Salmo
Responsorial: 117
R. Este é o dia que o Senhor
fez: exultemos e cantemos de alegria.
Dai graças ao Senhor, porque Ele
é bom, porque é eterna a sua misericórdia. Diga a casa de Israel: é eterna a
Sua misericórdia.
A mão do Senhor fez prodígios, a
mão do Senhor foi magnífica. Não morrerei, mas hei de viver, para anunciar as
obras do Senhor.
A pedra que os construtores
rejeitaram tornou-se pedra angular. Tudo isto veio do Senhor: e é admirável aos
nossos olhos.
2ª
Leitura (Col 3,1-4): Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às
coisas do alto, onde Cristo Se encontra, sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra. Porque vós morrestes e a
vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa
vida, Se manifestar, então também vós vos haveis de manifestar com Ele na
glória.
SEQUÊNCIA
PASCAL
À Vítima pascal Ofereçam os
cristãos sacrifícios de louvor O Cordeiro resgatou as ovelhas: Cristo, o
Inocente, reconciliou com o Pai os pecadores.
A morte e a vida travaram um admirável
combate: depois de morto, vive e reina o Autor da vida. Diz-nos, Maria: Que
viste no caminho? Vi o sepulcro de Cristo vivo, e a glória do ressuscitado. Vi
as testemunhas dos Anjos, vi o sudário e a mortalha.
Ressuscitou Cristo, minha
esperança: precederá os seus discípulos na Galileia. Sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos: Ó Rei vitorioso, tende piedade de nós.
Aleluia. Cristo, nosso
Cordeiro Pascal, foi imolado: celebremos a festa do Senhor. Aleluia.
Evangelho
(Jo 20,1-9): No primeiro dia da semana, bem de madrugada, quando ainda
estava escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra tinha sido
retirada do túmulo. Ela saiu correndo e foi se encontrar com Simão Pedro e com
o outro discípulo, aquele que Jesus mais amava. Disse-lhes: «Tiraram o Senhor
do túmulo e não sabemos onde o colocaram». Pedro e o outro discípulo saíram e
foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, e o outro discípulo correu mais
depressa, chegando primeiro ao túmulo. Inclinando-se, viu as faixas de linho no
chão, mas não entrou. Simão Pedro, que vinha seguindo, chegou também e entrou
no túmulo. Ele observou as faixas de linho no chão, e o pano que tinha coberto
a cabeça de Jesus: este pano não estava com as faixas, mas enrolado num lugar à
parte. O outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também,
viu e creu. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura segundo a
qual ele devia ressuscitar dos mortos.
«O outro discípulo, que tinha
chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu»
Mons. Joan Enric VIVES i Sicília
Bispo de Urgell (Lleida, Espanha)
Vivamos a Páscoa com muita
alegria. Cristo ressuscitou: celebremo-lo cheios de alegria e de amor. Hoje,
Jesus Cristo venceu a morte, o pecado, a tristeza… e nos abriu as portas da
nova vida, a autêntica vida que o Espírito Santo continua a nos dar por pura
graça. Que ninguém fique triste! Cristo é nossa Paz e nosso Caminho para
sempre. Ele, hoje, «revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação
sublime» (Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes 22).
O grande sinal que nos dá o
Evangelho é que o sepulcro de Jesus está vazio. Já não temos de procurar entre
os mortos Aquele que vive, porque ressuscitou. E os discípulos, que depois o
verão Ressuscitado, isto é, que o experimentarão vivo em um maravilhoso encontro
de fé, percebem que há um vazio no lugar de sua sepultura. Sepulcro vazio e
aparições serão os grandes sinais para a fé do crente. O Evangelho diz que «o
outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e
creu» (Jo 20,8). Ele soube compreender, pela fé, que aquele vazio e, por sua
vez, aquela mortalha e aquele sudário bem dobrados, eram pequenos sinais do
passo de Deus, da nova vida. O amor sabe captar, a partir de pequenos detalhes,
o que os outros, sem ele, não captam. O «discípulo que Jesus mais amava» (Jo
20,2) guiava-se pelo amor que havia recebido de Cristo.
O “ver” e o “crer” dos discípulos
hão de ser também os nossos. Renovemos nossa fé pascoal. Que Cristo seja, em
tudo, o nosso Senhor. Deixemos que sua Vida vivifique a nossa e renovemos a
graça do batismo que recebemos. Façamo-nos seus apóstolos e seus discípulos.
Guiemo-nos pelo amor e anunciemos a todo o mundo a felicidade de crer em Jesus
Cristo. Sejamos testemunhos esperançosos de sua Ressurreição.
DOMINGO
DE PÁSCOA (Mt 28,1-10):
«Ele não está aqui!
Ressuscitou»
+ Frei Josep Mª MASSANA i Mola
OFM (Barcelona, Espanha)
As mulheres são as primeiras a
experimentar a ressurreição de Jesus, apenas por terem visto o sepulcro vazio e
o anjo que lhes anuncia: «Vós não precisais ter medo! Sei que procurais Jesus,
que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito…» (Mt
28,5-6). São, também, as primeiras a dar testemunho da sua experiência: «Ide depressa
contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou´» (Mt 28,7).
Imediatamente acreditam. Mas a
sua fé é uma mistura de medo e de alegria. Sentiam medo pelas palavras do anjo,
com o anúncio que vai para lá das expectativas humanas. E a alegria pela
certeza da ressurreição do Senhor, porque as Escrituras tinham-se cumprido,
pelo imenso privilégio da primazia pascal que receberam. A fé, pois, mesmo
produzindo uma grande alegria interior, não exclui o medo.
Elas vão anunciar aquela
experiencia do Ressuscitado, que tiveram sem a ter visto. Jesus premia-lhes
esta fé e aparece-lhes durante o caminho.
O centro de toda a experiência de
fé não é em primeiro lugar uma doutrina nem uns dogmas. É a pessoa de Jesus. A
fé das mulheres do Evangelho de hoje está centrada nele, na sua pessoa e não
noutra coisa. Experimentaram-no vivo e vão anunciá-lo vivo!
Outra mulher, Santa Clara,
escrevia a Santa Inês de Praga que deveria centrar-se em Jesus ressuscitado:
«Observai, considerai, comtemplai a Jesus Cristo (...). Se sofrerdes com Ele,
reinareis também com Ele; se chorardes com Ele, com Ele gozareis; se morrerdes
com Ele na cruz da tribulação, possuireis com Ele as eternas moradas».
VIGILIA
PASCAL (Mc 16,1-7):
«Jesus de Nazaré, o
Crucificado. Ressuscitou»
+ Mons. Ramon MALLA i Call Bispo Emérito de Lleida (Lleida, Espanha)
Além do gozo pelo fato da
Ressurreição de Cristo, este acontecimento nos trai a alegria de contar com uma
resposta, jubilosa e clara, aos interrogantes do homem: Que nos espera no final
da vida? Que sentido tem o sofrimento na Terra? Não podemos duvidar que, depois
da morte, espera-nos uma vida nova, que será eterna: «Lá o vereis, como ele vos
disse!» (Mc 16,7). São Paulo o afirma com grande convencimento: «E, se já
morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele. Sabemos que Cristo,
ressuscitado, dos mortos, não morre mais. A morte não tem mais poder sobre ele»
(Rom 6,8-9). Logicamente, à interrogante sobre o final da vida, o cristão
responde com alegre esperança.
O Evangelho de hoje ressalta que
o jovem —o anjo— que fala às mulheres, une os dois conceitos de dor e glória: O
que ressuscitou no mesmo que foi crucificado. Diz são Leão Magno: «...(pela tua
cruz) os crentes recebem a força da debilidade, glória do opróbio e, vida da
morte», as cruzes quotidianas são, então, caminho da Ressurreição.
VIGILIA
PASCAL (Lc 24,1-12):
«Por que estais procurando
entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou»
Fr. Austin NORRIS (Mumbai, Índia)
Os perfumes e unguentos que
devemos carregar durante nossa existência são uma vida espalhando a Palavra de
Deus, quando Jesus encarnado disse: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê
em mim,[...], viverá. [...] não morrerá jamais.» (Jo 11,25-26)
No meio de nossa confusão e dor
parecemos nos tornar míopes em visão, porque não conseguimos ver além de nosso
entorno imediato. E «por que estais procurando entre os mortos aquele que está
vivo?» (Lc 24,5) é um chamado a seguir Jesus e a buscar a presença do Senhor no
“aqui e agora”; em meio ao povo do Senhor e seu sofrimento e for. Em sua carta
pela Quaresma o Santo Padre Bento XVI menciona como «De fato, a salvação é dom,
é graça de Deus, mas para fazer efeito na minha existência exige o meu
consentimento, um acolhimento demonstrado nos fatos, ou seja, na vontade de
viver como Jesus, de caminhar atrás Dele».
«Voltando do túmulo» (Lc 24,9) de
nossas misérias, dúvidas e confusões, nós, por outro lado, somos capazes de dar
a outros esperança e segurança neste vale de lágrimas. A escuridão do sepulcro
«dá lugar à brilhante promessa da imortalidade.» (Prefácio da Missa dos Fiéis
Defuntos). Que a glória do Senhor Jesus nos mantenha de pé com os olhos fitando
o céu, e que possamos sempre ser considerados como um Povo Pascal. Que possamos
passar de “Povo da Sexta-feira Santa” a “Povo da Páscoa”.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«O que deve ser considerado
nestes acontecimentos é a intensidade do amor que ardia no coração daquela
mulher que nunca se afastou do túmulo. Ela foi a única a vê-lo, pois tinha
permanecido à sua procura, o que dá força às boas obras é a perseverança nelas»
(São Gregório Magno)
«Jesus não regressou a uma vida
humana normal deste mundo, como Lázaro e os outros mortos que Jesus
ressuscitou. Ele entrou numa vida diferente, nova; na imensidão de Deus»
(Benedito XVI)
«O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento real, com manifestações historicamente verificadas, como atesta o Novo Testamento. Já São Paulo, por volta do ano 56, pôde escrever aos Coríntios: «Transmiti-vos, em primeiro lugar, o mesmo que havia recebido: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras: a seguir, apareceu a Pedro, depois aos Doze». O Apóstolo fala aqui da tradição viva da Ressurreição, de que tinha tomado conhecimento após a sua conversão, às portas de Damasco» (Catecismo da Igreja Católica, nº 639)
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