deixar de dar
à vida a resposta que nos é solicitada pela vontade de nosso Pai e Criador.”
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