M E D I T A Ç Õ E S Q U A R E S M A I S
O SERVO SOFREDOR - A história da paixão de Cristo III
Jesus dirigiu-se com seus discípulos, como
de costume, para o Monte das Oliveiras. Lugar onde, já durante toda a semana,
orou antes de seguir para a casa de Lázaro, onde pousavam.
Caminharam pensativos. Jesus estava
preocupado com seus discípulos, que ainda nada compreenderam o que estava por
acontecer. Será também essa nossa principal preocupação nestes dias da
quaresma: a salvação da humanidade?
Jesus lhes disse: Esta noite, todos vós vos
escandalizareis comigo; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do
rebanho ficarão dispersas (Zc 13.7). Uma severa advertência. Os discípulos
estavam há três anos em companhia de Jesus, mesmo assim, iriam fraquejar. Seria
possível? O mestre o disse. Eles sabiam que a palavra do Mestre não falha.
Mesmo assim, não a aceitam.
O que fazem os discípulos? Fazem o que nós
muitas vezes também fazemos. Revidaram a advertência. Os que há pouco se assustaram
com a palavra de Jesus: Um de vós me
trairá, cônscios de suas fraquezas, perguntando: Mestre sou eu? Agora não aceitam a advertência. Pedro olha para seus
colegas e conclui: Estes são fracos, deles de fato nada se pode esperar, e diz
a Jesus: Ainda que venhas a ser um
tropeço para todos, nunca o serás para mim. Pobre Pedro! Jesus olhou para
ele e lhe disse sob juramento: Em verdade
te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três
vezes. Em sua autoconfiança Pedro respondeu resoluto: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei.
E todos os discípulos disseram o mesmo (Mateus 26.32-35). Eles o disseram
na sinceridade de seus corações, pois amavam o Salvador. Pobres discípulos.
Como é necessário vigiar, para que nosso
próprio coração não nos engane. Pensamentos e sentimentos são preza fácil de
nossa natureza carnal, de onde procede a autoconfiança, o egoísta e a não
aceitação da palavra de Deus, quer seja a advertência ou o consolo. Precisamos
estar atentos à palavra de Deus escrita e pedir ao Espírito Santo que nos guie.
Satanás por sua astúcia conseguiu enganar
os discípulos. Firmaram-se em seus próprios pensamentos e suas próprias forças.
A queda era inevitável. Por vezes o entusiasmo nos afasta de Jesus, outras
vezes é o desânimo. Importa sempre examinar a razão de nosso proceder. Jesus
orou por eles ao Pai, para que não permitisse que Satanás tivesse domínio sobre
eles. Nesta oração também nós estamos incluídos.
DO OFÍCIO DE LEITURAS:
Das Homílias do Pseudo-Crisóstomo
(Séc. IV)
A oração é a luz da alma A oração, o diálogo com Deus, é um bem incomparável, porque nos põe em comunhão íntima com Deus. Assim como os olhos do corpo são iluminados quando recebem a luz, a alma que se eleva para Deus é iluminada por sua luz inefável. Falo da oração que não é só uma atitude exterior, mas que provém do coração e não se limita a ocasiões ou horas determinadas, prolongando-se dia e noite, sem interrupção.
Com efeito, não devemos orientar o pensamento para Deus apenas quando nos aplicamos à oração; também no meio das mais variadas tarefas - como o cuidado dos pobres, as obras úteis de misericórdia ou quaisquer outros serviços do próximo - é preciso conservar sempre vivos o desejo e a lembrança de Deus. E assim, todas as nossas obras, temperadas com o sal do amor de Deus, se tornarão um alimento dulcíssimo para o Senhor do universo. Podemos, entretanto, gozar continuamente em nossa vida do bem que resulta da oração, se lhe dedicarmos todo o tempo que nos for possível.
A oração é a luz da alma, o verdadeiro conhecimento de Deus, a mediadora entre Deus e os homens. Pela oração a alma se eleva até aos céus e une-se ao Senhor num abraço inefável; como uma criança que, chorando, chama sua mãe, a alma deseja o leite divino, exprime seus próprios desejos e recebe dons superiores a tudo que é natural e visível.
A oração é venerável mensageira que nos leva à presença de Deus, alegra a alma e tranquiliza o coração. Não penses que essa oração se reduza a palavras. Ela é desejo de Deus, amor inexprimível que não provém dos homens, mas é efeito da graça divina, como diz o Apóstolo: Nós não sabemos o que devemos pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis (Rm 8,26).
Semelhante oração, quando o Senhor a concede a alguém, é uma riqueza que não lhe pode ser tirada e um alimento celeste que sacia a alma. Quem a experimentou inflama-se do desejo eterno de Deus, como que de um fogo devorador quê abrasa o coração.
Praticando-a em sua pureza original, adorna tua casa de modéstia e humildade, torna-a resplandecente com a luz da justiça. Enfeita-se com boas obras, quais plaquetas de ouro, ornamenta-se de fé e de magnanimidade em vez de paredes e mosaicos. Como cúpula e coroamento de todo o edifício, coloca a oração. Assim prepararás para o Senhor uma digna morada, assim terás um esplêndido palácio real para o receber, e poderás tê-lo contigo na tua alma, transformada, pela graça, em imagem e templo da sua presença.
DO OFÍCIO DE LEITURAS:
Das Homílias do Pseudo-Crisóstomo
(Séc. IV)
A oração é a luz da alma A oração, o diálogo com Deus, é um bem incomparável, porque nos põe em comunhão íntima com Deus. Assim como os olhos do corpo são iluminados quando recebem a luz, a alma que se eleva para Deus é iluminada por sua luz inefável. Falo da oração que não é só uma atitude exterior, mas que provém do coração e não se limita a ocasiões ou horas determinadas, prolongando-se dia e noite, sem interrupção.
Com efeito, não devemos orientar o pensamento para Deus apenas quando nos aplicamos à oração; também no meio das mais variadas tarefas - como o cuidado dos pobres, as obras úteis de misericórdia ou quaisquer outros serviços do próximo - é preciso conservar sempre vivos o desejo e a lembrança de Deus. E assim, todas as nossas obras, temperadas com o sal do amor de Deus, se tornarão um alimento dulcíssimo para o Senhor do universo. Podemos, entretanto, gozar continuamente em nossa vida do bem que resulta da oração, se lhe dedicarmos todo o tempo que nos for possível.
A oração é a luz da alma, o verdadeiro conhecimento de Deus, a mediadora entre Deus e os homens. Pela oração a alma se eleva até aos céus e une-se ao Senhor num abraço inefável; como uma criança que, chorando, chama sua mãe, a alma deseja o leite divino, exprime seus próprios desejos e recebe dons superiores a tudo que é natural e visível.
A oração é venerável mensageira que nos leva à presença de Deus, alegra a alma e tranquiliza o coração. Não penses que essa oração se reduza a palavras. Ela é desejo de Deus, amor inexprimível que não provém dos homens, mas é efeito da graça divina, como diz o Apóstolo: Nós não sabemos o que devemos pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis (Rm 8,26).
Semelhante oração, quando o Senhor a concede a alguém, é uma riqueza que não lhe pode ser tirada e um alimento celeste que sacia a alma. Quem a experimentou inflama-se do desejo eterno de Deus, como que de um fogo devorador quê abrasa o coração.
Praticando-a em sua pureza original, adorna tua casa de modéstia e humildade, torna-a resplandecente com a luz da justiça. Enfeita-se com boas obras, quais plaquetas de ouro, ornamenta-se de fé e de magnanimidade em vez de paredes e mosaicos. Como cúpula e coroamento de todo o edifício, coloca a oração. Assim prepararás para o Senhor uma digna morada, assim terás um esplêndido palácio real para o receber, e poderás tê-lo contigo na tua alma, transformada, pela graça, em imagem e templo da sua presença.
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