terça-feira, 1 de junho de 2021

Solenidade do Corpo e do Sangue de Cristo

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

São Carlos Lwanga e companheiros, mártires

Oração preparatória: Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.

1ª Leitura (Ex 24,3-8): Naqueles dias, Moisés veio comunicar ao povo todas as palavras do Senhor e todas as suas leis. O povo inteiro respondeu numa só voz: «Faremos tudo o que o Senhor ordenou». Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. No dia seguinte, levantou-se muito cedo, construiu um altar no sopé do monte e ergueu doze pedras pelas doze tribos de Israel. Depois mandou que alguns jovens israelitas oferecessem holocaustos e imolassem novilhos, como sacrifícios pacíficos ao Senhor. Moisés recolheu metade do sangue, deitou-o em vasilhas e derramou a outra metade sobre o altar. Depois, tomou o Livro da Aliança e leu-o em voz alta ao povo, que respondeu: «Faremos quanto o Senhor disse e em tudo obedeceremos». Então, Moisés tomou o sangue e aspergiu com ele o povo, dizendo: «Este é o sangue da aliança que o Senhor firmou convosco, mediante todas estas palavras».

Salmo Responsorial: 115

R. Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor.

Como agradecerei ao Senhor tudo quanto Ele me deu? Elevarei o cálice da salvação, invocando o nome do Senhor.

É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus fiéis. Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva: quebrastes as minhas cadeias.

Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor, invocando, Senhor, o vosso nome. Cumprirei as minhas promessas ao Senhor, na presença de todo o povo.

2ª Leitura (Heb 9,11-15): Irmãos: Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. Atravessou o tabernáculo maior e mais perfeito, que não foi feito por mãos humanas, nem pertence a este mundo, e entrou de uma vez para sempre no Santuário. Não derramou sangue de cabritos e novilhos, mas o seu próprio Sangue, e alcançou-nos uma redenção eterna. Na verdade, se o sangue de cabritos e de toiros e a cinza de vitela, aspergidos sobre os que estão impuros, os santificam em ordem à pureza legal, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno Se ofereceu a Deus como vítima sem mancha, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Por isso, Ele é mediador de uma nova aliança, para que, intervindo a sua morte para remissão das transgressões cometidas durante a primeira aliança, os que são chamados recebam a herança eterna prometida.

Aleluia. Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor. Quem comer deste pão viverá eternamente. Aleluia.

Evangelho (Mc 14,12-16.22-26): No primeiro dia dos Pães sem fermento, quando se sacrificava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?» Jesus enviou então dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: «Ide à cidade. Um homem carregando uma bilha de água virá ao vosso encontro. Segui-o e dizei ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre manda perguntar: Onde está a sala em que posso comer a ceia pascal com os meus discípulos? ’ Ele, então, vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada. Lá fareis os preparativos para nós!» Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como ele tinha dito e prepararam a ceia pascal. Enquanto estavam comendo, Jesus tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e lhes deu, dizendo: «Tomai, isto é o meu corpo». Depois, pegou o cálice, deu graças, passou-o a eles, e todos beberam. E disse-lhes: «Este é o meu sangue da nova Aliança, que é  derramado por muitos. Em verdade, não beberei mais do fruto da videira até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus». Depois de cantarem o salmo, saíram para o Monte das Oliveiras

«Tomai, isto é o meu corpo. Este é o meu sangue»

Mons. José Ángel SAIZ Meneses, Arcebispo de Sevilha (Sevilla, Espanha)

Hoje, celebramos solenemente a presença eucarística de Cristo entre nós, o “dom por excelência”: «Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lho, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. (...). » (Mc 14,22.24). Disponhamo-nos a suscitar na nossa alma o “assombro eucarístico” (S. João Paulo II).

O povo judeu na sua ceia pascal comemorava a história da salvação, as maravilhas de Deus para com o seu povo, especialmente a libertação da escravidão do Egito. Nesta comemoração, cada família comia o cordeiro pascal. Jesus Cristo converte-se no novo e definitivo cordeiro pascal sacrificado na cruz e comido em Pão Eucarístico.

A Eucaristia é sacrifício: é o sacrifício do corpo imolado de Cristo e do seu sangue derramado por todos nós, antecipado na Última Ceia. Ao longo da história irá sendo atualizado em cada Eucaristia. Nela temos o alimento: é o novo alimento que dá vida e força ao cristão enquanto caminha em direção ao Pai.

A Eucaristia é presença de Cristo entre nós. Cristo ressuscitado e glorioso permanece entre nós de maneira misteriosa, mas real na Eucaristia. Esta presença provoca uma atitude de adoração por nossa parte e uma atitude de comunhão pessoal com Ele. A presença eucarística garante-nos que Ele permanece entre nós e opera a obra da salvação.

A Eucaristia é mistério de fé. É o centro e a chave da vida da Igreja. É a fonte e raiz da existência cristã. Sem vivência eucarística a fé cristã ficaria reduzida a uma filosofia.

Jesus dá-nos o mandamento do amor de caridade na instituição da Eucaristia. Não se trata da última recomendação do amigo que parte para longe ou do pai que vê a morte aproximar-se. É a afirmação do dinamismo que Ele nos oferece. Pelo Baptismo começamos uma vida nova, que é alimentada pela Eucaristia. O dinamismo desta vida leva a amar os outros, e é um dinamismo em crescimento até dar a vida: nisto se verá que somos cristãos.

Cristo ama-nos porque recebe a vida do Pai. Nós amaremos recebendo do Pai a vida, especialmente através do alimento eucarístico.

Se desejarmos participar da mesa eucarística de Jesus agora e no banquete celeste, é preciso participar plenamente de seu caminho de serviço sofredor.

Pe. Benedito Mazeti

Como vemos, no Evangelho de hoje, ao entardecer do primeiro dia dos ázimos, quando se sacrificava o cordeiro pascal, Jesus celebra com os discípulos a Ceia da páscoa, que se converte na primeira Eucaristia e Páscoa cristã. Cristo, ao instituir a Eucaristia no contexto da ceia pascal hebraica, que comemorava a libertação da escravidão do Egito, dá-lhe o caráter de nova Páscoa e sacrifício da nova Aliança para o perdão dos pecados. O Evangelho fala do primeiro dia, dia de preparação, dia em que se imolava o cordeiro e se eliminava das casas todo fermento, como o primeiro dia da festa de Páscoa que durava oito dias. Os discípulos se dirigem a Jesus como chefe de família, do grupo que vai celebrar a refeição pascal, para receberem orientação sobre a ceia. Os peregrinos deviam encontrar uma sala no interior da cidade.

Tudo indica que a última refeição de Jesus recebeu as características de ceia pascal. Foi uma refeição de peregrinos, celebrada no ambiente de uma festa que atualizava a libertação e a aliança mosaica e reanimava a esperança messiânica. Portanto, a Eucaristia cristã é a nova Páscoa.

Um fato curioso e que chama a nossa atenção no Evangelho de hoje, Marcos 14,12-16.22-26, é o fato de um homem estar carregando um jarro de água em direção aos discípulos de Jesus. “Sigam-no e digam ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre manda dizer: onde está a sala em que vou comer a Páscoa com meus discípulos?’ Trata-se sem dúvida de um sinal muito significativo, pois competia às mulheres o serviço de buscar água.

Ao derramar seu sangue na Cruz, Jesus completa a Aliança selada no Sinai com o sangue de animais. Implicitamente proclama o cumprimento da nova Aliança predita pelos profetas e prega o valor universal do seu sacrifício pela multidão, a humanidade toda. A expressão “sangue da aliança” é a mesma de Êxodo 24,8. Jesus diz que vai provar de novo o fruto da videira, no Reino de Deus, festa messiânica predita por Isaias 25,6.

Não podemos separar a Eucaristia da Páscoa judaica, porque esta constitui teológica e historicamente seu contexto. A Ceia Pascal de Jesus é a celebração antecipada da entrega total de sua vida na Cruz. A entrega do corpo e o derramamento de seu sangue selam a nova Aliança. Com ela o Senhor nos dá uma nova vida e nos compromete a sermos fiéis à sua proposta de amor e entrega ao Reino de Deus.

A Eucaristia celebra a Aliança eterna e definitiva de Deus conosco, selada pelo sacrifício único de Jesus Cristo. Seu gesto de amor e entrega basta para sempre e permanece atual em todo o tempo e no decorrer da história da salvação da humanidade.

No pão e no vinho da última refeição de Jesus, faz-se presente antecipada e simbolicamente o dom da vida entregue até a morte sangrenta na Cruz. “A entrega de Jesus, sua morte-ressurreição que aconteceram uma única vez (Hebreus 10,10-18), tornam-se presentes para nós pela ação litúrgica, ou seja, toda vez que fazemos memória destes fatos e de nossa salvação, anunciamos a morte do Senhor, até que ele venha (1Coríntios 11,26). Não se trata de uma repetição, mas de uma atualização”. O sacrifício é um só, o do Calvário.

Somos redimidos por um amor sacrificado, um amor que doou corpo e sangue, isto é, doou a vida. Não é sangue por si mesmo que salva. O que salva são o amor e a fidelidade que levaram Jesus a enfrentar a morte cruel e sangrenta. Depois da sua morte, não há outro sacrifício de sangue na nova Aliança, pois não é sangue em si que importa, mas a entrega, o amor de quem o derramou, e este é válido para sempre. Unindo-nos ao amor de Jesus, entreguemos também nosso corpo e sangue, toda a nossa vida a serviço dos irmãos e irmãs. Assim seremos “uma oferenda perfeita” com Cristo.

Se desejarmos participar da mesa eucarística de Jesus agora e no banquete celeste, é preciso participar plenamente de seu caminho de serviço sofredor.

“Se queres honrar o Corpo de Cristo, não o desprezes quando está nu. Não o honres assim, na Igreja, com tecidos de seda, enquanto o deixas fora, sofrendo frio e carente de roupa. Com efeito, o mesmo que disse: ‘Isto é o meu corpo’ e que o realizou ao anunciar, também disse: ‘Viste-me com fome e não me deste comida […]’. Começa por alimentar os famintos e, com o que te sobra, ornamentarás o altar” (Catequese de São João Crisóstomo). Precisamos entender que a presença de Cristo no pobre, no abandonado, no doente, no faminto, não é menos real que na Palavra e na Eucaristia (cf. Mateus 25,31-46).

Hoje, com o “coração ao alto”, damos graças ao Pai pelo Cristo que faz de sua vida dom total, Corpo entregue e Sangue derramado, como alimento e bebida.

E a melhor maneira de dar graças é participar desse pão e desse vinho que Cristo nos oferta, fazendo nossa a “ação de graças” que Cristo oferece ao Pai. Com Ele dedicamos nossa vida e, ao sermos alimentados Dele, nos comprometemos com seu projeto.

E, assim, acolhemos na fé a salvação que esse mistério eucarístico realiza em nós, saboreando desde já, pela comunhão de seu Corpo e Sangue, o banquete eterno.

LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, ...
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus...
Coração de Jesus, de majestade infinita, ...
Coração de Jesus, templo santo de Deus, ...
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo, ...
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu, ...
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, ...
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e amor, ...
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, ...
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, ...
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações, ...
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, ...
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade, ...
Coração de Jesus, no qual o Pai celeste põe as suas complacências, ...
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos, ...
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas, ...
Coração de Jesus, paciente e misericordioso, ...
Coração de Jesus, rico para todos os que vos invocam, ...
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, ...
Coração de Jesus, propiciação para os nossos pecados, ...
Coração de Jesus, saturado de sofrimentos, ...
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes, ...
Coração de Jesus, feito obediente até a morte, ...
Coração de Jesus, atravessado pela lança, ...
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação, ...
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, ...
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, ...
Coração de Jesus, vítima dos pecadores, ...
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam, ...
Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram, ...
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos, ...
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
V. — Jesus, manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.

ORAÇÃO: Onipotente e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.

CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)

Eu...(Nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, senão para o honrar, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado. Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte. Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer nem me separar de Vós. Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.

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