M E D I T A Ç Õ E S
Q U A R E S M A I S
O SERVO SOFREDOR - A história da paixão de Cristo X
A Jesus, o Nazareno
Jesus, de novo, lhes perguntou: A quem buscais? Responderam: A Jesus, o
Nazareno. Então, lhes disse Jesus: Já
vos declarei que sou eu; se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes (João
18.7-8).
Era chegada a hora do poder das trevas.
Muitas vezes os fariseus haviam tentado matar a Jesus, mas em vão. Agora,
porém, o conseguiram. Os dois grupos se encontraram frente a frente. Jesus e
seus discípulos e Judas, com os fariseus, anciãos, guardas e soldados. Os
filhos de Deus, tendo à frente o próprio Filho de Deus, um grupo pequeno, e os
filhos das trevas, tendo à frente, Judas, mas atrás de todos está o próprio senhor das trevas, Satanás. Assim
ainda hoje se apresenta o quadro: um grupo pequeno, o de Jesus, um grupo grande
o de Satanás.
Jesus foi ao encontro deles sabedor de
tudo o que iria acontecer. Revelou-lhes seu poder, fazendo-os cair por terra.
Revelou-lhes seu amor, na admoestação a Judas, na admoestação a Pedro, na
interrogação ao grupo todo, e na cura do servo Malco. Porém seus corações
estavam endurecidos, pelo terrível poder das trevas. Antes de se entregar a
eles, voluntariamente, Jesus lhes dirige mais uma vez a pergunta: A quem buscais? – O capitão deveria
responder com clareza o que queria. E ele respondeu: A Jesus o Nazareno! Ao que Jesus respondeu: Se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes. Jesus conhece o
poder das trevas. Sabe que o diabo gostaria não só a ele, mas desgraçar toda a
igreja.
Eis um resumo de toda a história da paixão.
Jesus é nosso substituto. Está ali em teu e meu lugar. Nós éramos buscados
pelos poderes infernais, pela ira de Deus, pelo tribunal eclesiástico e pelo
tribunal civil. Sim, éramos filhos da ira
como também os demais (Ef 2.3), escreveu o apóstolo Paulo. Eis que Jesus se
entrega a eles por todos nós. Aqui me tendes. Ele disse a Deus Pai, pune-me a
mim. O profeta Isaías escreveu: Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas
pisaduras fomos sarados (Isaías 53.5). Eis aqui o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo. Ele nos comprou com o seu sangue, afim de que nem a
lei, nem a maldição, nem o diabo, nem o inferno nos pudessem fazer Mal. Pois as
palavras: Deixai ir estes se coloca
entre nós e nossos inimigos.
Se é
a mim, pois, que buscais, deixai ir estes. Isto é uma ordem. A ordem do
Filho de Deus. Ele conhece a intenção do poder das trevas. Engolir a todos. Mas
para isso ele estava se entregando, para que a ordem: Deixai ir estes! entrasse em vigor.
Quem são estes? São todos
os que confiam na graça de Cristo. São todos os que, cansados e sobrecarregados,
buscam refúgio em Cristo. São todos os que dizem a Jesus: Senhor, tem compaixão de mim, pobre pecador. Aqueles que
arrependidos e confiantes na graça de Cristo clamam: Não me lances fora de tua presença. Pois, e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos
próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro (1 João 2.2). Bem-aventurados
todos os que confiam na graça de Cristo.
Na verdade, Satanás gostaria de arrebatar
todos nós das mãos de Cristo e tenta fazê-lo constantemente. Quantas
perseguições a igreja já sofreu? Quantas doutrinas falsas. Quantos problemas.
Mas em toda a parte ainda soam as palavras protetoras: Deixai ir estes. São palavras que protegem a Igreja Cristã até ao
fim dos séculos. E as portas do inferno (Mateus 16.18) não prevalecerão contra
ela. Pois eu lhe serei, diz o SENHOR, um
muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória (Zacarias
2.5). A todos os cristãos Jesus afirma: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu
(Isaías 43.1). Mas aquele que, como Judas, rejeitar a misericórdia de
Deus, será condenado.
Ainda hoje Jesus estende suas mãos pela
pregação da palavra e chama a si, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.16).
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