sábado, 26 de julho de 2014

XVII domingo do Tempo Comum (2ª meditação)

Textos: 1Re 3, 5.7-12; Rm 8, 28-30; Mt 13, 44-52

O homem necessita a sabedoria, como Salomão, para discernir onde estão os verdadeiros valores, trabalhar para consegui-los e investir neles.

Comentário do Pe. Antonio Rivero, L.C.

Hoje Cristo nos convida a ser bons negociantes não só nas coisas materiais, mas também e, sobretudo nas espirituais (evangelho). Para isso necessitamos o dom da sabedoria (primeira leitura). O melhor negócio que podemos levar a término na nossa vida é reproduzir em nós a imagem de Cristo (segunda leitura).

Em primeiro lugar, o importante é que nós, os seguidores de Jesus, estejamos suficientemente preparados para descobrir que os valores do espírito (a virtude, a honradez, a verdade, o trabalho, o amor, a justiça, a fidelidade, a piedade, a fé, a esperança...) são mais importantes que todos os outros e fazer uma clara opção por eles. Outros valores são externos e caducos: saúde, dinheiro, amor, como se cantava em outros tempos na Espanha. O mundo nos encandila com coisas chamativas, com coisas baratas que não salvam e não dão felicidade autêntica.

Em segundo lugar, para isso necessitamos pedir a Deus que nos dê sabedoria, como pediu Salomão: “Peço-te que me concedas sabedoria de coração, para que saiba governar o teu povo e distinguir entre o bem e o mal”. Nós: “Senhor, concede-nos um coração sábio que saiba distinguir entre os verdadeiros valores que Tu nos entregaste e os ouropéis deste mundo enganador”. Deus não pode fechar os seus ouvidos diante de semelhante pedido. Optar pelos valores espirituais significa investir bem. É promessa de êxito e de alegria plena. O que aposta pelos valores seguros não fracassa.

Finalmente, não devemos esquecer que estes valores espirituais são caros. São tesouros escondidos no campo do mundo e da Igreja, que nos exigem vender tudo ou muito e comprar esse campo. São pérolas finas-não estanho-que não podemos rebaixar no mercado da vida mundana, sem vender as outras mil tranqueiras que escondemos de modo bobo no cofre do nosso interior, para poder adquirir essas joias. Não se trata de renunciar a coisas por ascética ou por masoquismo, mas porque isso que compramos são tesouros e pérolas que darão sentido pleno à nossa vida. Muitas vezes temos que sacrificar algo para conseguir o que vale mais. E o valor dos valores é Jesus Cristo, por quem temos que deixar todo o resto, se Ele nos pede para nos dedicar a Ele a ao seu Reino de corpo e alma. São Agostinho diria: “Esse tesouro é o Verbo-Deus que está escondido na carne de Cristo”. Quando São Paulo encontrou este tesouro disse que todo o resto é perda em comparação com Jesus Cristo.

Para refletir:
1. Posso dizer hoje com o salmista: “Mais estimo eu os preceitos da tua boca do que milhares de moedas de ouro e de prata”?
2. Eu já vendi tudo para comprar esses tesouros de Cristo que a Igreja me oferece: a doutrina santa saída dos lábios do mesmo Jesus Cristo, a graça divina infundida nos sacramentos e que faz da nossa alma outra pérola preciosa, riquíssima em virtudes, dons e sacrário do Deus três vezes santo?
3. Gostaria de recuperar o que já vendi para comprar o tesouro e a pérola? Seria uma espécie de loucura preferir as bagatelas ao tesouro e à pérola de Cristo e da sua Igreja?

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