sexta-feira, 29 de abril de 2016

Sábado da V Semana da Páscoa

Evangelho (Jo 15,18-21): «Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como ama o que é seu; mas, porque não sois do mundo, e porque eu vos escolhi do meio do mundo, por isso o mundo vos odeia. Recordai-vos daquilo que eu vos disse: ‘O servo não é maior do que o seu senhor’. Se me perseguiram, perseguirão a vós também. E se guardaram a minha palavra, guardarão também a vossa. Eles farão tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou».

«Tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou»

Rev. D. Ferran JARABO i Carbonell (Agullana, Girona, Espanha)

Hoje, o Evangelho contrapõe o mundo com os seguidores de Cristo. O mundo representa todo aquele pecado que encontramos em nossa vida. Uma das características do seguidor de Jesus é, pois, a luta contra o mal e o pecado que está no interior de cada homem e no mundo. Por isso, Jesus ressuscitado é luz, luz que ilumina a escuridão do mundo. Karol Wojtyla nos exortava a «que esta luz nos faça fortes e capazes de aceitar e amar a completa Verdade de Cristo, de amá-la mais quanto mais a contradiz o mundo».

Nem o cristão, nem a Igreja podem seguir as modas ou os critérios do mundo. O critério único, definitivo e iniludível é Cristo. Não é Jesus quem se deve de adaptar ao mundo em que vivemos; somos nós quem devemos transformar nossas vidas em Jesus. «Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre». Isso nos faz pensar. Quando nossa sociedade secularizada pede certas mudanças ou licenças aos cristãos e à Igreja, simplesmente nos está pedindo que nos afastemos de Deus. O Cristão deve manter-se fiel a Cristo e à sua mensagem. Diz São Irineu: «Deus não tem necessidade de nada; mas o homem tem necessidade de estar em comunhão com Deus. E a gloria do homem está em perseverar e manter-se no serviço de Deus».

Esta fidelidade pode trazer muitas vezes a persecução: «Se me perseguiram, perseguirão a vós também» (Jo 15,20). Não devemos ter medo da persecução; devemos temer não buscar com suficiente desejo cumprir a vontade do Senhor. Sejamos valentes proclamemos sem medo a Cristo ressuscitado, luz e alegria dos cristãos! Deixemos que o Espírito Santo nos transforme para sermos capazes de comunicar isto ao mundo!

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

São Pio V, Papa
* João 15,18-19: O ódio do mundo.
"Se o mundo odiar vocês, saibam que odiou primeiro a mim”. O cristão que segue Jesus é chamado a viver na contramão da sociedade. Num mundo organizado a partir dos interesses egoístas de pessoas e grupos, quem procura viver e irradiar o amor será crucificado. Este foi o destino de Jesus. Por isso, quando um cristão ou uma cristã é muito elogiado pelos poderes deste mundo e é exaltado como modelo para todos pelos meios de comunicação, convém desconfiar sempre um pouco. “Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que é dele. Mas o mundo odiará vocês, porque vocês não são do mundo, pois eu escolhi vocês e os tirei do mundo”. Foi a escolha de Jesus que nos separou. É baseando-nos nesta escolha ou vocação gratuita de Jesus que teremos força para aguentar a perseguição e a calúnia, e que poderemos ter a alegria no meio das dificuldades.

* João 15,20: O servo não é maior que o seu senhor.
“Nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também; se guardaram a minha palavra, vão guardar também a palavra de vocês”. Jesus já tinha insistido neste mesmo ponto no lava-pés (Jo 13,16) e no discurso da Missão (Mt 10,24-25). E é esta identificação com Jesus que, ao longo dos séculos, deu tanta força às pessoas para continuar na caminhada e foi fonte de experiência mística para muitos santos e santas mártires.

* João 15,21: Perseguição por causa de Jesus.
“Farão isso a vocês por causa de meu nome, pois não reconhecem aquele que me enviou”.  A insistência repetida dos evangelhos em lembrar aquelas palavras de Jesus que possam ajudar as comunidades a entender o porquê das crises e das perseguições, é um sinal evidente de que nossos irmãos e irmãs das primeiras comunidades não tiveram uma vida fácil. Desde a perseguição de Nero em 64 depois de Cristo até o fim do primeiro século, eles viviam na eminência de poderem ser perseguidos, acusados, aprisionados e mortos a qualquer momento. A força que os sustentava era a certeza que Jesus comunicava de que Deus estava com eles.

Para confronto pessoal
1) Jesus se dirige a mim e me diz: Se você fosse do mundo, o mundo amaria o que é dele. Como aplico isto na minha vida?
2) Dentro de mim existem as duas tendências: o mundo e o evangelho. Qual dos dois está levando vantagem?

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