terça-feira, 24 de abril de 2012


MEDITAÇÕES PASCAIS – 12ª Meditação
Cristo ressuscitado, Deus vivo

Alegremo-nos! O Senhor ressuscitou: “Ele não está aqui, pois ressuscitou, conforme havia dito” (Mt 28, 6).
Jubilemo-nos! É Páscoa, aquele que jazia no túmulo agora vive: “É Páscoa, a Páscoa do Senhor… Não figura, não história, não sombra, mas a verdadeira Páscoa do Senhor…” (Santo Hipólito de Roma, Das orações dos primeiros cristãos, 44).
Cantemos alegremente! Nosso Senhor ressuscitou glorioso! É Páscoa: “Ó Jesus ressuscitado dos mortos por divino poder, abristes para nós a eternidade e nos ensinastes os caminhos da vida…” (São Boaventura, O lenho da vida 34-35, Obr.  Mist., pp. 113-114).
O Amor Eterno não está mais no sepulcro, Ele ressuscitou! Corramos então apressadamente ao Seu encontro sem temer a escuridão das tentações, da secura espiritual, do desânimo, do pessimismo, etc. O desejo ardente de contemplarmos a luz deverá ser mais forte do que a escuridão.
O Doce Amigo não está mais no sepulcro! Saiamos com entusiasmo ao Seu encontro... que a “pedra” das críticas, invejas, calúnias, perseguições, etc., não obstaculize o nosso caminho, mas que a removamos com o nosso fervor.
O Imaculado Cordeiro está vivo, Ele ressuscitou! Busquemo-Lo de coração, jamais duvidemos das suas santas Palavras.
Exultemo-nos, porque adoramos e servimos a um Deus ressuscitado: “Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e não sejas incrédulo, mas crê! ‘Respondeu-lhe Tomé: ‘Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20, 27-28).
A pedra não está mais tapando a entrada do túmulo... a terra treme e o Rei Imortal ressuscita glorioso.
Cristo ressuscitou! Seu triunfo foi total! Ele venceu a morte para nunca mais morrer... venceu os inimigos para não mais ser crucificado no Calvário.
Não deixemos para amanhã o que se pode fazer hoje. Corramos ao encontro do Rei triunfante, prostremo-nos por terra, abracemos com devoção os seus pés e O adoremos (Cfr. Mt 28, 9).
Adoremos o Deus vivo! A ressurreição de Cristo Jesus enche o nosso coração da verdadeira alegria e tira da alma a nuvem da tristeza: “A ressurreição de Cristo abre a mansão dos mortos… é vida para os mortos, perdão para os pecadores, glória para os santos” (Dos Sermões de São Máximo de Turim, bispo).
Não sejamos apenas admiradores de Cristo ressuscitado, mas O imitemos na ressurreição. Assim como Ele saiu glorioso do sepulcro, saiamos também nós do túmulo do pecado deixando a escuridão do túmulo, isto é, os vícios. Vivamos continuamente com a graça santificante na nossa alma.
Alegremo-nos! Cristo ressuscitou! Unamo-nos a Ele e jamais O deixemos.


Criar as nossas próprias vidas - Thomas Merton
Toda vida cristã destina-se a ser ao mesmo tempo profundamente contemplativa e rica em obra ativa. É verdade que somos chamados a criar um mundo melhor. 
Mas somos chamados, antes de tudo, a uma tarefa mais imediata e elevada: a de criar as nossas próprias vidas. Ao fazer isso, agimos como cooperadores de Deus. Assumimos o nosso lugar na grande obra do gênero humano, pois, com efeito, a criação do nosso próprio destino em Deus é impossível em puro isolamento. 
Cada um de nós realiza o seu próprio destino em inseparável união com todos os outros com os quais Deus quis que vivêssemos. Partilhamos uns com os outros a obra criativa de viver no mundo.  E é através da nossa luta com a realidade material, com a natureza, que nos ajudamos mutuamente a criar ao mesmo tempo o nosso próprio destino e um mundo novo para os nossos descendentes. 
Essa obra do homem, que é a sua vocação peculiar e inescapável, é um prolongamento da obra criadora do próprio Deus. Deixar de enfrentar esse desafio e cumprir essa responsabilidade criadora é deixar de dar à vida a resposta que nos é solicitada pela vontade de nosso Pai e Criador.”

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