sábado, 3 de março de 2012



M E D I T A Ç Õ E S    Q U A R E S M A I S
O SERVO SOFREDOR - A história da paixão de Cristo XII

O sumo sacerdote interroga a Jesus

     Então, o sumo sacerdote interrogou a Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.  Declarou-lhe Jesus: Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em oculto.  Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que lhes falei; bem sabem eles o que eu disse (João 18.19-21).

    A alegria entre os fariseus foi grande. Parece que eles próprios não estavam acreditando terem Jesus manietado em seu palácio. De fato, depois de tantas tentativas malogradas, especialmente, daquela uma, na qual eles queriam apedrejá-lo; Jesus, porém, tornou-se invisível e passou no meio deles (João 8.59). Agora estava preso no palácio. Às pressas convocaram o sinédrio, constituído de 72 pessoas das mais sábias e veneradas em Jerusalém. Quanto alvoroço nessa hora da noite. Eles queriam resolver tudo durante a noite até a madrugada, a fim de não alvoroçar o povo. Mas Deus tinha outros planos.
    Enquanto o Sinédrio era reunido, Jesus foi levado e entregue a Anás, que havia ocupado o cargo de sumo sacerdote antes de Caifás, agora estava aposentado. Anás deveria interrogar a Jesus para ver se pudesse encontrar um motivo para o condenarem. Anás interrogou a Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Se pudessem acusá-lo de doutrina falsa, teriam um motivo justo para o matar. Pois falsos profetas deveriam ser punidos com a morte. Interrogou-o acerca de seus discípulos, para poderem acusá-lo diante dos romanos de rebelião, a fim de ser também por eles condenado à morte.
    Jesus respondeu: Eu tenho falado francamente ao mundo. Ensinei continuamente no templo e nas sinagogas e nas ruas. Eu nada disse em oculto. Pergunta aos que me ouviram. Eles sabem o que eu disse. Por que me interrogas? Os fariseus e também Anás conheciam muito bem o ensino de Jesus. Eles o ouviram muitas vezes. Tantas vezes tentaram surpreendê-lo em alguma afirmação errada, mas não conseguiram nada. Eles sabiam muito bem que Jesus não era um falso profeta. Além disso, era dever deles ter primeiro a acusação e as provas, só então poderiam prender alguém. A situação se tornava cada vez mais embaraçosa. Na medida em que o interrogavam, a inocência e a santidade de Jesus brilhavam cada vez mais. Um guarda percebeu isso e deu uma bofetada em Jesus. Jesus lhe disse: Porque me feres. Se falei mal, dá testemunho do mal; mas se falei bem, por que me feres? Então eles o levaram manietado para a presença do sumo sacerdote Caifás e o sinédrio.   
      Este era o poder das trevas. O apóstolo João afirma: Os homens amaram mais as trevas do que a luz (Jo 3.19). Sim, Anás e os principais sacerdotes conheciam os ensinamentos de Jesus. Eles, que deveria zelar pela retidão da palavra de Deus e do ensino dessa palavra, bem como preparar o povo para receberem Jesus, mas eles se afastaram de Deus e de sua Palavra. Eles sabiam disso, por isso odiaram Jesus porque ele tirou deles, dos sacerdotes, fariseus e escribas, a máscara da hipocrisia e o fez em público, no templo, nas escolas e onde quer que ensinava e dizia:
     Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante
dos homens; pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando!  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo!  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!  Ai de vós, guias cegos, que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas, se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou!  Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o santuário que santifica o ouro?  E dizeis: Quem jurar pelo altar, isso é nada; quem, porém, jurar pela oferta que está sobre o altar fica obrigado pelo que jurou.  Cegos! Pois qual é maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta?  Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo o que sobre ele está.  Quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita;  e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que no trono está sentado.  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!  Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo!  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança!  Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo!  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! (Mateus 23.13-27)
     Eis a razão porque os fariseus odiaram Jesus, porque ele lhes disse a verdade. Então tentaram acusá-lo de falsa doutrina, de agitador, de perturbador da paz. Coisas que continuam fazendo até hoje. Os discípulos não estão acima de seu mestre. Importa que confessemos a verdade destemidamente.

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