sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Domingo I do Advento

1ª Leitura (Jer 33,14-16): Eis o que diz o Senhor: «Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá: Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra. Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança. Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».

Salmo Responsorial: 24

R. Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, ensinai-me as vossas veredas. Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me, porque Vós sois Deus, meu Salvador.

O Senhor é bom e reto, ensina o caminho aos pecadores. Orienta os humildes na justiça e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos. O Senhor trata com familiaridade os que O temem e dá-lhes a conhecer a sua aliança.

2ª Leitura (1Tes 3,12—4,2): Irmãos: O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco. O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, com todos os santos. Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais. Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.

Aleluia. Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa salvação.

Evangelho (Lc 21,25-28.34-36): Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, apavoradas com o bramido do mar e das ondas. As pessoas vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as potências celestes serão abaladas. Então, verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”. Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados por causa dos excessos, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós, pois cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de conseguirdes escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem».

«Ficai atentos e orai a todo momento, a fim de conseguirdes escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, justamente ao começar um novo ano litúrgico, fazemos o propósito de renovar nossa ilusão e nossa luta pessoal visando à santidade, própria e de todos. A própria Igreja nos convida, recordando-nos no Evangelho de hoje, a necessidade de estar sempre atentos, sempre “enamorados” do Senhor: «Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados por causa dos excessos, da embriaguez e das preocupações da vida» (Lc 21,34).

Mas reparemos num detalhe que é importante entre namorados: essa atitude de alerta —de preparação— não pode ser intermitente, mas deve ser permanente. Por isso, nos diz o Senhor: «ficai atentos e orai a todo momento» (Lc 21,36). A todo momento! essa é a justa medida do amor. A fidelidade não se faz na base de “agora sim, agora não”. É, portanto, muito conveniente que nosso ritmo de piedade e de preparação espiritual seja um ritmo habitual (dia a dia e semana a semana). Tomara que cada jornada da nossa vida vivamo-la com a mentalidade de estrearmos; tomara que cada manhã —ao acordarmos— logremos dizer: Hoje volto a nascer (obrigado, meu Deus!); hoje volto a receber o Batismo; hoje volto a fazer a Primeira Comunhão; hoje me caso novamente... Para perseverar com ar alegre, há de se “reestreia” e se renovar.

Nesta vida não temos cidade permanente. Chegará o dia que incluso «as potências celestes serão abaladas» (Lc 25,26). Bom motivo para permanecer em estado de alerta! Mas, neste Advento, a Igreja acrescenta um motivo muito bonito para nossa gozosa preparação: certamente, um dia os homens «verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória» (Lc 25,27), mas agora Deus chega à terra com mansidão e discrição; em forma de recém-nascido, até o ponto que «Cristo viu-se envolto em fraldas dentro de um presépio» (São Cirilo de Jerusalém). Somente um espírito atento descobre neste Menino a magnitude do amor de Deus e sua salvação (cf. Sal 84,8).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Proclamamos a vinda de Cristo, não apenas a Sua primeira vinda, mas também uma segunda. A primeira está marcada pelo signo da paciência enquanto a outra trará o diadema da realeza divina» (S. Cirilo de Jerusalém)

«O Advento, tempo próprio para preparar os nossos corações para receberem o Salvador, ou seja, o único Justo e o único Juiz que pode dar a cada um o que merece. A salvação que se espera em Deus tem igualmente o sabor do amor» (Papa Francisco)

«A vinda do Filho de Deus à Terra é um acontecimento tão grandioso, que Deus quis prepará-lo durante séculos. Ritos e sacrifícios, figuras e símbolos da “primeira Aliança” (Hb 9,15), tudo Deus faz para convergir para Cristo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 522)

Advento: Tempo de Esperança

Dom Antonio Emidio Vilar, sdb Bispo Diocesano de S. João da Boa Vista (SP)

O Advento inicia o ano Litúrgico que celebra os mistérios da fé, da Salvação e se apoia em duas colunas, Natal e Páscoa, com 3 momentos: preparação (Advento e Quaresma); celebração (Natal a Epifania; Páscoa a Pentecostes); prolongamento (domingos do tempo comum).

Advento, tempo de esperança, celebra: Um fato passado: Vinda histórica de Cristo prometida a Abraão, lembrada pelos profetas, esperada pelo povo, realizada em Belém. Um fato presente: Vinda de Jesus presente na Igreja, na Palavra, Eucaristia e irmãos. Um fato futuro: A segunda vinda, no fim do mundo. A liturgia fala de um novo tempo marcado de esperança e de alegria:

Em Jr 33,14-16, olhamos para o Passado. Após um longo exílio, o Povo, cansado e abatido, retorna para a sua terra, mas encontra tudo destruído, precisa recomeçar tudo de novo. O profeta Jeremias proclama a chegada de dias melhores; recorda as promessas de Deus, elimina a saudade do passado, o medo do presente e instaura o clima da Esperança. Surgirá um descendente de Davi que trará paz e salvação. O rebento esperado é Jesus de Nazaré. Com ele teve início o Reino de Paz e Justiça. Mas, a construção desse mundo novo não termina com o seu nascimento de Cristo, mas pede mais tempo, nossa ajuda e empenho.

Em 1Ts 3,12-4,2 vemos o Presente. Paulo lembra que a melhor maneira de esperar a vinda do Senhor é crescer no amor recíproco. Sem esse amor, é vazio o Advento e o próprio Natal.

Em Lc 21,25-28.34-36, vemos o Futuro. Os últimos dias da vida terrena de Jesus anunciam tempos difíceis de sofrimento, perseguição. Em linguagem apocalíptica, a segunda vinda de Cristo, com sinais catastróficos, não é um quadro do fim do mundo: as imagens dos profetas falam do dia do Senhor, quando Ele vai intervir na história para libertar o seu Povo.

A intenção é reavivar a Esperança pelo novo dia que surgirá e motivar a Vigilância para reconhecer e acolher o Senhor que vem. ‘Fiquem de pé e levantem a cabeça, pois a vossa libertação está próxima’. O Evangelho ensina a não esperar passivamente a vinda do Filho do Homem. É preciso estar atento a essa salvação oferecida e aceitá-la. É necessário reconhecer Jesus que vem nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. É preciso ter a vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus, deixar que ele nos transforme o coração e se faça vida em nossos gestos e palavras. É preciso ter presente, que este mundo novo está em construção e que depende de nossa resposta.

Como preparamos o Natal? Só com presentes, enfeites, músicas e festas, comes e bebes, ou preparamos um Natal verdadeiramente cristão, vivido num Clima de:

ORAÇÃO: na Comunidade, a liturgia do Advento; nas famílias, a Novena de Natal…

VIGILÂNCIA para perceber os sinais da presença de Deus; por Deus em primeiro lugar; ler a realidade com o olhar voltado à eternidade; crer que o Reino de Deus está presente entre nós. O perigo: Não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e preocupações da vida.

ESPERANÇA: Advento é participar de uma espera profunda de todos os homens pela vinda de Deus. De cabeça erguida apesar dos problemas que nos cercam.

CONVERSÃO: preparar o presépio e o coração. Natal cristão existe se Cristo vem ao coração. Senão, sua vinda é inútil se não removemos a bagagem inútil que impede caminhar para Cristo.

Como há dois mil anos em Belém, Cristo busca um lugar em nossa casa, em nosso coração.

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