quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Segunda-feira da 23ª Semana do Tempo Comum

Evangelho (Lc 6,6-11): Num outro sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Lá estava um homem que tinha a mão direita seca. Os escribas e os fariseus observavam Jesus, para ver se ele faria uma cura no dia de sábado, a fim de terem motivo para acusá-lo. Ele, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao homem da mão seca: Levanta-te e fica aqui no meio!. Ele se levantou e ficou de pé. Jesus disse-lhes: Eu vos pergunto: em dia de sábado, o que é permitido, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar morrer?. Passando o olhar sobre todos eles, Jesus disse ao homem: Estende a mão!. O homem assim o fez e a mão ficou curada. Eles se encheram de raiva e começaram a discutir entre si sobre o que fariam contra Jesus.

«Levanta-te e fica aqui no meio (...). Estende a mão»

P. Julio César RAMOS González SDB (Mendoza, Argentina)

Hoje Jesus nos dá exemplo de liberdade. Falamos muitíssimo dela nos nossos dias. Mas a diferença do que hoje se apregoa e até se vive como liberdade,a de Jesus, é uma liberdade totalmente associada e aderida à ação do Pai. Ele mesmo dirá: Vos garanto que o Filho do homem não pode fazer nada por si só e sim somente o que vê o Pai fazer; o que faz o Pai, faz o Filho (Jo 5,19). E o Pai só obra, só age por amor.

O amor não se impõe, mas faz agir, mobiliza devolvendo com amplidão a vida. Aquele mandato de Jesus: Levanta-te e fica aqui no meio (Lc 6,8); tem a força recriadoura daquele que ama, e pela palavra age. Mas ainda, o outro: Estende tua mão,(Lc 6,10), que termina conseguindo o milagre, restabelece definitivamente a força e a vida daquele que estava débil e morto. Salvar é arrancar da morte e, é a mesma palavra que se traduz por sanar. Jesus curando, salva o que havia de morto nesse pobre homem doente, e isso é um claro signo do amor de Deus Pai para com suas criaturas. Assim, na nova criação onde o Filho não faz outra coisa mais do que vê fazer ao Pai, a nova lei que imperará será a do amor que se põe em obra e, não a de um descanso que inativa, inclusive, para fazer o bem ao irmão necessitado.

Então, liberdade e amor conjugados é a chave para hoje. Liberdade e amor conjugados à maneira de Jesus. Aquilo de: ama e faz o que queiras, de Santo Agostinho tem hoje vigência plena, para aprender a configurar-se totalmente com Cristo Salvador.

Reflexão de Maria Cecília

V Centenário do Nascimento (1515-2015)
Este texto relata mais uma cura de Jesus realizada num sábado. É o caso do homem da mão seca.

Escribas e fariseus já não reagem aos atos problemáticos do ministério de Jesus, mas estão procurando encontrar novas dificuldades. Jesus já sabendo que é inútil tentar manter em segredo seus atos prodigiosos, não evita também o confronto com seus inimigos e até os provoca para fazer novas declarações sobre o sábado e expor os falsos motivos que os movem.

Para os fariseus a Lei permitia, no sábado, os trabalhos médicos apenas para partos, circuncisão e doença mortal. Jesus não mais pergunta se é lícito curar num sábado, mas questiona o propósito do sábado, dia dado por Deus ao povo para seu bem, perguntando se um judeu praticante não deveria fazer o bem em vez do mal nesse dia. Com isso Ele quer mostrar que deixar de fazer o bem que pode ser feito é uma atitude de maldade, ou seja, não pratica o bem aquele que deixa uma pessoa sofrer sem necessidade. Para Jesus a Lei do sábado deve ser interpretada como libertação e vida. Mas os inimigos de Jesus não O ouvem mais, já se decidiram, planejam sua morte, pois sentem-se ameaçados ante as propostas de religião e sociedade divulgadas por Jesus e tão diferentes das idéias que eles tinham.

Como vemos, Jesus é perseguido e agredido por sua interpretação da Lei do sábado, mas nunca a profanou ou negou a santidade desse dia. Por isso, nós também devemos guardar o domingo, como dia do Senhor, quando devemos praticar obras de misericórdia, descansar física e espiritualmente e cultivar a vida familiar, social, cultural e religiosa. Desta forma, seremos  colaboradores eficazes na obra de Deus.

E mais que tudo, peçamos a Deus que nos livre da intransigência, da insensibilidade, do mal juízo e de todo pensamento que retire nossa liberdade, que nos escravize.

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