quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Natal: 1º de janeiro Santa Maria, Theotókos

Circuncisão do Senhor

1ª Leitura (Num 6,22-27): O Senhor disse a Moisés: «Fala a Aarão e aos seus filhos e diz-lhes: Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo: ‘O Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz’. Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e Eu os abençoarei».

Salmo Responsorial: 66

R. Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção.

Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção, resplandeça sobre nós a luz do seu rosto. Na terra se conhecerão os seus caminhos e entre os povos a sua salvação.

Alegrem-se e exultem as nações, porque julgais os povos com justiça e governais as nações sobre a terra.

Os povos Vos louvem, ó Deus, todos os povos Vos louvem. Deus nos dê a sua bênção e chegue o seu temor aos confins da terra.

2ª Leitura (Gal 4,4-7): Irmãos: Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus filhos adoptivos. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: «Abá! Pai!». Assim, já não és escravo, mas filho. E, se és filho, também és herdeiro, por graça de Deus.

Aleluia. Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por seu Filho. Aleluia.

Evangelho (Lc 2,16-21): Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. Quando o viram, contaram as palavras que lhes tinham sido ditas a respeito do menino. Todos os que ouviram os pastores ficavam admirados com aquilo que contavam. Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. Os pastores retiraram-se, louvando e glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, de acordo com o que lhes tinha sido dito. No oitavo dia, quando o menino devia ser circuncidado, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido no ventre da mãe.

«Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura»

Rev. D. Manel VALLS i Serra (Barcelona, Espanha)

Hoje, a Igreja contempla agradecida a maternidade da Mãe de Deus, modelo de sua própria maternidade para com todos nós. Lucas nos apresenta o “encontro” dos pastores “com o Menino”, o qual está acompanhado de Maria, sua Mãe, e de José. A discreta presença de José sugere a importante missão de ser custódio do grande mistério do Filho de Deus. Todos juntos, pastores, Maria e José, «Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura» (Lc 2,16) é como uma imagem preciosa da Igreja em adoração.

“A Manjedoura”: Jesus já está na manjedoura, numa noite alusiva à Eucaristia. Foi Maria quem o colocou lá! Lucas fala de um “encontro”, de um encontro dos pastores com Jesus. Em efeito, sem a experiência de um “encontro” pessoal com o Senhor, a fé não acontece. Somente este “encontro”, o qual se entende um “ver com os próprios olhos”, e em certa maneira um “tocar”, faz com que os pastores sejam capazes de chegar a ser testemunhas da Boa Nova, verdadeiros evangelizadores que podem dar a conhecer o que lhes haviam dito sobre aquela Criança. «Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino» (Lc 2,17).

Aqui vemos o primeiro fruto do “encontro” com Cristo: «Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores» (Lc 2,18). Devemos pedir a graça de saber suscitar este “maravilhamento”, esta admiração naqueles a quem anunciamos o Evangelho.

Ainda há um segundo fruto deste encontro: «Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito» (Lc 2,20). A adoração do Menino lhes enche o coração de entusiasmo por comunicar o que viram e ouviram, e a comunicação do que viram e ouviram os conduz até a pregaria de louvor e de ação de graças, à glorificação do Senhor.

Maria, mestra de contemplação —«Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração» (Lc 2,19) — nos dá Jesus, cujo nome significa “Deus salva”. Seu nome é também nossa Paz. Acolhamos coração este sagrado e doce Nome e tenhamo-lo frequentemente nos nossos lábios!

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Todo o povo da cidade de Éfeso ficou ansioso à espera da resolução [do Sínodo sobre a Maternidade de Maria] ... Quando se soube que o autor das blasfêmias [Nestório] tinha sido deposto, todos em uma só voz começaram a glorificar a Deus» (São Cirilo de Alexandria)

«Jesus é o Filho de Deus e, ao mesmo tempo, é filho de uma mulher: Maria. Vem dela. É de Deus e de Maria. É por isso que a Mãe de Jesus pode e deve ser chamada de Mãe de Deus, “Theotókos” (Concílio de Éfeso, ano 431)» (Bento XVI)

«O Concílio de Éfeso proclamou, no ano 431, que Maria se tornou, com toda a verdade Mãe de Deus, por ter concebido humanamente o Filho de Deus em seu seio: “Mãe de Deus, não porque o Verbo de Deus dela tenha recebido a natureza divina, mas porque é Dela” (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 466)

Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus e o Dia Internacional da Paz.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

Foi o Papa Paulo VI quem transladou para o dia 1º de janeiro a festa da Maternidade divina de Maria, que antes caia no dia 11 de outubro. De fato, antes da reforma litúrgica realizada depois do concilio Vaticano II, no primeiro dia do ano se celebrava a memória da circuncisão de Jesus no oitavo dia depois do seu nascimento- como sinal de submissão à lei, sua inserção oficial no povo eleito- e no domingo seguinte se celebrava a festa do nome de Jesus.

Em primeiro lugar, neste primeiro dia do ano colocamos a Santa Maria como intercessora, para que nos consiga a paz que necessitamos. É o primeiro dia do ano e dedicamos a Ela, à Mãe de Deus, à Rainha da Paz, para que abençoe também todos os nossos esforços e desejos de paz. A cena do Evangelho também nos traz sentimentos de paz. Voltamos para Belém, para o presépio, para contemplar “Maria, José, e o Menino deitado no presépio”. Unimo-nos aos pastores neste momento de adoração, contemplando esta cena, sentindo-nos parte dela, como aquele povo simples que soube ver naquele menino todo um Deus que vinha para nascer por nós. Também damos glória a Deus, como os pastores, por ter se descoberto nas nossas vidas, por ter deixado Deus nascer, um ano mais, nos nossos corações. Esse menino enche os nossos corações e as nossas vidas de paz, com a sua paz. “A paz vos deixo, a minha paz vos dou”. Uma paz verdadeira e para sempre.

Em segundo lugar, pedimos neste dia que o Senhor coloque o seu olhar sobre nós e nos conceda a paz. É esta a oração que fazia todo bom israelita, e é uma oração e um desejo que devemos fazer hoje nosso todas as pessoas de boa vontade. Queremos que o Senhor conceda a paz, a sua paz, a todos os nossos parentes e amigos, e a todas as pessoas que quiserem recebê-la, para o mundo inteiro. Hoje é a jornada mundial da paz. A paz de Deus! O salmo 84 nos diz que a justiça e a paz se abraçam, se beijam. Queremos uma paz que seja fruto da justiça, não uma paz imposta violentamente pela força das armas ou pela força do dinheiro. Não queremos a paz de pessoas que vivem esmagadas pelo poder político, ou social, ou econômico. Não queremos a paz dos cemitérios. Queremos a paz dos corpos e das almas, a paz material e a paz espiritual. Sabemos que esta paz não podemos consegui-la plenamente enquanto vivermos nesta terra, mas devemos sempre aspirar cada dia a aproximar-nos um pouco mais dela. Não vamos conseguir só com as nossas forças humanas, necessitamos a ajuda de Deus. Por isso, vamos pedir hoje a Deus que, por intercessão da sua Mãe, Santa Maria, pouse o seu olhar sobre nós e nos conceda a paz.

Finalmente, este é um dia para dar graças a Deus. Graças por tudo o que vivemos neste ano que terminamos, graças pelo que viveremos no ano que começa, graças por tudo de novo que aparece na nossa vida. Pedimos a Deus que todos os nossos bons desejos que temos e que nós dizemos no Novo Ano saibamos realizá-los. Fazemos nosso o propósito de favorecer tudo o que possa ajudar para que exista mais felicidade para todos, amigos e desconhecidos. Este é o nosso desejo: “Paz e bem para todos”.

Para refletir: Como início o novo ano: com esperança e fé? Com alegria e otimismo? Disposto a gerar a paz na minha família e por onde eu for?

Para rezar: Porque Jesus, nasceu de uma mulher, amamos e veneramos o nome dessa mulher: Maria. Porque, Maria, é espelho da humanidade redimida, bendizemos e suspiramos, neste Ano Novo, à nova Eva, Àquela que nos dá tanto: a Jesus. Para ser Mãe de Deus e Mãe nossa, não deixou atrás a sua pobreza nem a sua simplicidade, a sua obediência e o seu ser maternal. Bendizemos a vossa docilidade, Maria! Porque, Maria, meditava todas as coisas sagradas no mais profundo do seu coração, bendizemos a sua memória, o seu espírito e a sua fé. Bendita, Vós, Maria! Porque, Maria, como o sol que amanhece, ilumina os cantinhos mais escuros da nossa casa.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

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