sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

O Batismo do Senhor

 São Gonçalo de Amarante, presbítero

1a Leitura (Is 42,1-4.6-7): “Eis meu Servo que eu amparo, meu eleito ao qual dou toda a minha afeição, faço repousar sobre ele meu espírito, para que leve às nações a verdadeira religião. Ele não grita, nunca eleva a voz, não clama nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, não extinguirá a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a franqueza a verdadeira religião; não desanimará, nem desfalecerá, até que tenha estabelecido a verdadeira religião sobre a terra, e até que as ilhas desejem seus ensinamentos. Eu, o Senhor, chamei-te realmente, eu te segurei pela mão, eu te formei e designei para ser a aliança com os povos, a luz das nações; para abrir os olhos aos cegos, para tirar do cárcere os prisioneiros e da prisão aqueles que vivem nas trevas”.

Salmo Responsorial- 28/29

R. Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

Filhos de Deus, tributai ao Senhor, tributai-lhe a glória e o poder! * Dai-lhe a glória devida ao seu nome; adorai-o com santo ornamento!

Eis a voz do Senhor sobre as águas, sua voz sobre as águas intensas! * Eis a voz do Senhor com poder! Eis a voz do Senhor majestosa.

Sua voz no trovão reboando! No seu templo os fiéis bradam: “Glória!” * É o Senhor que domina os dilúvios, o Senhor reinará para sempre!

2a Leitura (At 10,34-38): Então Pedro tomou a palavra e disse: “Em verdade, reconheço que Deus não faz distinção de pessoas, mas em toda nação lhe é agradável aquele que o temer e fizer o que é justo. Deus enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a boa nova da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos. Vós sabeis como tudo isso aconteceu na Judéia, depois de ter começado na Galileia, após o batismo que João pregou. Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio, porque Deus estava com ele”.

Aleluia. Abriram-se os céus e fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu filho muito amado; escutai-o, todos vós! Aleluia.

Evangelho (Mc 1,7-11): Ele proclamava: «Depois de mim vem aquele que é mais forte do que eu. Eu nem sou digno de, abaixando-me, desatar a correia de suas sandálias. Eu vos batizei com água. Ele vos batizará com o Espírito Santo». Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João, no rio Jordão. Logo que saiu da água, viu o céu rasgar-se e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. E do céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho amado; em ti está meu pleno agrado».

«Tu és o meu Filho amado; em ti está meu pleno agrado»

Mons. Salvador CRISTAU i Coll Bispo Auxiliar de Terrassa (Barcelona, Espanha)

Hoje, solenidade do Batismo do Senhor, termina o ciclo de das festas de Natal. Diz o Evangelho que João tinha se apresentado no deserto e «predicava um batismo de conversão para o perdão dos pecados» (Mc 1,4). As pessoas iam escutá-lo, confessavam seus pecados e se batizavam por ele no rio Jordão. E entre aquelas pessoas se apresentou também Jesus para ser batizado.

Nas festas de Natal vimos como Jesus se manifestava aos pastores e aos magos que, chegando desde Oriente, o adoraram e lhe ofereceram seus dons. De fato, a vida de Jesus ao mundo é para manifestar o amor de Deus que nos salva.

E lá, no Jordão, aconteceu uma nova manifestação da divindade de Jesus: o céu se abriu e ele Espírito Santo, em forma de uma pomba descendia em sua direção e se ouviu a voz do Pai: «Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo.» (Mc 1,11). É o Pai do céu neste caso e o Espírito Santo quem o manifesta. É Deus mesmo que nos revela quem é Jesus, seu Filho amado.

Mas não era uma revelação só para João e os judeus. Era também para nós. O mesmo Jesus, o Filho amado do Pai, manifestado aos judeus no Jordão, se manifesta continuamente a nós a cada dia. Na Igreja, na oração, nos irmãos, no Batismo que recebemos e que nos fez filhos do mesmo Pai.

Preguntamos, pois: —Reconheço sua presença, seu amor em minha vida? —Vivo uma verdadeira relação de amor filial com Deus? Disse o Papa Francisco: «O que Deus quer do homem é uma relação “pai-filho”, acaricie, e diga: ‘Eu estou contigo’».

Também a nós o Pai do céu, no meio de nossas lutas e dificuldades, nos diz: «Tu és o meu Filho amado; em ti está meu pleno agrado».

O Batismo - nascimento no Espírito- é o segundo presente da misericórdia divina, depois do nosso nascimento na carne.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

Com o batismo Deus nos faz seus filhos adotivos, dá-nos o seu Filho Jesus como irmão, converte a nossa alma no templo do Espírito Santo onde habitará para formar em nós a imagem de Cristo Jesus, capacita-nos para ser membros ativos e comprometidos da Igreja santa e missionária, e nossa dá como herança a vida eterna. Diante tamanho presente, só nos resta: agradecer e corresponder a Deus com uma vida santa e reta.

Em primeiro lugar, Jesus não tinha necessidade do batismo para si, porque não tinha pecado. Porém, sim teve necessidade do batismo para significar a sua missão: veio para carregar sobre si os nossos pecados, para morrer ao pecado no nosso lugar, para ressurgir a uma vida nova: vida que agora está a nossa disposição. João prevê que o que vem detrás dele administrará um batismo muito mais eficaz que o seu: “Ele os batizará com o Espírito Santo e fogo”. O batismo de Jesus será eficaz. O batismo de João é um sinal: serve para indicar o batismo de Jesus, e Jesus o recebe como sinal da sua própria missão, que consiste em morrer e ressuscitar por nós, a fim de poder administrar-nos o batismo no Espírito Santo. Por isso, no evangelho de Lucas que lemos hoje se produz a manifestação do Espírito Santo. Abrindo-se o céu, desce sobre Jesus o Espírito Santo, como uma aparência corpórea, como uma pomba.

Em segundo lugar, o Pai celestial queria estar também presente nesse momento sublime: “Este é o meu Filho amado, o predileto”. Com estas palavras, o Pai glorifica e eleva o seu Filho. A humilhação de Jesus de colocar-se na fila dos pecadores para ser batizado por João é uma humilhação que produz uma glorificação, porque o Pai celestial confirma a missão salvadora e redentora de Cristo. Deste modo, temos aqui todo o mistério pascal de Jesus, anunciado com o rito do batismo de João: descer e se submergir na água, purificar essas águas com a sua divindade para que tenham a propriedade de lavar os nossos pecados e de sepultá-los, e depois ressurgir para começar uma vida nova de ressuscitado. Por isso o batismo é purificação, lavagem, regeneração, iluminação, destruição do pecado e começo de uma vida nova em Cristo Jesus.

Finalmente, será São Paulo na segunda leitura de hoje a Tito quem nos lembra do nosso batismo, a dignidade com a que somos revestidos e as consequências morais a que nos compromete o dom do batismo na nossa vida. Paulo chama isso de “banho do segundo nascimento... renovação pelo Espírito Santo”. Presente saído do coração misericordioso de Deus. Com gratuito, não baseado nas boas obras realizadas previamente por nós. Graça divina para nos dedicar “às boas obras” e “renunciar a impiedade e aos desejos mundanos, e levar desde já uma vida sóbria, honrada e religiosa”.

Para refletir: Agradeço com frequência ao dom do batismo? Como festejo o dia grandioso do meu santo batismo? Se sou pai ou mãe de família, batizo quanto antes os meus filhos? Ponho nomes de santos aos meus filhos? Quem me vê, pode deduzir pela minha conduta justa, santa e reta que sou batizado, seguidor de Cristo?

Para rezar: Obrigado, Senhor, pelo dom do batismo, por ter me feito filho adotivo vosso, irmão de Cristo, templo do Espírito Santo e membro comprometido da vossa Igreja. Que nunca manche o vestido da minha dignidade cristã. Que nunca permita que apaguem a luz da minha fé recebida no meu batismo. Que seja fiel às promessas do meu batismo, que renovei na minha confirmação. Amém.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org

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