sexta-feira, 11 de maio de 2018

Sábado VI da Páscoa


1ª Leitura (At 18,23-28): Depois de ter passado algum tempo em Antioquia, Paulo partiu de novo e percorreu sucessivamente a Galácia e a Frígia, fortalecendo todos os discípulos na fé. Entretanto, chegou a Éfeso um judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloquente, muito versado nas Escrituras. Fora instruído no caminho do Senhor e pregava com muito entusiasmo, ensinando com exatidão o que se referia a Jesus, embora só conhecesse o batismo de João. E começou a falar também com firmeza na sinagoga. Priscila e Áquila, ouvindo-o falar, tomaram-no consigo e expuseram-lhe com maior exatidão o caminho do Senhor. Como ele queria partir para a Acaia, os irmãos encorajaram-no e escreveram aos discípulos que o recebessem. Depois de lá ter chegado, ajudava muito os fiéis com o auxílio da graça: refutava energicamente os judeus em público, demonstrando pelas Escrituras que Jesus era o Messias.

Salmo Responsorial: 46
R. Deus é o Senhor de toda a terra.
Povos todos, batei palmas, aclamai a Deus com júbilo, porque o Senhor, o Altíssimo, é terrível, o Rei soberano de toda a terra.

Deus é Rei do universo, cantai os hinos mais belos. Deus reina sobre os povos, Deus está sentado no trono sagrado.

Reuniram-se os príncipes dos povos ao povo do Deus de Abraão; porque a Deus pertencem os poderes da terra, Ele está acima de todas as coisas.

Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e vou para o Pai.

Evangelho (Jo 16, 23-28): «Naquele dia, não me perguntareis mais nada. Em verdade, em verdade, vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vos dará. Até agora, não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa. Eu vos falei estas coisas por meio de figuras. Vem a hora em que não mais vos falarei em figuras, mas vos falarei claramente do Pai. Naquele dia pedireis em meu nome. E não digo que eu rogarei ao Pai por vós. Pois o próprio Pai vos ama, porque vós me amastes e acreditastes que saí de junto de Deus. Eu saí do Pai e vim ao mundo. De novo, deixo o mundo e vou para o Pai».

«Eu saí do Pai (...) e vou para o Pai»

Rev. D. Xavier ROMERO i Galdeano (Cervera, Lleida, Espanha)

2º dia da Novena de Pentecostes
Hoje, na véspera da festa da Ascensão do Senhor, o Evangelho deixa-nos com palavras afetuosas de despedida. Jesus dá-nos a partilhar o seu mistério mais precioso; Deus Pai é a sua origem e, ao mesmo tempo, o seu destino: «Eu saí do Pai e vim ao mundo. De novo, deixo o mundo e vou para o Pai» (Jo 16,28).

Esta verdade, relativa à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, não deveria jamais deixar de ressoar nos nossos corações: realmente, Jesus é o Filho de Deus; o Pai Divino é a sua origem e, ao mesmo tempo, o seu destino.

Para aqueles que julgam saber tudo sobre Deus, mas duvidam da filiação divina de Jesus, o Evangelho de hoje tem algo importante a lembrar-lhes: “Aquele” a quem os judeus chamam Deus é quem enviou Jesus; é, portanto, o Pai dos crentes. Com isto se diz, claramente, que Deus só se pode conhecer verdadeiramente se se aceitar que Ele é o Pai de Jesus.

E esta filiação divina de Jesus recorda-nos outro aspecto, fundamental para a nossa vida: nós, os batizados, somos filhos de Deus em Cristo pelo Espírito Santo. Aqui se esconde, para nós, um mistério belíssimo: esta paternidade divina adotiva, de Deus para cada homem, distingue-se da adoção humana na medida em que tem um fundamento real em nós, já que pressupõe um novo nascimento. Portanto, quem foi introduzido na grande Família divina já não é um estranho.

Por isso recordamos, na Oração Coleta da Missa do dia da Ascensão, que como filhos temos seguido os passos do Filho: «Deus onipotente, fazei-nos exultar em santa alegria e em filial ação de graças, porque a ascensão de Cristo, vosso Filho, é a nossa esperança: tendo-nos precedido na glória como nossa Cabeça, para aí nos chama como membros do seu Corpo». Finalmente, nenhum cristão deveria aceitar “despendurar-se”, pois tudo isto é mais importante que participar em qualquer corrida ou maratona, já que a nossa meta é o Céu, o próprio Deus!

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

S. Pancrácio, Mártir
• Jo 16,23b: Os discípulos têm acesso total ao Pai.
Esta é a garantia que Jesus anuncia aos discípulos: que, em união com ele, podem ter acesso à paternidade de Deus. A mediação de Jesus conduz os discípulos ao Pai. É claro que o papel de Jesus não é substituir aos "seus": não os suplanta por uma função de intercessão, mas que os une a si; e em comunhão com Ele, eles apresentam seus desejos e necessidades.

Os discípulos estão seguros de que Jesus tem a riqueza do Pai: "Em verdade, em verdade, vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vos dará." (v.23b). Desta forma, a saber, em união com Ele, a riqueza passa a ser eficaz. O objeto de qualquer pedido ao Pai deve ser sempre ligado a Jesus, isto é, ao seu amor e ao seu plano de dar vida ao homem (Jo 10,10). A oração dirigida ao Pai em nome de Jesus, em união com Ele (Jo 14,13; 16,23) é atendida.

Até o momento, os discípulos não tinham pedido nada em nome de Jesus, poderão  fazer depois de sua glorificação (Jo 14,13 s) quando receberem o Espírito que irradiará plenamente a sua identidade (Jo 4,22 ss) e operará a união com Ele. Os seus poderão pedir e receber com alegria plena, quando passarem da visão sensível à visão da fé.

• Jo 16,24-25: Em Jesus temos contato direto com o Pai.
Os crentes estão incluídos na relação entre o Filho e o Pai. Em João 16,26 Jesus insiste na ligação operada pelo Espírito, que permitirá aos seus apresentar ao Pai qualquer pedido em união com Ele. Isso vai acontecer "naquele dia". O que quer dizer "aquele dia pedireis?" É o dia em que virá para os seus e lhe comunicará o Espírito (Jo 20,19-22). Então os discípulos, conhecendo a relação entre Jesus e o Pai, saberão que são ouvidos. Será necessário que Jesus se interpõe entre o Pai e os discípulos pedindo para favorecê-los, não porque tenha terminado sua mediação, mas porque eles, tendo acreditado na Encarnação do Verbo e estando intimamente unidos a Cristo, serão amados pelo Pai como o Pai ama o Filho (Jo 17,23.26). Em Jesus, os discípulos experimentam o contato direto com o Pai.

• Jo 16,26-27: Oração ao Pai.
Assim pois, orar é ir ao Pai por meio de Jesus; dirigir-se ao Pai em nome de Jesus. Deve-se prestar especial atenção para a expressão de Jesus nos vv. 26-27: “E não digo que eu rogarei ao Pai por vós. Pois o próprio Pai vos ama". O amor do Pai para com os discípulos se baseia na adesão dos "seus" a Jesus, na fé de sua procedência, ou seja, no reconhecimento de Jesus como dom do Pai. Após ter assemelhado os discípulos com ele, parece que Jesus se retira da sua condição de mediador, mas na verdade deixa que nos tome e nos atenda somente o Pai: "Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa” (v 24). Conectados na relação com o Pai através da união com Ele, a nossa alegria é total e nossa oração perfeita. Deus sempre oferece o seu amor ao mundo todo, mas esse amor se torna recíproco somente se o homem responder. O amor é incompleto se não for recíproco: até que o homem não o aceita, permanece suspenso. Os discípulos o aceitam no momento em que amam a Jesus, e desta maneira se torna operativo o amor de Deus. A oração é essa relação de amor. No fundo, a história de cada um de nós se identifica com a história de sua oração, incluindo os momentos que não parecem como tal: o desejo já é uma oração, bem como a busca, a angústia...

Para confronto pessoal
1) Minha oração pessoal e comunitária, é realizada em um estado de quietude, de paz e de grande tranquilidade?
2) Com que empenho me dedico a crescer na amizade com Jesus? Você está convencido de que você pode conseguir uma identificação real através de comunhão com Ele e do amor ao próximo?

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