quarta-feira, 30 de setembro de 2020

2 de outubro: Santos Anjos da Guarda

1ª Leitura (Ex 23,20-23): Assim diz o Senhor: Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei. Respeita-o e ouve a sua voz. Não lhe sejas rebelde, porque não suportará as vossas transgressões, e nele está o meu nome. Se ouvires a sua voz e fizeres tudo o que eu disser, serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários. O meu anjo irá à tua frente e te conduzirá à terra dos amorreus, dos hititas, dos fereseus, dos cananeus, dos heveus e dos jebuseus, e eu os exterminarei.

Salmo Responsorial - Sl 90(91),1-2.3-4.5-6.10-11 (R. 11)

R. O Senhor deu uma ordem aos seus anjos, para em todos os caminhos te guardarem.

Quem habita ao abrigo do Altíssimo * e vive à sombra do Senhor onipotente, diz ao Senhor: "Sois meu refúgio e proteção, * sois o meu Deus, no qual confio inteiramente". R.

Do caçador e do seu laço ele te livra. * Ele te salva da palavra que destrói. Com suas asas haverá de proteger-te, * com seu escudo e suas armas, defender-te. R.

Não temerás terror algum durante a noite, * nem a flecha disparada em pleno dia; nem a peste que caminha pelo escuro, * nem a desgraça que devasta ao meio-dia. R.

Nenhum mal há de chegar perto de ti, * nem a desgraça baterá à tua porta; pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos * para em todos os caminhos te guardarem. R.

Aleluia. Bendizei ao Senhor Deus, os seus poderes, seus ministros que fazeis sua vontade! Aleluia.

Evangelho (Mt 18,1-5.10): Naquele tempo, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: «Quem é o maior no Reino dos céus?». Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: «Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus. Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos céus. E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe. Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus».

«Os seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus».

Dr. Antoni PUJALS i Ginabreda (Terrassa, Barcelona, Espanha)

Hoje, celebramos a memória dos Anjos da Guarda. Havia tempo que fariseus e saduceus mantinham acalorada discussão sobre se os anjos existem ou não; diziam os saduceus que eles não eram senão quimeras, fantasias de ignorantes.

Jesus, assim de passagem, quis deixar a doutrina bem clara. «Chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: (...) Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus» (Mt 18,2.10). A existência dos anjos «é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura é tão claro como a unanimidade da Tradição» (Catecismo da Igreja, nº 328).

- Eu, Jesus, nunca tive dúvidas sobre a existência dos anjos. Já em criança, a minha mãe mó recordava cada manhã quando ia para a escola. Ele guiou todos os meus passos até me conduzir ao sacerdócio. De novo, o Catecismo ensina: «Desde o seu começo até à morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência e intercessão. ‘Ninguém pode negar que cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para o guiar na vida’ (São Basílio)» (n. 336).

São Josemaria recomendava não somente ter-lhes devoção, mas também amizade: «Tem confiança com o teu Anjo da Guarda. - Trata-o como amigo íntimo - é-o efetivamente - e ele saberá prestar-te mil e um serviços nos assuntos correntes de cada dia».

- Peço-lhe ajuda frequentemente e nunca deixou de me atender: «Ficas pasmado porque o teu Anjo da Guarda te tem prestado serviços patentes. - E não devias pasmar; para isso o colocou o Senhor junto de ti». E quando vou pela rua penso: Este se calhar não sabe que tem um anjo junto de si. Anjo, ajuda-o! Também é coisa aprendida com São Josemaria: «Habitua-te a confiar cada uma das pessoas com quem te dás ao seu Anjo da Guarda».

Daqui resulta que, «toda a vida da Igreja beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos Anjos», diz-nos o Catecismo (nº 334). - Quantos motivos tenho para dar graças a Deus e a sua Mãe, a Rainha dos Anjos!

Reflexão de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* O evangelho de hoje traz um texto tirado do Sermão da Comunidade (Mt 18,1-35), no qual Mateus reúne frases de Jesus para ajudar as comunidades do fim do primeiro século a superar os dois problemas que elas enfrentavam naquele momento, a saber, a saída dos pequenos por causa do escândalo de alguns (Mt 18,1-14) e a necessidade de diálogo para superar os conflitos internos (Mt 18,15-35). O Sermão da Comunidade aborda vários assuntos: o exercício do poder na comunidade (Mt 18,1-4), o escândalo que exclui os pequenos (Mt 18,5-11), a obrigação de lutar pela retorno dos pequenos (Mt 18,12-14), a correção fraterna (Mt 18,15-18), a oração (Mt 18,19-20) e o perdão (Mt 18,21-35). O acento cai na acolhida e na reconciliação, pois o fundamento da fraternidade é o amor gratuito de Deus que nos acolhe e perdoa. Só assim a comunidade será um sinal do Reino.

* No Evangelho de hoje vamos meditar aquela parte que fala do acolhimento a ser dado aos pequenos. A expressão, os pequenos não se refere só às crianças, mas sim às pessoas sem importância na sociedade, inclusive as crianças. Jesus pede que os pequenos estejam no centro das preocupações da comunidade, pois "o Pai não quer que um só destes pequenos se perca" (Mt 18,14).

* Mateus 18,1: A pergunta dos discípulos que provocou o ensinamento de Jesus

Os discípulos querem saber quem é o maior no Reino. Só o fato de alguém fazer esta pergunta mostra que ele não entendeu bem a mensagem de Jesus. A resposta de Jesus, isto é, o Sermão da Comunidade todo inteiro, é para fazer entender que entre os seguidores e as seguidoras de Jesus deve vigorar o espírito de serviço, doação, perdão, reconciliação e amor gratuito, sem buscar o próprio interesse.

* Mateus 18,2-5: O critério básico: o menor é o maior.

“Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles”, Os discípulos querem um critério para poder medir a importância das pessoas na comunidade. Jesus responde que o critério é a criança! Criança não tem importância social, não pertence ao mundo dos grandes. Os discípulos, em vez de crescerem para cima e para o centro, devem crescer para baixo e para a periferia! Assim serão os maiores no Reino! E o motivo é este: “Quem recebe a um destes pequenos, recebe a mim!” O amor de Jesus pelos pequenos não tem explicação. Criança não tem mérito, é amada pelos pais e por todos por ser criança. É a pura gratuidade do amor de Deus que aqui se manifesta e pede para ser imitada na comunidade pelos que acreditam em Jesus.

2. Mateus 18,6-9: Não escandalizar os pequenos.

O evangelho de hoje omite estes versículos de 6 a 9 e continua no versículo 10. Damos uma breve chave de leitura para estes versículos 6 a 9. Escandalizar os pequenos significa: ser motivo pelo qual os pequenos percam a fé em Deus e abandonem a comunidade. A insistência demasiada em normas e observâncias, como faziam alguns fariseus, afastava os pequenos, pois já não encontravam a prática libertadora trazida por Jesus. Diante disso, Mateus conservou frases bem fortes de Jesus, como aquela da pedra de moinho amarrada no pescoço e aquela outra: “Ai daquele ou daquela que for causa de escândalo!” Sinal de que naquele tempo os pequenos já não se identificavam mais com a comunidade e procuravam outros abrigos. E hoje? Só no Brasil, por ano, são em torno de um milhão de pessoas que abandonam as igrejas históricas e migram para as pentecostais. E são os pobres que fazem esta transição. Se eles saem, é porque os pobres, os pequenos, já não se sentem em casa na nossa casa! Qual o motivo? Para evitar este escândalo, Jesus manda cortar mão ou pé e arrancar o olho. Estas afirmações de Jesus não podem ser tomadas ao pé da letra. Elas significam que se deve ser muito exigente no combate ao escândalo que afasta os pequenos. Não podemos permitir, de forma nenhuma, que os pequenos se sintam marginalizados na nossa comunidade. Pois neste caso a comunidade já não seria um sinal do Reino de Deus. Não seria de Jesus Cristo. Não seria cristã.

3. Mateus 18,10: Os anjos dos pequenos na presença do Pai

"Cuidado para não desprezar nenhum desses pequeninos, pois eu digo a vocês: os anjos deles no céu estão sempre na presença do meu Pai que está no céu”. Hoje, às vezes, se ouve alguém perguntar: “Será que os anjos existem? Será que não é um elemento da cultura persa, onde os judeus viveram tantos séculos atrás durante o exílio da Babilônia?” É possível que seja. Mas isto não é o X da questão, não é a questão principal. Na Bíblia, o anjo tem um outro significado. Há textos em que se fala do Anjo de Javé ou Anjo de Deus e de repente se fala de Deus. Troca um pelo outro (Gn 18,1-2.9.10.13.16: cf Jz 13,3.18). Na Bíblia, anjo é o rosto de Javé voltado para nós. Anjo de guarda é o rosto de Deus voltado para mim, para você! É a expressão personalizada da convicção mais profunda da nossa fé, a saber, que Deus está conosco, comigo, sempre! É uma maneira de concretizar o amor e a presença de Deus na nossa vida, até nos mínimos detalhes.

Para um confronto pessoal

1) Os pequenos são acolhidos na nossa comunidade? As pessoas mais pobres do bairro participam da nossa comunidade?

2) Anjos de Deus, Anjo de Guarda. Muitas vezes, o Anjo de Deus é a pessoa que ajuda outra pessoa. Existem muitos anjos e anjas na sua vida?

terça-feira, 29 de setembro de 2020

1º de outubro: Santa Teresa do Menino Jesus, virgem de nossa Ordem, doutora da Igreja


1ª Leitura (Jó 19,21-27): Job tomou a palavra e disse: «Tende compaixão, meus amigos, tende compaixão de mim, pois a mão de Deus me atingiu! Porque me perseguis, como Deus faz, e não vos cansais de me torturar? Quem dera que as minhas palavras fossem escritas num livro, ou gravadas em bronze com estilete de ferro, ou esculpidas em pedra para sempre! Eu sei que o meu Redentor está vivo e no último dia Se levantará sobre a terra. Revestido da minha pele, estarei de pé; na minha carne verei a Deus. Eu próprio O verei, meus olhos O hão de contemplar. Dentro de mim suspira o meu coração».

Salmo Responsorial: 27

R. Espero contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos.

Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica, tende compaixão de mim e atendei-me. Diz-me o coração: «Procurai a sua face». A vossa face, Senhor, eu procuro.

Não escondais de mim o vosso rosto, nem afasteis com ira o vosso servo. Não me rejeiteis nem me abandoneis, meu Deus e meu Salvador.

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos. Confia no Senhor, sê forte. Tem coragem e confia no Senhor.

Aleluia. Está próximo o reino de Deus: arrependei-vos e acreditai no Evangelho. Aleluia.

Evangelho (Lc 10,1-12): Naquele tempo, O Senhor escolheu outros setenta e dois e enviou-os, dois a dois, à sua frente, a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir. E dizia-lhes: «A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não vos demoreis para saudar ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: A paz esteja nesta casa! Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; senão, ela retornará a vós. Permanecei naquela mesma casa; comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador tem direito a seu salário. Não passeis de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei: O Reino de Deus está próximo de vós. Mas quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: Até a poeira de vossa cidade que se grudou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo! Eu vos digo: naquele dia, Sodoma receberá sentença menos dura do que aquela cidade».

«Pedi (...) ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua colheita»

Rev. D. Ignasi NAVARRI i Benet (La Seu d'Urgell, Lleida, Espanha)

Hoje Jesus nos fala da missão apostólica. Porém «escolheu outros setenta e dois e enviou-os, dois a dois» (Lc 10,1), a proclamação do Evangelho é uma tarefa «que não pode ser delegada a uns poucos especialistas» João Paulo II: todos estamos chamados a essa tarefa e, todos vamos sentirmos responsáveis dela. Cada um desde seu lugar e condição. O dia do Batismo nos disseram: «Sois Sacerdote, Profeta e Rei para a vida eterna». Hoje mais que nunca, nosso mundo precisa do testemunho dos seguidores de Cristo.

«A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos» (Lc 10,2): É interessante esse sentido positivo da missão, pois o texto não diz: «Há muito para semear e poucos trabalhadores». Tal vez, hoje teríamos que falar desse jeito, pelo grande desconhecimento de Jesus Cristo e sua Igreja em nossa sociedade. Um olhar esperançado da missão gera otimismo e ilusão. Não nos deixemos abater pela desilusão e a desesperança.

No início, a missão que nos espera é, ao mesmo tempo, apaixonante e difícil. O anúncio da Verdade e da Vida, nossa missão, não pode nem deve pretender forçar a adesão, pelo contrário, deve suscitar uma livre adesão. As ideias, devem se propor e não impor, nos lembra o Papa.

«Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias...» (Lc 10,4): a única força do missionário deve ser Cristo. E para que ele encha sua vida, é preciso que o evangelizador se esvazie de tudo aquilo que não é Cristo. A pobreza evangélica é um requisito importante e, ao mesmo tempo, o testemunho mais crível que o apóstolo pode dar, além de que só esse desprendimento nos fará livres.

O missionário anuncia a paz. É portador de paz, porque leva a Cristo, o Príncipe da Paz. Por isso, «Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: A paz esteja nesta casa! Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; senão, ela retornará a vós» (Lc 10,5-6). Nosso mundo, nossas famílias, nosso Eu pessoal, têm necessidade de Paz. Nossa missão é urgente e apaixonante.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

Contexto. O capítulo 10 do qual o nosso texto é o começo, tem um caráter de revelação. Em 9,51, é dito que Jesus "tomou a firme decisão de começar uma viagem em direção a Jerusalém." Este caminho, expressão do seu ser filial, é caracterizado por uma dupla ação: está intimamente unido ao “ser tirado” de Jesus (v. 51), a sua "vinda", mediante o envio dos seus discípulos (V. 52): há uma ligação no duplo movimento: " ser tirado do mundo" para ir ao Pai, e ser enviado aos homens.

Na verdade, acontece que, por vezes, o mensageiro não é aceito (9,52 e, portanto, deve aprender a ser "entregue", sem se deixar desanimar pela recusa dos homens (9,54-55).

Três cenas curtas fazem o leitor a compreender o que significa seguir a Jesus que vai a Jerusalém para ser retirado do mundo. Na primeira cena é apresentado a um homem que quer seguir Jesus onde quer que vá; Jesus convida-o a abandonar tudo o que proporciona bem-estar e segurança. Aqueles que querem segui-lo devem compartilhar o seu destino de nômade.

Na segunda cena é Jesus quem toma a iniciativa e chama um homem cujo pai acabou de morrer. O homem pede um tempo para cumprir com o seu dever de enterrar o pai. A urgência de proclamar o reino supera esse dever: a preocupação de enterrar os mortos é inútil, porque Jesus vai além das portas da morte e o exige inclusive para aqueles que o seguem.

Finalmente na terceira cena é apresentado a um homem que se oferece para seguir Jesus, mas apresenta uma condição: despedir-se antes de seus pais. Entrar no reino não admite atrasos. Após esta tríplice renúncia, a expressão de Lc 9,62: "Quem põe a mão no arado e olha para trás, não serve para o Reino de Deus,"  introduz o tema do capítulo 10.

A dinâmica do relato. O trecho, que é o objeto de nossa meditação, começa com expressões bastante densas. A primeira: "Depois disto”, se refere à oração de Jesus e à sua firme decisão de ir a Jerusalém. A segunda relaciona-se com o verbo "designar": "designou setenta e dois outros discípulos e mandou-os ..." (10,1), onde se especifica que os mandou adiante de si, ou seja, com a mesma resolução que ele se encaminha para Jerusalém.

As recomendações, que Jesus lhes dá antes do envio, são um convite para estar cientes da realidade em que eles são enviados: colheita abundante em contraste com o pequeno número de operários. O Senhor da colheita chega com toda a sua força, mas a alegria desta chegada é dificultada pelo pequeno número de operários. Daí o convite categórico à oração: "Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe" (v. 2). A iniciativa de enviar em missão é de responsabilidade do Pai, mas Jesus transmite a ordem: "Ide", e, em seguida, indica como seguir (vv. 4-11). Ela começa com o equipamento: sem bolsa, nem alforje, nem sandálias. Estes elementos denotam a fragilidade daquele que é enviado e a sua dependência da ajuda que recebe do Senhor e dos habitantes da cidade.

As prescrições positivas são sintetizadas em primeiro lugar na chegada à casa (vv. 5-7) e, em seguida, no êxito na cidade (vv. 8-11). Em ambos os casos não se exclui a rejeição. A casa é o primeiro lugar onde os missionários tem os primeiros intercâmbios, os primeiros relacionamentos, valorizando os gestos humanos de comer, beber e descansar, como mediações simples e comuns para comunicar o evangelho. A “paz" é o dom que precede a missão deles, ou seja, a plenitude da vida e relacionamentos, e a alegria verdadeira e real é o sinal que marca a chegada do Reino. Não é necessário buscar conforto, é essencial ser acolhido. A cidade torna-se, no entanto, o maior campo de missão: ali se desenvolve a vida, a atividade política, a possibilidade de conversão, de aceitação ou rejeição.

A este último aspecto se une o ato de sacudir a poeira (vv. 10-11), como que se os discípulos, ao abandonar a cidade que os rejeitou, dissessem aos moradores que estes não aprenderam nada ou ainda poderia expressar o corte de relações. Finalmente, Jesus lembra a culpa daquela cidade que se fecha para a proclamação do evangelho (v. 12).

Para um confronto pessoal

1) Todos os dias, você é enviado pelo Senhor para anunciar o Evangelho aos seus íntimos (a casa) e aos homens (da cidade). Você está assumindo um estilo pobre, essencial, no testemunho de sua identidade como um cristão?

2) Você está ciente de que o sucesso de seu testemunho não depende de sua capacidade individual, mas somente do Senhor que envia e da sua disponibilidade?

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

1º de outubro

 Santa Teresa do Menino Jesus

Virgem de nossa Ordem e Doutora da Igreja

Nasceu em Alençon (França) no dia 2 de janeiro de 1873. Entrou para o Carmelo de Lisieux no dia 9 de abril de 1888. Exercitou-se de modo singular na humildade, simplicidade evangélica e confiança em Deus, virtudes que também procurou inculcar nas suas irmãs, especialmente nas noviças. Oferecendo a sua vida pela salvação das almas e pela edificação da Igreja, morreu num êxtase de amor no dia 30 de setembro de 1897.

INVITATÓRIO

R. Vinde, adoremos o Senhor, que se revela aos pequeninos.

LAUDES

Hino

A infinita caridade do Senhor

tua glória quis, no Céu, fosse igualada,

dos apóstolos e dos mártires à palma,

Virgem que és, de dons imensos coroada.

 

Desejando, como vítima de amor,

por um fogo virginal, ser abrasada,

pede ao Esposo consumi-la sem demora,

nos ardores de sua chama abençoada.

 

Ao anúncio da partida suspirada,

vê Teresa a eternidade gloriosa.

Num gemido – “Eu te amo” – alegremente,

para o Cristo alça voo, vitoriosa.

 

Lá do alto, das estrelas cintilantes,

se já sorves da alegria nos caudais,

não te esqueças que a esta terra prometeste

uma chuva derramar dos teus rosais.

 

Vós, ó Rei, que sempre às almas pequeninas

um espaço reservais de dileção,

a nós todos que a Teresa nos unimos,

dai que entremos na celestial mansão.

 

Força, honra e louvor eternamente

a Deus Pai e ao Unigênito também;

e ao Espírito Paráclito igualmente

pelos séculos dos séculos.  Amém.

Ant.1 Minha alma se agarra a Vós; com poder vossa mão me sustenta.

Salmos e Cântico do Domingo da I Semana

Ant.2 Vós, santos e humildes de coração, bendizei o Senhor.

Ant. 3 O Senhor ama o seu povo, coroa os humildes com a vitória.

Leitura breve - Rm 8,14-17

Os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Não recebestes um espírito de escravos para recairdes no medo, mas recebestes um Espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: "Abbá! Ó Pai!" O próprio Espírito Santo se une ao nosso espírito, para atestar que somos filhos. E, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se realmente sofremos com Ele, é para sermos também glorificados com Ele.

Responsório breve

R. Farei correr sobre ela a paz * como um rio. R. Farei correr.

V. E a riqueza das nações como uma torrente a transbordar.

* Como um rio. Glória ao Pai. R. Farei correr.

Cântico Evangélico

Ant. Em verdade eu vos digo: Se não vos converterdes e não vos tornardes iguais a crianças, no Reino dos Céus não haveis de entrar.

Preces

Louvemos o Senhor, que nos dá em Santa Teresa do Menino Jesus um modelo exemplar de vida evangélica. E roguemos:

R. Ouvi-nos, Senhor!

Senhor, que dissestes: "Se alguém tem sede venha até mim e beba quem tem fé em mim", fazei-nos sedentos do vosso Amor. R

Senhor, que dissestes: "Se não vos transformardes em crianças, não entrareis no Reino do Céu", concedei-nos a simplicidade de coração e a confiança no vosso amor. R.

Senhor, que dissestes: "Só entrará no Reino do Céu quem faz a vontade do meu Pai, que está no Céu", ensinai-nos guardar os vossos mandamentos com espírito de fé e obediência. R

Senhor, que dissestes: "Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos foi a mim que o fizestes", fazei que hoje vos reconheçamos e amemos em cada um dos nossos irmãos. R.

Senhor, que dissestes: "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos", criai em nós o espírito missionário tão vigoroso do coração de Santa Teresa do Menino Jesus, que a levou a oferecer-se pela salvação das almas. R.

(intenções livres)

Pai Nosso

Oração

Deus de infinita bondade, que abris as portas do vosso reino aos pequeninos e humildes, fazei que sigamos confiadamente o caminho espiritual de Santa Teresa do Menino Jesus, para que, por sua intercessão, cheguemos à revelação da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

VÉSPERAS

Hino

Do teu trono de glória fulgente,

já, ó virgem, na Pátria gozando,

tua chuva de rosas envia

aos fiéis que te estão suplicando.

 

Sejam símbolo, prá nós, tuas rosas,

de que podes prestar-nos auxílio!

Junto a Deus, firma a nossa esperança

na alegria e na dor, neste exílio.

 

Que teus rogos inspirem mais fé.

Tuas rosas maior esperança

possam dar, aos que lutam na terra,

a Deus Pai, teu amor de criança.

 

Dai-nos isto Deus Pai e Deus Filho

e o Espírito Santo também,

cuja glória, na altura dos céus,

sem cessar cantaremos.  Amém.

Ant.1 Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos.

Salmos e Cântico das II Vésperas do Comum das Virgens.

Ant. 2 Por eles, a mim mesmo me consagro para que sejam consagrados na verdade.

Ant. 3 Deus escolheu os fracos para confundir os fortes.

Leitura breve - 1 Tm 2, 1.3

Caríssimo, antes de tudo recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças por todos os homens. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador. Ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade, pois há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus, que se entregou em resgate por todos.

Responsório breve

R. Anunciarei o vosso nome aos meus irmãos * e no meio

da assembleia hei de louvar-vos! R. Anunciarei.

V. Porque não desprezastes o pobre na sua angústia. * E no meio.

Glória ao Pai. R. Anunciarei.

Cântico Evangélico

Ant. Alegrai-vos e exultai, diz o Senhor, pois no Céu estão escritos vossos nomes.

Preces

Oremos a Deus Pai Onipotente pela Igreja estendida por toda a terra. E digamos:

R. Lembrai-vos, Senhor, da vossa Aliança.

Para que a Igreja se entregue ao vosso amor e descubra aos contemplativos a sua vocação ao amor. R.

Para que o mundo acredite em vós, fazei que as almas consagradas sejam testemunhas fiéis da vossa bondade. R.

Para que os fiéis sejam um reflexo da vossa face e imitem o vosso Filho, ajudai-os a levar mutuamente a sua cruz, apoiados na caridade fraterna. R.

Para que, segundo a vossa vontade, todos os homens conheçam a Cristo, que é a Verdade, infundi em todos nós um ardente espírito missionário. R.

(intenções livres)

Para que onde Cristo reina se encontrem aqueles que lhe destes, concedei aos fiéis defuntos a alegria de contemplarem a vossa face. R.

Pai Nosso ...

Oração

Deus de infinita bondade, que abris as portas do vosso reino aos pequeninos e humildes, fazei que sigamos confiadamente o caminho espiritual de Santa Teresa do Menino Jesus, para que, por sua intercessão, cheguemos à revelação da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

30 de setembro: TRÂNSITO DE SANTA TERESA DO MENINO JESUS

Por volta das 19 horas e vinte minutos a comunidade, com velas acesas nas mãos, se reúna para celebrar o momento em que Sta Teresa do Menino Jesus “entra na vida” e inicia a sua missão de “passar o Céu fazendo o bem sobre a Terra”.

Antes do início das primeiras vésperas do Ofício Divino, lê-se o relato do piedoso trânsito de Sta Teresa do Menino Jesus da Sagrada Face feito por sua irmã Madre Inês de Jesus.

Leitura relato do último dia de Sta Teresa do Menino Jesus na terra, numa quinta-feira do dia 30 de setembro de 1897, feito pela madre Inês de Jesus:

         “Durante a manhã eu (irmã Inês) a (Santa Terezinha) vigiava durante a Missa. Ela não me dizia nada. Ela estava esgotada, ofegante; seus sofrimentos, eu presumia, eram inexprimíveis. Num determinado momento, ela juntou as mãos e olhando à estátua da Virgem Maria disse:

          - Oh! Eu rezei a ela com grande fervor! Mas é uma agonia pura, sem mistura alguma de consolação.

          Eu lhe disse algumas palavras de compaixão e de afeição e acrescentava que ela tinha bem me edificado durante sua convalescência.

          - E você, as consolações que tinha me dado! Ah! Como elas são enormes!

         Durante todo o dia, sem um instante de trégua, ela permaneceu, podemos dizer sem exageros, sob verdadeiros tormentos. Ela parecia estar no fim de suas forças e, todavia, para nosso espanto, ela podia se mexer, se sentar no seu leito.

          - …Veja, nos dizia ela, como tenho forças hoje! Não, eu não vou morrer! Eu ainda tenho forças por vários meses, talvez até mesmo vários anos!

         E se o bom Deus o quisesse, diz a Nossa Madre, você o aceitaria?

         Ela começou a responder, na sua agonia:

          - Seria bem necessário…

         Mas se corrigindo na mesma hora, ela diz com um tom de resignação sublime e caindo novamente sobre seu travesseiro:

         - Eu quero com certeza!

         Eu pude recolher essas exclamações, mas é bem difícil de transmitir o seu tom:

         - Eu não creio mais na morte para mim… Eu creio apenas no sofrimento… melhor assim!

         - Ó meu Deus!… Eu amo o bom Deus! O minha boa Virgem Maria, venha em meu socorro!

         - Se isso é a agonia, o que é então a morte?!…

         - Ah! Meu bom Deus!… Sim, ele é muito bom, eu o vejo muito bom…

         E olhando para a Virgem Maria:

         - Oh! A senhora sabe que estou me sufocando!

         Para mim:

         - Se você soubesse o que é se sufocar!

         O bom Deus vai ajudá-la, minha pobrezinha, e terminará logo mais.

         - Sim, mas quando?

         - …Meu Deus, tenha piedade de vossa pobre menina! Tenha piedade!

         Para Nossa Madre:

         - Ó minha Madre, eu vos garanto que o cálice está cheio até a boca!…

         - …Mas o bom Deus não vai me abandonar, certamente… …Ele nunca me abandonou.

         - …Sim, meu Deus, tudo o que quiser, mas tenha piedade de mim!

         - …Minhas irmãzinhas! Minhas irmãzinhas rezem por mim!

         - …Meu Deus! Meu Deus! Vós que sois tão bom!!!

         - …Oh! Sim, vós sois bom! Eu o sei…

         Depois do ofício de Vésperas, Nossa Madre colocou sobre seus joelhos uma imagem de Nossa Senhora do Monte Carmelo. Ela olhou por um instante e disse o quanto Nossa Madre lhe tinha garantido que ela logo mais iria acariciar Nossa Senhora como também o Menino Jesus nessa imagem:

         - Ó minha Madre, apresentai-me logo à Virgem Maria, eu sou um bebê que não aguenta mais! … Prepare-me para bem morrer.

         Nossa Madre lhe respondeu que tendo sempre compreendido e praticado a humildade, sua preparação já estava feita. Ela refletiu por um instante e pronunciou humildemente essas palavras:

         - Sim, me parece que nunca busquei outra coisa senão a verdade; sim, eu compreendi a humildade de coração… parece-me que sou humilde.

         Ela repetiu ainda:

         - Tudo o que escrevi sobre meus desejo de sofrimento. Oh! É bem verdadeiro!

         - Eu não me arrependo de me ter entregado ao Amor.

         Com insistência:

         - Oh! Não, eu não me arrependo, muito pelo contrário!

         Um pouco depois:

          - Eu nunca teria crido que era possível sofrer tanto [nota: nunca aplicamos nela injeção alguma de morfina]! Nunca! Nunca! Eu não posso compreender tal coisa senão pelos desejos ardentes que tive de salvar as almas.

          Por volta das 5 horas, eu estava sozinha perto dela. Seu rosto mudou de repente, compreendi que era a última agonia. Quando a Comunidade entrou na enfermaria, ela acolheu todas as irmãs com um doce sorriso. Ela segurava seu Crucifixo e o olhava constantemente. Durante mais de duas horas, a respiração rouca arranhava seu peito. Seu rosto estava congestionado, suas mãos roxas, ela tinha os pés congelados e tremia todos seus membros. Um suor abundante caia em gotas enormes sobre seu rosto e inundava suas bochechas. Ela estava sob uma opressão cada vez maior e lançava às vezes pequenos gritos involuntários para respirar. 

         Durante esse tempo tão cheio de agonia para nós, escutávamos pela janela – e eu sofria bastante – o canto de vários pássaros, mas tão fortemente, de tão perto e durante tanto tempo! Eu rezava para o bom Deus de os fazer calar, esse concerto me perfurava o coração e tinha medo que ele cansasse nossa Terezinha.

         Durante outro momento, ela parecia ter a boca tão ressecada que a irmã Genoveva, achando que a aliviaria, lhe colocava nos lábios um pequeno pedaço de gelo. Ela o aceitou lhe fazendo um sorriso que nunca me esquecerei. Era como um supremo adeus.

         Às 6 horas o Angelus soou, ela olhou longamente para a estátua da Virgem Maria.

         Enfim, às 7 horas e pouco, Nossa Madre tendo despedido a Comunidade, ela suspirou:

         - Minha Madre!? Não é isso a agonia?… Não irei morrer?…

         Sim, minha pobrezinha, é a agonia, mas o bom Deus quer talvez prolongá-la por algumas horas. Ela retoma com coragem:

          - Ora bem!… Vamos!… Vamos!… Oh! Eu não quereria sofrer menos tempo…

         E olha seu Crucifixo:

          - Oh! Eu o amo!… Meu Deus… Eu vos amo!...        

De uma hora para outra, após ter pronunciado essas palavras, ela caiu suavemente para trás, com a cabeça inclinada para a direita. Nossa Madre fez soar imediatamente o sino da enfermaria para chamar a Comunidade. “Abram-se todas as portas” dizia a Madre no mesmo instante. Essas palavras tinha algo de solene, e me fizeram pensar que no Céu o bom Deus o dizia também a seus anjos.

         As irmãs tiveram o tempo de se ajoelhar em torno do leito e foram testemunhas do êxtase da pequena Santa que morria. Seu rosto tinha tomado a cor de uma flor-de-lis que tinha quando em plena saúde, seus olhos estavam fixados no alto, brilhantes de paz e de alegria. Ela fazia alguns movimentos de cabeça, como se Alguém a tivesse divinamente ferido com uma flecha de amor, depois retirado a flecha para a ferir novamente… A irmã Maria da Eucaristia se aproximou com uma vela para ver de mais perto seu olhar sublime. Diante da luz dessa vela, não houve movimento algum de suas pálpebras. Esse êxtase durou o tempo de um “Credo”, e ela deu seu último suspiro.

         Após sua morte, ela conservou um sorriso celeste. Ela estava com uma beleza encantadora. Ela segurava tão forte seu Crucifixo que foi necessário arrancá-lo de suas mãos para enterrá-la. A irmã Maria do Sagrado-Coração e eu fizemos tal serviço, com a irmã Amada de Jesus, e notamos que ela não parecia ter mais do que 12 ou 13 anos. Os membros do seu corpo permaneceram flexíveis até o dia do seu enterro, numa segunda-feira, no dia 4 de outubro de 1897.

 Vésperas I 

V. Vinde, ó Deus em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. 

Hino

Um atalho de luz, eis a Pequena Via:
O ascensor é Jesus, sob o olhar de Maria!

Teresinha e seu sonho, bem maior que a vida:
Escalar a montanha, ao encontro do Amor!
Decidiu que vai fazer esta subida,
Sem medir sacrifícios, buscando o Senhor.

Contemplando o mistério santo da humildade,
Ela toma nos braços a Criança-Jesus.
Em momento de paz, na simplicidade,
Faz nascer, para nós, o atalho de luz!

Tempestades a fazem crescer na esperança.
"Oh! Não vou despertar-te!" diz ela ao Senhor.
Puro nada sou, mas Deus é segurança.
Só por Ele é que vive a santa do Amor!

Por caminhos de paz, na doce descoberta,
O Senhor, generoso, Teresinha conduz.
é segredo de Deus que, enfim, a liberta.
Vai ser vítima santa do Amor que a seduz.

Instruindo os pequenos na segura via,
A santinha nos lega a divina lição:
O ascensor é Jesus, à luz de Maria.
Aprovada no Céu, de Teresa a invenção.

Salmodia

Ant. 1 Vinde, filhas, contemplai o Senhor e ficareis radiantes.

Salmo 112 (113)

1 Louvai, servos do Senhor, * louvai o nome do Senhor.

2 Bendito seja o nome do Senhor, * agora e para sempre.

3 Desde o nascer ao pôr do sol, * seja louvado o nome do Senhor.

4 O Senhor domina sobre todos os povos, * a sua glória está acima dos céus.

5 Quem se compara ao Senhor nosso Deus, * que tem o seu trono nas alturas,

6 e Se inclina lá do alto * a olhar o céu e a terra?

7 Levanta do pó o indigente * e tira o pobre da miséria,

8 para o fazer sentar com os grandes, * com os grandes do seu povo,

9 e, no lar, transforma a estéril * em ditosa mãe de família.

Ant. Vinde, filhas, contemplai o Senhor e ficareis radiantes. 

Ant. 2 Nós Vos seguimos de todo o coração, nós Vos adoramos e procuramos o vosso rosto; não nos abandoneis, Senhor.

Salmo 147 (147 B)

12 Glorifica, Jerusalém, o Senhor, * louva, Sião, o teu Deus.  

13 Ele reforçou as tuas portas * e abençoou os teus filhos.

14 Estabeleceu a paz nas tuas fronteiras * e saciou-te com a flor da farinha.

15 Envia à terra a sua palavra, * corre veloz a sua mensagem.

16 Faz cair a neve como lã, * espalha a geada como cinza.

17 Faz cair o granizo como migalhas de pão * e com o seu frio gelam as águas.

18 Envia a sua palavra e derrete-as, * faz soprar o vento e correm as águas.

19 Revelou a sua palavra a Jacó, * suas leis e preceitos a Israel.

20 Não fez assim com nenhum outro povo, * a nenhum outro manifestou os seus juízos. 

Ant. Nós Vos seguimos de todo o coração, nós Vos adoramos e procuramos o vosso rosto; não nos abandoneis, Senhor. 

Ant. 3 Alegrai-vos, ó Virgens de Cristo, exultai, esposas do Cordeiro.

Cântico Ef 1,3-10

3 Bendito seja Deus, * Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do Céu nos abençoou, * com todas as bênçãos espirituais em Cristo.

4 Ele nos escolheu, antes da criação do mundo, * para sermos santos e irrepreensíveis, † em caridade, na sua presença.

5 Ele nos predestinou, de sua livre vontade, * para sermos seus filhos adotivos, por Jesus Cristo,

6 para que fosse enaltecida a glória da sua graça, * com a qual nos favoreceu em seu amado Filho;

7 n’Ele temos a redenção, pelo seu Sangue, * a remissão dos nossos pecados; segundo a riqueza da sua graça *

8 que Ele nos concedeu em abundância, com plena sabedoria e inteligência, *

9 deu-nos a conhecer o mistério da sua vontade, segundo o beneplácito que n’Ele de antemão estabelecera, *

10 para se realizar na plenitude dos tempos: instaurar todas as coisas em Cristo, * tudo o que há nos céus e na terra.

Ant. Alegrai-vos, ó Virgens de Cristo, exultai, esposas do Cordeiro.

Leitura breve 1 Cor 7, 32.34

Quem não é casado preocupa-se com os interesses do Se­nhor, procura agradar ao Senhor. A mulher solteira e a virgem preocupam-se com os interesses do Senhor, para serem santas de corpo e de espírito.

Responsório breve

V. Diz-me o coração: o Senhor é a minha herança.

R. Diz-me o coração: o Senhor é a minha herança.

V. O Senhor é bom para a alma que O procura.

R. O Senhor é a minha herança.

V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

R. Diz-me o coração: o Senhor é a minha herança.

Ant. Quando chegou o Esposo, a Virgem prudente entrou com a lâmpada acesa para o banquete nupcial do seu Senhor.

Preces

"Ó meu Jesus! amo-te, amo a Igreja, minha Mãe. Não me esqueço que para ela o mínimo impulso de puro amor é mais proveitoso do que todas as demais obras em sua totalidade". A oração de Santa Teresinha é uma oração fundamentalmente eclesial, oração aberta, que abrange toda as necessidades da Igreja. Invoquemos a misericórdia de Deus, inspirados na insistência de Santa Teresinha em implorar ao Pai por todos os seus irmãos.

R: Santa Teresinha rogai por nós.

1. Senhor, que dais ao vosso povo a graça de celebrar hoje a festa da virgem Santa Teresa do Menino Jesus, concedei-lhe que se alegre sempre com a sua intercessão.

2. Senhor concedei à vossa Igreja crescer na necessidade de encontrar em vossa Palavra a fonte de sua ação evangelizadora para se tornar uma comunidade sempre mais orante e participativa.

3. Senhor, como Santa Teresinha, queremos vos pedir de modo especial pelos sacerdotes, a fim de que sejam dignos ministros de Cristo, pastores fiéis, acolhedores e misericordiosos.

4. Senhor, como Santa Teresinha, queremos interceder por todos aqueles que sofrem longe de vós, por aqueles que se esqueceram que podem encontrar em vosso Coração refúgio e alívio para suas dores.

5. Senhor queremos interceder por aqueles que padecem de secura espiritual, que não encontram consolo na oração e por aqueles que não têm sede de vós.

6. Senhor, que o ardor missionário de nossa comunidade seja sempre revigorado por uma autêntica vivência da fé e sustentado na escuta amorosa de vossa Palavra.

7. Senhor, vos pedimos por toda a grande Família Carmelitana, para que mantenham acesa a chama de sua vocação contemplativa e, a exemplo de Maria Santíssima sejam conduzidos pela oração a uma atitude de pronto serviço, de modo especial aos irmãos necessitados.

8. Senhor, que recebestes as santas Virgens no banquete das núpcias eternas, admiti benignamente os defuntos ao convívio do vosso reino.

(Intenções Particulares)

PAI NOSSO

Oração

Deus de infinita bondade, que abris as portas do vosso reino aos pequeninos e humildes, fazei que sigamos confiadamente o caminho espiritual de Santa Teresa do Menino Jesus, para que, por sua intercessão, cheguemos à revelação da vossa glória. Por Nosso Senhor.

Ao final da Liturgia das Horas, a comunidade, em dois coros, rezará com as palavras de Sta Teresa do Menino Jesus o ATO DE OFERECIMENTO

T. Oferecimento de mim mesma como Vítima de Holocausto ao Amor Misericordioso do Bom Deus

1. Meu Deus! Trindade Bem-aventurada, desejo AMAR-VOS e vos fazer AMAR, trabalhar para a glorificação da Santa Igreja, salvando as almas que estão sobre a terra e libertando as que sofrem no purgatório. Desejo cumprir, perfeitamente, vossa vontade e chegar ao grau de glória que me preparastes, em vosso reino, numa palavra, desejo ser Santa, mas sinto minha impotência e vos peço, ó meu Deus! Sejais vós mesmo minha SANTIDADE.

2. Pois que me amastes, a ponto de dar-me vosso Filho único para ser meu Salvador e meu Esposo, os tesouros infinitos de seus méritos são meus, eu vo-los ofereço, com alegria, suplicando-vos que me olheis através da Face de Jesus e em seu Coração ardente de AMOR.

1. Ofereço-vos, ainda, todos os méritos dos Santos (que estão no Céu e sobre a terra), seus atos de AMOR e os dos Santos Anjos; enfim, ofereço-vos, ó BEM-AVENTURADA TRINDADE! o Amor e os méritos da SANTÍSSIMA VIRGEM, MINHA MÃE QUERIDA, é a ela que abandono minha oferta, suplicando-lhe vo-la apresentar. Seu Divino Filho, meu Esposo Bem-Amado, disse-nos durante sua vida mortal: "Tudo o que pedirdes a meu pai em meu nome, ele vo-lo dará!" Portanto, estou certa de que atendereis a meus desejos; eu o sei, ó meu Deus! quanto mais quereis dar, tanto mais fazeis desejar. Sinto em meu coração desejos imensos e é, com confiança, que vos peço vir tomar posse de minha alma. Ah! não posso receber a santa comunhão tantas vezes quanto desejo, mas, Senhor, não sois ONIPOTENTE?... Ficai em mim, como no tabernáculo, não vos afasteis jamais de vossa hostiazinha...

2. Quisera consolar-vos da ingratidão dos maus e suplico-vos tirar-me a liberdade de vos desagradar; se por fraqueza, cair alguma vez, que, logo vosso Divino Olhar purifique minha alma, consumindo todas as minhas imperfeições, como o fogo que transforma em si todas as coisas...

1. Agradeço-vos, ó meu Deus! todas as graças que me concedestes, em particular, de me ter feito passar pelo cadinho do sofrimento. É com júbilo que vos contemplarei, no último dia, empunhando o cetro da Cruz; pois que vos dignastes fazer-me partilhar desta Cruz tão preciosa, espero, no Céu, assemelhar-vos a Vós e ver brilhar em meu corpo glorificado os sagrados estigmas de vossa Paixão...

2. Após o exílio da terra, espero ir gozar de vós na Pátria, mas não quero acumular méritos para o Céu, quero trabalhar só por vosso AMOR, com o único fim de vos agradar, consolar vosso Coração Sagrado e salvar almas que vos amem eternamente.

1. Na tarde desta vida, comparecerei perante vós com as mãos vazias, pois não vos peço, Senhor, contar minhas obras. Toda nossa justiça é manchada a vossos olhos. Quero, pois, revestir-me de vossa própria justiça, e receber de vosso Amor a posse eterna de Vós mesmo. Não quero outro Trono e outra Coroa senão Vós, ó meu Bem-Amado.

2. Para vós, o tempo não é nada. Um único dia é como se fossem mil anos. Podeis, então, preparar-me num instante para comparecer diante de vós...

1. A fim de viver num ato de perfeito amor, OFEREÇO-ME COMO VÍTIMA DE HOLOCAUSTO A VOSSO AMOR MISERICORDIOSO suplicando-vos me consumir, sem cessar, deixando transbordar em minha alma as ondas de Ternura Infinita que estão encerradas em vós, e que assim eu me torne Mártir de vosso Amor, ó meu Deus!...

2. Que este Martírio após me ter preparado para comparecer perante vós, faça-me, enfim, morrer e que minha alma precipite-se, sem tardar, no eterno abraço de vosso Amor Misericordioso...

T. Quero, ó meu Bem-amado, em cada palpitar de meu coração, renovar-vos este oferecimento um número infinito de vezes, até que, dissipadas as sombras, possa repetir-vos meu Amor, num Face a Face Eterno!.

Após o ato de oferecimento a comunidade renova seus votos com as mesmas palavras da nossa Santa em seu BILHETE DE PROFISSÃO

T. Oh, Jesus, meu divino Esposo!

Que eu jamais perca a segunda veste de meu Batismo!

Tira-me deste mundo, antes que cometa a mais leve falta voluntária.

Que eu não procure e não encontre senão a ti.

Que as criaturas nada sejam para mim, e eu nada seja para elas,

 mas que tu, Jesus, sejas tudo!...

Que as coisas da terra jamais possam perturbar a minha alma;

que nada perturbe minha paz!

Jesus, não te peço senão a paz e também o amor,

o amor infinito, sem outro limite senão tu mesmo...

Amor que jã não seja eu, mas sejas tu, meu Jesus.

Por ti, Jesus, morra eu mártir,

o martírio do coração ou do corpo, antes, os dois...

Dá-me cumprir meus votos em toda a sua perfeição,

e leva-me a compreender o que uma esposa tua deve ser.

Faze que nunca eu seja um peso para a comunidade,

e que ninguém se ocupe de mim;

que eu seja vista, espezinhada, esquecida,

qual um grãozinho de areia que te pertence, Jesus.

Faça-se em mim tua vontade de maneira perfeita.

Que eu possa chegar à morada que antecipadamente me foste preparar...

Deixa-me, Jesus, salvar muitas almas;

que no dia de hoje, nenhuma seja condenada,

e que todas as almas do Purgatório sejam salvas...

Perdoa-me, Jesus, se digo coisas que não devo dizer.

Só quero alegrar-te e consolar-te.

Se houver padre, este dará a benção solene, conforme o Missal. Caso contrário, encerra-se como no ofício de Vésperas.