sexta-feira, 19 de outubro de 2018

XXIX Domingo do Tempo Comum


LEITURA I (Is 53,10-11): Aprouve ao Senhor esmagar o seu Servo pelo sofrimento. Mas, se oferecer a sua vida como vítima de expiação, terá uma descendência duradoira, viverá longos dias, e a obra do Senhor prosperará em suas mãos. Terminados os sofrimentos, verá a luz e ficará saciado. Pela sua sabedoria, o Justo, meu Servo, justificará a muitos e tomará sobre si as suas iniquidades.

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 32 (33)
R: Desça sobre nós a vossa misericórdia, porque em Vós esperamos, Senhor.

A palavra do Senhor é reta, da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a retidão: a terra está cheia da bondade do senhor.

Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem, para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas e os alimentar no tempo da fome.

A nossa alma espera o Senhor: Ele é o nosso amparo e protetor.
Venha sobre nós a vossa bondade, porque em Vós esperamos, Senhor.

LEITURA II (Heb 4,14-16): Irmãos: Tendo nós um sumo sacerdote que penetrou os Céus, Jesus, Filho de Deus, permaneçamos firmes na profissão da nossa fé. Na verdade, nós não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas. Pelo contrário, Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, exceto no pecado. Vamos, portanto, cheios de confiança ao trono da graça, a fim de alcançarmos misericórdia e obtermos a graça de um auxílio oportuno.

Aleluia. Jesus Cristo veio servir. Cristo veio dar sua vida. Jesus Cristo veio salvar, viva Cristo, Cristo viva! Aleluia.

Evangelho (Mc 10,35-45): Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e lhe disseram: Mestre, queremos que faças por nós o que te vamos pedir. Ele perguntou: Que quereis que eu vos faça?. Responderam: Permite que nos sentemos, na tua glória, um à tua direita e o outro à tua esquerda!. Jesus lhes disse: Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber o cálice que eu vou beber? Ou ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado?. Responderam: Podemos. Jesus então lhes disse: Sim, do cálice que eu vou beber, bebereis, com o batismo com que eu vou ser batizado, sereis batizados. Mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não depende de mim; é para aqueles para quem foi preparado.  Quando os outros dez ouviram isso, começaram a ficar zangados com Tiago e João. Jesus então os chamou e disse: Sabeis que os que são considerados chefes das nações as dominam, e os seus grandes fazem sentir seu poder. Entre vós não deve ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre vós seja o escravo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos.

«Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Bto Carlos de Habsburgo, leigo, imperador
Hoje, novamente, Jesus altera nossos esquemas. Provocadas por Santiago e João, chegam até nós palavras cheias de autenticidade: Porque o filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção. (Mc 10,45).

Como gostamos de estar bem servidos! Pensemos, por exemplo, no agradável que nos resulta a eficácia e pontualidade dos serviços públicos; ou nossas queixas quando, depois de haver pagado um serviço, não recebemos o que esperávamos. Jesus Cristo nos ensina com seu exemplo. Ele não só é servidor da vontade do Pai, que inclui nossa redenção e, que além disso paga! E, o preço de nosso resgate é seu Sangue, na que recebemos a salvação de nossos pecados. Grande paradoxo este, que nunca chegaremos a entender! Ele, o grande rei, o filho de David, o que devia vir em nome do Senhor, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens (...). E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e uma morte de cruz. (Fl 2,7-8). Que expressivas são as representações de Cristo vestido como um Rei cravado na cruz! Em Catalunha temos muitas e recebem o nome de Santa Majestade. Na catequese contemplamos como servir é reinar e, como o exercício de qualquer autoridade será sempre um serviço.

Jesus transtorna de tal maneira as categorias deste mundo que também esclarece o sentido da atividade humana. Não é melhor a encomenda que mais brilha, e sim o que realizamos mais identificados com Jesus Cristo-servo, com maior Amor a Deus e aos irmãos. Se realmente acreditamos que: Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos (Jo 15,13), então também nos esforçaremos em oferecer um serviço de qualidade humana e de competência profissional com nosso trabalho, cheio de um profundo sentido cristão de serviço. Como dizia a Madre Teresa de Calcutá: O fruto da fé é o amor, o fruto do amor é o serviço, o fruto do serviço é a paz.

Grandeza e liderança estão em servir, não em dominar, a exemplo de Jesus que veio para servir e não para ser servido.

Pe. Antonio Rivero L.C.

No domingo passado aprendemos onde está a autêntica sabedoria. Neste domingo, Jesus nos ensina onde está a verdadeira grandeza e liderança do seguidor de Cristo: em servir (Evangelho), embora isto suponha provas e sofrimentos (1ª e 2ª leituras).

Em primeiro lugar, em geral como concebe o nosso mundo social e político o uso da autoridade, dos ministérios, dos papéis e das funções? Ordinariamente escutamos estas palavras: promoção e honra, ambição e prestígio, domínio e tirania. Megalomania, arbitrariedade, tirania: eis ai a definição de muitos reinos e impérios da história passada: Nero, Sérvio Sulpicio Galba, Vespasiano… Isto é, “quantos súditos tenho para mandar, quantas bombas para disparar, quanto dinheiro para gastar”. Ambição, megalomania, exploração (ditatorial, republicana, democrática…): eis ai a definição de alguns Estados e nações na história contemporânea. Isto é: “quantos tenho que pisar para subir, que impostos impor para emagrecer os que têm e cevar os confrades do partido, quantos azulejos tenho que quebrar e corromper de religião, moral, matrimônio, família, filhos para me manter na poltrona”. E, desgraçadamente, não só no campo social e político, mas também familiar ou comunitário, isto pode acontecer. Está sempre ai a tentação de dominar e tiranizar os outros, se eles se deixam.

Em segundo lugar, como deve conceber o seguidor de Cristo a autoridade? Em clave de serviço, nunca em clave de domínio. Agora entendemos porque Jesus deixou bem claro aos apóstolos que queriam os melhores lugares- os bancos ministeriais e os lugares de renome- que esse não era o caminho do seu autêntico seguidor. Primeiro tem que passar pela cruz e pelo sofrimento. E sempre em atitude de serviço humilde. A Igreja, toda inteira, como comunidade de Jesus, deve ser servidora da Humanidade, e não a sua dona e senhora. Não apoiada no poder, mas disposta ao amor de serviço, animada pelo exemplo de Jesus no lavatório da Última Ceia, oficio de escravos. Lição difícil e dura para aprender. Mas Jesus ajusta bem as contas com os seus seguidores agora. Do contrário, depois são capazes de organizar a Igreja como um império, um reino, um Estado…civis. Cristo quer uma Igreja, não que manda nos súditos, mas que serve os filhos de Deus. Cristo quer uma Igreja que ofereça e facilite a salvação e não que a controle e coloque taxas.

Finalmente, olhemos para Cristo, o nosso exemplo supremo. Não quis prerrogativas, nem ambições. Rebaixou-se, fez-se nada, arregaçou as mangas e lavou os pés. Veio para servir, e não para ser servido. Serviu o seu Pai celestial. Serviu Maria e José, os seus pais aqui na terra. Serviu a humanidade, curando, consolando, dando de comer, pregando a mensagem da salvação. Não quis nada em troca. Veio para dar a vida em resgate por todos. Onde resgate equivale à libertação do pecado e do cativeiro do demônio, mas também libertação das estruturas sociais, políticas, econômicas, religiosas, sindicais…opressoras do homem. Cristo não é um líder divino que se abre caminho vencendo inimigos e instaurando um Reino de Deus político, não é um dominador, mas um servidor; não um vencedor, mas um vencido e rendido por amor.

Para refletir: Como me comporto no pequeno ou no grande território da minha autoridade, familiar, profissional, eclesial: sirvo como Jesus ou tiranizo e oprimo como os grandes desta terra? Reflitamos nesta frase da Madre Teresa de Calcutá: “O fruto do silencio é a oração. O fruto da oração é a fé. O fruto da fé é o amor. O fruto do amor é o serviço. O fruto do serviço é a paz”. Reflitamos também neste texto do Papa Francisco: “Um segundo elemento que gostaria de realçar no exercício da autoridade é o serviço: nunca nos devemos esquecer que o poder verdadeiro, a qualquer nível, é o serviço, que tem o seu ápice luminoso na Cruz. Bento XVI, com grande sabedoria, recordou muitas vezes à Igreja que se para o homem, com frequência, autoridade é sinônimo de posse, de domínio, de sucesso, para Deus autoridade é sempre sinônimo de serviço, de humildade e de amor; significa entrar na lógica de Jesus que se inclina para lavar os pés aos Apóstolos (cf. Angelus, 29 de Janeiro de 2012), e diz aos seus discípulos: «Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores… Não seja assim entre vós — é este precisamente o lema da vossa assembleia. Entre vós não será assim — quem quiser fazer-se grande entre vós, seja vosso servo» (Mt 20, 25-27). Pensemos no dano que causam ao Povo de Deus os homens e as mulheres de Igreja que são carreiristas ou arrivistas, que «usam» o povo, a Igreja, os irmãos e as irmãs — aqueles a quem deveriam servir — como trampolim para os interesses e as ambições pessoais. Eles causam um dano grande à Igreja” (Discurso às religiosas participantes na assembleia plenária da união internacional das superiores gerais, 8 de maio de 2013).

Para rezar: Senhor, livrai-me da ambição e da tirania no trato com os meus irmãos. Colocai no meu coração a humildade para que possa servir todos com desprendimento, alegria e generosidade, como Vós.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org

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